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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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A Lava Jato oferece “pão e Eike”

Colunista do 247 Alex Solnik critica a operação midiática em torno do empresário Eike Batista; "Não vale de nada dizer apenas que ele deu X milhões a Cabral, mas sim o que recebeu em troca disso. E me parece que isso ainda não se sabe. Doar milhões de dólares ou minas de ouro a um governador pode até ser suspeito (é claro que um governador não deveria aceitar jamais presente algum, quanto mais presentes tão exorbitantes), mas sem haver contrapartida a acusação não está, ao menos, completa", afirma; "Mais uma vez a Lava Jato coloca o carro à frente dos bois. Tal como os imperadores romanos, que, à falta de coisas melhores, ofereciam aos súditos pão e circo, a Lava Jato oferece pão e Eike. É muito pouco"

Colunista do 247 Alex Solnik critica a operação midiática em torno do empresário Eike Batista; "Não vale de nada dizer apenas que ele deu X milhões a Cabral, mas sim o que recebeu em troca disso. E me parece que isso ainda não se sabe. Doar milhões de dólares ou minas de ouro a um governador pode até ser suspeito (é claro que um governador não deveria aceitar jamais presente algum, quanto mais presentes tão exorbitantes), mas sem haver contrapartida a acusação não está, ao menos, completa", afirma; "Mais uma vez a Lava Jato coloca o carro à frente dos bois. Tal como os imperadores romanos, que, à falta de coisas melhores, ofereciam aos súditos pão e circo, a Lava Jato oferece pão e Eike. É muito pouco" (Foto: Alex Solnik)
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Nunca tive a menor simpatia por Eike Batista, sempre o achei um cara ridículo, arrogante, babaca, malandro, falso e nada sério em seus negócios, mas nem por isso compartilho da euforia da mídia e certamente dos cariocas, em especial, com a caçada que se organizou em torno dele.

Por mais que o seu pedido de prisão e divulgação de suas milionárias trocas de favores com políticos aumente as tiragens dos jornais, o que é muito bom para a imprensa e a sua desgraça possa servir de consolo para os funcionários públicas do Rio que mal conseguem receber seus salários, não me parece que o método espalhafatoso adotado mais uma vez pela Lava Jato contribua para a segurança jurídica e obedeça à legislação vigente.

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O espetáculo vai render mais uma caudalosa matéria no "Fantástico", afinal, a Polícia Federal apreendeu a Lamborghini de 2 milhões que decorava a sua sala de visitas, foi divulgado que ele deu 15 milhões de dólares a Cabral disfarçado por uma mina de ouro , mas nada disso me convence que esse seja o melhor caminho para combater a corrupção no Brasil.

Seja qual for o alvo da Justiça, tubarão ou peixe pequeno, entendo que a investigação tem que ser rigorosa, imparcial e implacável, mas deve correr em sigilo até que as provas reunidas fundamentem o julgamento e o alvo seja condenado ou não.

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Também entendo que só depois de condenado todos os seus crimes financeiros sejam noticiados, e não antes.

Não vale de nada dizer apenas que ele deu X milhões a Cabral, mas sim o que recebeu em troca disso. E me parece que isso ainda não se sabe. Doar milhões de dólares ou minas de ouro a um governador pode até ser suspeito (é claro que um governador não deveria aceitar jamais presente algum, quanto mais presentes tão exorbitantes), mas sem haver contrapartida a acusação não está, ao menos, completa.

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E a quem interessa jogar no ventilador informações incompletas? Por que não as obter primeiro e revelar depois?

Talvez o interesse maior, por trás de mais essa histérica perseguição, seja desmoralizar, mais uma vez, toda a classe política e não apenas alguns políticos, porque, dessa forma, todos passam a ser suspeitos.

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Por exemplo: foi noticiado que ele doou 500 mil à campanha da Marina Silva. Mas o que ela poderia ter dado em contrapartida se não foi sequer eleita?

No entanto, se Eike é um criminoso tão importante a ponto de ser procurado pela Interpol em 200 países, a população pode imaginar que até ela seja cúmplice de seus crimes.

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Além disso, também passam a ser suspeitos todos os políticos que o elogiaram enquanto foi o homem mais rico do país.

Um bom exemplo a seguir pela Polícia Federal é o caso da prisão de José Maria Marin pela Justiça americana. Ninguém ficou sabendo das investigações enquanto elas rolavam e de repente, sem nenhum estardalhaço, sem nenhum aviso prévio, ele foi apanhado. Também sem divulgação extensa e pormenorizada de seus crimes, que só interessam ao processo e não à massa ignara. É assim que funciona a Justiça. O resto é linchamento.

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Mais uma vez a Lava Jato coloca o carro à frente dos bois. Tal como os imperadores romanos, que, à falta de coisas melhores, ofereciam aos súditos pão e circo, a Lava Jato oferece pão e Eike. É muito pouco.

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