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Marcelo Zero

É sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da liderança do PT no Senado

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A perigosa seita de Curitiba

"Todo o Brasil sabe que a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade teria de ser complementada pela farsa das denúncias sem crimes contra Luiz Inácio Lula da Silva. O que querem, o único que querem, é impedir que Lula se candidate de novo em 2018 e resgate o país das garras do golpe e do seu terrível programa de retrocesso contra o povo brasileiro. O golpe precisa se completar", afirma Marcelo Zero; para ele, "é inacreditável que o Ministério Púbico, que deveria primar pelo republicanismo e a seriedade, tenha dado esse espetáculo patético ao país. Um espetáculo mais apropriado a palanque de candidato a vereador"

"Todo o Brasil sabe que a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade teria de ser complementada pela farsa das denúncias sem crimes contra Luiz Inácio Lula da Silva. O que querem, o único que querem, é impedir que Lula se candidate de novo em 2018 e resgate o país das garras do golpe e do seu terrível programa de retrocesso contra o povo brasileiro. O golpe precisa se completar", afirma Marcelo Zero; para ele, "é inacreditável que o Ministério Púbico, que deveria primar pelo republicanismo e a seriedade, tenha dado esse espetáculo patético ao país. Um espetáculo mais apropriado a palanque de candidato a vereador" (Foto: Marcelo Zero)
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A denúncia do Ministério Público contra Lula e sua esposa é crônica de uma farsa há muito anunciada.

Todo o Brasil sabe que a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade teria de ser complementada pela farsa das denúncias sem crimes contra Luiz Inácio Lula da Silva. O que querem, o único que querem, é impedir que Lula se candidate de novo em 2018 e resgate o país das garras do golpe e do seu terrível programa de retrocesso contra o povo brasileiro. O golpe precisa se completar.

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A denúncia contra o melhor presidente da história recente do país tem a profundidade de figurinhas de power point e a consistência lógica de um pesadelo surrealista. Ao contrário de Isaac Newton, alguns procuradores parecem ter como única especialidade a capacidade infindável de construir hipóteses sem nenhuma base fática. Hyphotesis fingo parece ser o lema epistemológico de certos membros do MPF.

Isso fica evidente no caso do famoso “triplex”, que nunca foi de propriedade de Lula e que jamais foi ocupado por ele. Como o ex-presidente pode ser beneficiado por reformas num imóvel que nunca foi de sua propriedade e no qual jamais habitou? Numa total inversão de valores, parece que lidamos, nesse caso, com procuradores e juízes que consideram a realidade como algo irrelevante ante os grandiosos delírios de sua fértil imaginação política.

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Lula, que, no lamentável show pirotécnico apresentado pelos procuradores em Curitiba, foi apresentado como o “comandante” omnipresente e omnisciente de gigantesco esquema de corrupção, deveria ter acumulado, nessa visão paranoica e delirante, patrimônio nababesco. Entretanto, até agora só conseguiram provar que o ex-presidente teria comprado dois pedalinhos e uma canoa. E nem de ouro são. Ladrão incompetente esse Lula. Devia ter aprendido com Eduardo Cunha as manhas sofisticadas dos trustes suíços.

Os procuradores trabalham, contudo, com a lógica do paradoxo. Ele não tem nada em seu nome, portanto tudo deve ser dele. Essa é a prova. Não há prova, ergo tudo está provado. Se não há prova é porque o crime foi perfeito. Lula não deixou pistas. Portanto, houve crime. O Nada é a evidência do Ser. Brilhante! Wittgenstein perde.

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Torquemada também. Como os antigos inquisidores, os procuradores de hoje não têm provas, mas transbordam de santa convicção. Possuem tanta convicção, tanta fé, que dispensam a verdade e a realidade, detalhes insignificantes para aqueles que têm missão divina a cumprir.

Por isso, as acusações contra Lula têm a precisão de uma bala perdida disparada por um bêbado. Reconheça-se, porém, a precisão do timing da denúncia inepta. Ela surge logo após a cassação de Eduardo Cunha, que colocou o governo golpista na defensiva. 

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Essa obsessiva caçada judicial a Lula construiu uma espécie de “fraudecracia”, que tenta transformar meras hipóteses e ilações politicamente motivadas em fatos incontestáveis e provas condenatórias. Numa alquimia vã, tentam transmutar limo ideológico em ouro jurídico.

É inacreditável que o Ministério Púbico, que deveria primar pelo republicanismo e a seriedade, tenha dado esse espetáculo patético ao país. Um espetáculo mais apropriado a palanque de candidato a vereador.

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Não vamos nada bem com essa parte do MPF que se coloca cima da Constituição e das leis e que atropela, de modo sistemático, direitos fundamentais assegurados em tratados internacionais. Que arranca delações com prisões preventivas que duram meses. Que conduz coercitivamente à margem do que dispõe a lei. Que viola o sigilo legal dos processos e faz vazamentos seletivos. Que se coloca acima da lei que deveria cumprir e proteger. Esse é um caminho muito perigoso. Perigoso para todos. Os “possuídos” de Curitiba são perigosos para o Estado Democrático de Direito.

E, dessa vez, se excederam. Mesmo para os padrões neoudenistas de muitas denúncias, dessa vez a partidarização, a sede por sangue e holofotes, a volúpia punitiva e o vazio legal ficaram muito escancarados. Parece que se criou uma seita político-religiosa instalada em Curitiba que quer incendiar o país. Não surpreende. Seitas radicais costumam ser piromaníacas.  

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Mas a denúncia vazia não vai colar. Nem aqui e nem em Curitiba. A população brasileira e a opinião pública mundial já intuem que se trata de uma perseguição politicamente motivada por parte de agentes que fazem vista grossa a evidências robustas que apontam para o outro lado do espectro político. O povo não entende muito de processos e de leis, mas percebe facilmente quando alguém está sendo injustiçado.

A maior parte da população sabe que o único crime de Lula foi ter tirado mais de 30 milhões de cidadãos da miséria e o Brasil do Mapa da Fome.  No fundo, é isso que incomoda. Lula representa tudo o que eles odeiam mais. Lula é aquela pobre criança do sertão nordestino que deveria ter morrido antes dos cinco anos, mas que sobreviveu. Lula é aquele miserável retirante nordestino que veio para São Paulo buscar, contra todas as probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu. Lula é aquele candidato que não devia ter chegado ao poder, mas chegou. Lula é aquele presidente que devia ter fracassado, mas teve êxito extraordinário. Lula é o excluído que devia ter ficado em seu lugar, mas não ficou.

Para eles, Lula não deveria existir, mas existe. O supremo crime de Lula é simplesmente ser Lula. É existir para o Brasil e o seu povo. Desse crime, Lula é culpado. Sempre foi, sempre será. De outros, não.

Lula é o maior líder popular da história do Brasil e um dos melhores presidentes que o país teve. Entre todos, é o único que foi (e é) um líder mundial. Como bem disse Bono Vox, Lula não é apenas um patrimônio do Brasil, Lula é um patrimônio do mundo.

Não há power point que possa desfazer isso. Não há power point que possa ocultar a ausência de substância fática dessa denúncia vazia de provas. Não há palavrório altissonante de um moralismo neoudenista que possa dissimular o silêncio constrangedor das evidências não apresentadas. Não há tecnicismo jurídico capaz de mascarar a grosseira injustiça que se comete contra um homem que sempre lutou contra as injustiças.

A farsa do impeachment sem crime já foi desmascarada para o mundo. A “fraudecracia” que tenta condenar sem provas ou indícios o maior líder popular do Brasil terá o mesmo fim.

O definitivo julgamento da História dispensará o power point.

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