A Justiça é Caolha
Tão bizarro como crucificarem a transexual que protestou na parada Gay em São Paulo é nomear de herói o ministro do TCU Augusto Nardes, relator das contas da Presidenta Dilma, apenas por ele “fazer o seu dever”
Tão bizarro como crucificarem a transexual que protestou na parada Gay em São Paulo é nomear de herói o Ministro do TCU Augusto Nardes, relator das contas da Presidenta Dilma, apenas por ele "fazer o seu dever". Em suas declarações, o ministro-herói já se designa integrante do Palácio da Justiça da Marvel: "Não podemos mais passar a mão na cabeça das autoridades em detrimento do povo brasileiro. Temos de dar um basta a isso"; e "a crise na Petrobrás me fez pensar que tínhamos que dar um basta (nessas situações), pois o exemplo tem de vir de cima".
Tem duas coisas nesse depoimento que chamam atenção:
1- Só agora que o referido Ministro descobriu que a fiscalização nas contas das autoridades deve ser rígida e precisa?
2- Em sua opinião, a "crise na Petrobras" é prerrogativa exclusiva do governo Dilma. Quando todos sabem, conforme depoimento de Barusco, é anterior. Ou seja, gestada e parida no governo FHC.
Se não fossem as declarações do Ministro-herói, não restariam dúvidas que a rigorosidade empregada nas contas da Presidenta era apenas um dever de casa a ser cumprido. Mas não restaram brechas no discurso político partidário de alguém pouco conhecido, querendo holofotes, a pedido de organizações interessadas, em mais golpe midiático para desgastar a imagem (já desgastada) do governo federal e sua representante.
Depois de malsucedidas prisões no "mensalão petista", da Refinaria de Pasadena, das mentiras propagadas pelos tucanos nas últimas eleições, das capas sensacionalistas nas revistas e jornais do PIG com a Operação Lava Jato, da beatificação de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, da premiação do juiz Sérgio Moro na Globo, das Copafestações desnecessárias,... agora surge uma nova luz no fim do túnel, para tumultuar a crise econômica já vivida no País e quiçá, provocar ( quem sabe) um impedimento legal, para o governo da presidenta Dilma.
A verdade é que existem interesses óbvios, nas entrelinhas dessa "malha fina" de Nardes. Se ele estivesse apenas fazendo o dever de casa, não precisaria proclamar o "Sermão da moralidade política". Engraçado é que de uma hora pra outra, a justiça brasileira, tão cega há muitos anos, começou a enxergar bem, mas só numa direção – a do Palácio do Planalto. Podemos dizer se tratar de uma Justiça Caolha.
Barbosa, Moro, Janot e agora o ilustre Nardes, os heróis brasileiros de toga existiam midiaticamente antes do governo Dilma? Personalidades que ficaram famosas não por cumprirem o seu dever apenas, mas por cumprirem o "dever esquecido" em governos anteriores ao do PT e protegidos pelo PIG. Ou seja, em casa de ferreiro, o espeto é realmente de Cara-de-Pau.
Muitos devem pensar que a "Corregedoria de Justiça Brasileira" poderia também fazer uma "malha fina" nos bens de alguns desses heróis, para ver se de fato são compatíveis com as suas rendas mensais. Afinal, devemos fiscalizar quem fiscaliza e punir quem pune. Por que não? Isso me faz lembrar o nobre juiz do caso Eike Batista. E vocês, se lembram de alguém?
Se é pra moralizar, passar o País a limpo, vamos promover a limpeza em todas as esferas: Executiva, Legislativa e Judiciária. E viva a democracia sem demagogia e a Justiça sem abusos de poder. E que os novos heróis nacionais não se tornem vilões antes mesmo de suas nomeações e posses relâmpago pela mídia golpista. #PorUmBrasilMelhor
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