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Lula Miranda

Poeta, cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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A morte e a morte da democracia

Dilma disse em seu discurso da tribuna do Senado que estava sendo impedida devido ao "descontentamento de segmentos das elites". Ou seja: por ter desagradado à parte das elites. Disse, também, em outras palavras, não temer a própria morte, mas a morte da democracia

Dilma disse em seu discurso da tribuna do Senado que estava sendo impedida devido ao "descontentamento de segmentos das elites". Ou seja: por ter desagradado à parte das elites. Disse, também, em outras palavras, não temer a própria morte, mas a morte da democracia (Foto: Lula Miranda)
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Dilma disse em seu discurso da tribuna do Senado, que estava sendo impedida devido ao "descontentamento de segmentos das elites". Ou seja: por ter desagradado a parte das elites. Disse, também, em outras palavras, não temer a própria morte, mas a morte da democracia.
A elite, no Brasil, tem um sério defeito de caráter: a torpeza, a vileza; a "escrotidão".

Está aí, como prova inequívoca, uma nódoa indelével, essa terrível mácula em nossa História, que foi a escravidão. Logo substituída pela exploração dos trabalhadores em troca de um salário mínimo de miséria.

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As misérias de uma elite miserável...

A nossa elite já nos impôs, no passado, o voto censitário: só os 'endinheirados' votavam.

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Conquistamos o direito universal ao voto e, a muito custo, fizemos valer esse direito – a avassaladora campanha pelas "Diretas Já", nos dias que correm, é estudada pelos jovens nas aulas de História.

Com a evolução para o estágio da eleição em que vale o voto de todo e qualquer cidadão, as elites logo providenciaram para que só fossem eleitos os candidatos financiados por essa elite, e com ela comprometidos – os eleitos seriam uma espécie de novos capatazes dessas elites.

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Agora, a banda mais conservadora e podre das nossas elites inventou um novo ardil: a democracia de conveniência. Ou seja: a democracia que vale é a que lhes é conveniente, que esteja de acordo com os interesses dela, elite.

A primeira morte da democracia, em nossa história contemporânea, deu-se com o golpe de 1964 – interditaram/ impediram o governo Jango e, com isso, as reformas de base, que naquele momento eram anunciadas.

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Agora vemos, entre impotentes e estupefatos, a segunda morte da nossa incipiente democracia, por intermédio da deposição de uma presidente legítima, eleita pelo voto; derrubada por um golpe jurídico-parlamentar.

Temos, pois, inaugurada mais uma de nossas singulares jabuticabas: a democracia de conveniência.

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Quando for conveniente aos interesses da elite, o governante eleito pode governar e concluir o seu mandato.

Quando for conveniente ou quando este(a) for, digamos, um tanto inconveniente, é só defenestrar o(a) presidente(a), governador(a) ou prefeito(a). Mas com um processo que siga os ritos previstos na Constituição e, claro, respeitando-se o devido processo legal.

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Justiça?!

Crime de responsabilidade?!

Pouco importa.

Aprendemos a duras penas – algumas destas penas, sabe-se, a soldo da propina, essa espécie de chorume do capital – que tanto os vocábulos "crime", "justiça" e "responsabilidade" são por demais "subjetivos" e dependem de certas, digamos, "nuances interpretativas".

Mas a palavra, para quem luta, hoje é luto.

Luto, pelo lamento, e em respeito à morte da democracia.

Mas também diz respeito ao verbo "lutar".

Luta e luto.

Estou/estamos de luto.

Luto, diante de mais uma morte da democracia; diante do opróbrio do Legislativo: "Acostuma-te à lama que te espera!".

Hoje a cidadania vestiu luto.

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