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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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A luta tem que ser constante contra as fake news e a possível continuação do golpe

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Com a decisão monocrática do ministro Edson Fachin – que considerou (com pelo menos três anos de atraso) o ex-juiz Sérgio Moro incompetente para processar e julgar o ex-presidente Lula, deslocando os processos do ex-presidente de Curitiba para Brasília e anulando as suas condenações na Lava Jato, devolvendo assim os seus direitos políticos – a direita se desesperou. Jornais como Folha de São Paulo, Estadão, O Globo e outros órgãos da imprensa corporativa trataram imediatamente de novamente divulgar a falsa ideia do retorno do “extremismo” e do “risco Lula”, com aquela velha tentativa de construir o insidioso “centro” moderado pró-mercado. Já a extrema-direita ficou atordoada, afirmando em seus sites de discurso de ódio e difusão de fake news que o Lula, chamado por eles agora de “ex-presidiário”, não poderia “ficar impune”.

Lula causa medo na direita e extrema-direita (que se juntaram na farsa política para tirar/golpear Dilma Rousseff da Presidência e na farsa jurídica que prendeu e tirou o ex-presidente Lula das eleições de 2018, numa clara fraude eleitoral), especialmente porque o seu retorno à cena política do país significa muito para os pobres, os trabalhadores e demais setores populares que têm visto, depois do golpe de 2016, ao mesmo tempo o aumento do desemprego e a retirada dos direitos trabalhistas e sociais, tornando a sua sobrevivência difícil, agravada ainda pelo aumento dos preços da carne, dos alimentos e do descaso em relação à pandemia. Lula representa um projeto político de fortalecimento da economia nacional, de combate à fome e a miséria, de inclusão social, de respeito à diversidade e de recuperação da soberania nacional. O que vai à contramão do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro e dos grupos que o sustentam. 

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Pelo que o ex-presidente Lula representa, a direita e a extrema-direita podem se unir novamente com a finalidade de continuar golpeando a democracia, seguir dando sequência aos golpes de 2016 (farsa do impeachment) e de 2018 (farsa jurídica/prisão de Lula). Não é a toa que tais grupos estão tentando reativar as fake news focando no ex-presidente. De ontem para hoje, por exemplo, dois vídeos falsos/manipulados tiveram grande circulação nas redes sociais: um tentando passar a imagem do Lula bêbado e o outro destacando uma frase dita por ele (“eu não vou mais enganar o povo mais uma vez”) retirada de contexto. No primeiro vídeo, manipularam a sua velocidade, diminuindo-a e aumentando-a com o objetivo de dizer que Lula estava embriagado e, na esteira disso, criar discursos mentirosos e de ódio ao ex-presidente. No segundo vídeo, retiraram a frase de contexto (Lula estava falando acerca de sua participação numa frente ampla não muita clara nos seus objetivos...) para assinalar que ele estava confessando que havia “enganado” o povo, “roubando-o”, para tentar colar nela a pecha de “ladrão”, etc. 

Temos que combater de forma constante nas redes sociais as fake news, pelo fato de que, como ocorreu nas eleições de 2018, ela certamente poderá aparecer associada a alguns cenários de continuação do golpe pela direita e extrema-direita. São eles:

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  1. STF constituindo maioria contra a suspeição de Moro (na 2º turma ou no plenário, caso Fux assim proceda). Nesse sentido, a Vara de Brasília que receberá os processos de Lula poderá aproveitar as “provas” presentes nos autos dos processos e condenar novamente o ex-presidente, numa espécie de retorno, reinício de toda aquela perseguição que vimos na “República de Curitiba”, buscando agora retirá-lo das eleições de 2022, com o consequente apoio da elite e da mídia corporativa;
  2. Viabilizar o impeachment de Bolsonaro, com a construção de uma espécie de aliança com Mourão, com vistas a ter um “novo governo mais moderado, equilibrado”, porém com a continuação da destruição dos direitos trabalhistas e sociais;
  3. Ainda há a possibilidade de “ajustar” Bolsonaro politicamente, com a maquiagem política que a direita quer/sempre quis em relação à ele, para seguir com a sua agenda de destruição do Brasil; e
  4. Nas eleições de 2022, com a vitória de Lula, criar o discurso de “fraude eleitoral” e, nessa esteira, ter uma quartelada militar como em 1964.

São cenários possíveis de continuação do golpe, mas que também dependem das fake news direcionadas ao Lula, ao PT e à esquerda em geral, e da mídia corporativa para “manipular” a opinião pública, direcionando-a para os seus candidatos e projetos políticos ligados ao capital financeiro e ao mercado (aqui é um verdadeiro fundamentalismo de mercado!). 

A luta da centro-esquerda e da esquerda em geral consiste principalmente em combater de forma constante as fake news nas redes sociais, denunciando-as e desmontando-as, e também os possíveis cenários de continuação do golpe (mobilizando-se, realizando denúncias formais e, assim que possível, tomando as ruas). 

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A luta deve e tem que ser intensa e constante!

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