A liberdade de Julian Assange
Assange divulgou segredos fundamentais sobre a intervenção do governo norte-americano nas guerras
A libertação de Julian Assange, após 5 anos de encarceramento solitário, constitui uma notícia importante em uma história de perseguição que envolve os limites da liberdade e da democracia no século XXI. Em um episódio que desafia direitos e garantias previstas pela própria ONU, Assange enfrentou uma verdadeira caçada em várias partes do planeta — por razões políticas. A razão para garantir seu silêncio forçado é fácil de compreender.
Através do WikiLeaks, portal que criou e dirigiu e que logo se tornaria referência mundial, Assange divulgou segredos fundamentais sobre a intervenção do governo norte-americano nas guerras do Afeganistão (1979-1989) e Iraque (2003-2011). Ele não se baseou em conversas informais com autoridades mantidas no anonimato, não divulgou diálogos em off e, até onde se sabe, não selecionou trechos nem escolheu maliciosamente documentos para proteger A, B ou C. Fez o serviço completo: distribuiu milhares de documentos — todos oficiais — em estado bruto, que retratavam decisões de Estado, com nome e qualificação dos responsáveis, em operações que ajudam a compreender como o mundo contemporâneo se tornou o que é, em um período decisivo de consolidação dos poderes do império norte-americano nas primeiras décadas do terceiro milênio.
Esta era a força de seu trabalho, a profundidade de suas revelações. Não podia ser contestado nem desmentido e, por isso, foi perseguido e silenciado. Alguma dúvida?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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