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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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A luta apenas mudou de ano

A sociedade brasileira precisa refletir sobre sua condição. Ela não precisa gostar do PT e nem da esquerda, mas ela tem a obrigação de reagir a esse desmonte, em nome de todos os que lutaram pelas conquistas de hoje e dos filhos netos que merecem um país melhor, com dignidade e justiça social

(Foto: Alan Santos - PR)
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O ano de 2020 se abre com desafios cada vez maiores para a população brasileira, cuja maioria, aquela que vive com não mais de dois salários mínimos e representa 75% da classe trabalhadora, é flagelada pela agenda ultraliberal do Bando Mundial, cumprida pelo o ministro da Economia, Paulo Guedes. Bolsonaro e sua trupe cumprem a função de distração da sociedade. Os quase 58 milhões de brasileiros que acreditaram nele devem estar atônitos de ver que elegeram um programa de auditório de quinta categoria, cujos episódios são nefastos para o futuro da nação. O escandaloso e, até o momento, inexplicado erro no Enem, a abstinência sexual, entre outras coisas bisonhas, causam um prejuízo sociocultural, além do econômico, que se sentirá por muito tempo depois de passado o período Bolsonaro.

O receituário ultraliberal da agenda congressual é a pauta de certa imprensa que incensa o açambarcamento e a entrega da nação aos interesses do desenvolvimento de outros povos. O fato está posto e é inarredável. Reencontramos com ele, hoje, na abertura de mais um ano congressual. Porém, por mais bem articulados sejam os parlamentares progressistas, são minoria. Sem rua ocupada, o governo vai aprovar o que quiser. A sociedade brasileira, principalmente a elástica classe média, está presa num transe de perplexia diante do fato de ter sido ludibriada por um gigantesco e complexo sistema de comunicação, capaz de ludibriar as mentes mais treinadas. Enquanto isso não assimila o engodo, a então 6ª economia mundial está sendo devorada pelo mercado financeiro. O ódio criado e alimentado pela imprensa, contra a esquerda, mas, principalmente, contra o PT, paralisa a sociedade, que não reage ao assalto ao futuro de seus filhos e netos.

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Não é possível acreditar que a classe média prefira empobrecer a defender o que é seu, porque tem ódio de um partido. Definitivamente, não é um bom sinal de senso de autopreservação, mas de péssima autoestima. E é exatamente o que acontece com o País. Enquanto um atordoante silêncio paira sobre o Brasil, O Executivo e a parte entreguista do Congresso Nacional estão mobilizados para continuar o processo de transformar o Brasil em uma grande fazenda. A reforma tributária agiliza o processo tributário, mas está longe de produzir justiça fiscal. O PT e as forças progressistas do País têm uma proposta de reforma tributária solidária, na qual quem tem mais paga mais e quem tem menos paga menos, ou nem paga. A proposta passa pela inversão do atual modelo de taxação, no qual se cobra muito mais do consumo, que do patrimônio e da renda.

Mas a pauta é extensa e na fila estão a autonomia das universidades, a reforma administrativa, autonomia do Banco Central e a privatização do Estado. As capacidades intelectual, científica e tecnológica das universidades federais serão oferecidas a empresas privadas, cujo único interesse é o lucro. Ou seja, o espaço da produção da crítica científica será pautado pela demanda do mercado. A reforma administrativa é o desmantelamento do vital serviço público, sem o qual a injustiça no Brasil seria ainda muito maior. Ao invés de investir, como ferramenta de redução das desigualdades, mata-o. A população pobre e a maior parte da classe média sentirão os efeitos desse desmantelamento. No Brasil, apenas 1,6% da população, cerca de 3 milhões, é servidor público. Em países, como Noruega, Dinamarca e Suécia, respectivamente, 30%, 29,1% e 28,6% da população são de servidores públicos.

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A autonomia do Banco Central é um humilhante golpe na soberania nacional. A medida submete a defesa da moeda nacional e a regulação do mercado financeiro, aos bancos. Nenhum governo, seja ele de direita, de esquerda ou de centro, poderá intervir caso o Brasil sofra (e sofrerá) um ataque especulativo. Na história do Brasil, governo algum, de qualquer espectro ideológico, jamais interviu no Banco Central. Em alguma medida, ele já é submetido ao mercado. O BC anuncia a taxa Selic com base no Boletim Focus, que é elaborado pelos banqueiros. Centenas de cidades no mundo, como Itália, Alemanha e Inglaterra reveem privatizações de serviços de água e esgoto. Portanto, não é por falta de informação que parlamentares insistam na privatizações. Eles sabem das consequências para os pobres, pois a iniciativa privada não vai onde o Estado já não tenha ido. É um crime de lesa-pátria entregar um serviço tão vital para o desenvolvimento de um pais. A iniciativa privada visa apenas o lucro. Já o Estado é diferente, investe no saneamento porque isso reduz em 80% a incidência de visitas aos postos de saúde.

Nesse sentido, a sociedade brasileira precisa refletir sobre sua condição. Ela não precisa gostar do PT e nem da esquerda, mas ela tem a obrigação de reagir a esse desmonte, em nome de todos os que lutaram pelas conquistas de hoje e dos filhos netos que merecem um país melhor, com dignidade e justiça social. Elas podem e devem se mobilizar e impedir a destruição do Brasil. A esquerda também estará em todas as mobilizações populares. Já a direita quer mesmo que não haja reação. A defesa do nosso futuro está em nossas mãos.

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