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Giselle Mathias

Advogada em Brasília, integra a ABJD/DF e a RENAP – Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares e #partidA/DF

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A PM e a sociedade que queremos

Chega de nos silenciarmos e sermos condescendentes com o sistema que nos aprisiona, que nos silencia e nos formata em modelos que nos torturam, que produz seres como o atual Presidente e seus rebentos, os quais acreditam e nos tratam como se devêssemos ser subjugados diante da crença em uma “superioridade” que só existe na cabeça desses medíocres

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Nesse nefasto dia em que alguns tentam, em uma evidente distorção dos fatos históricos, comemoram a golpe de 1964, que gerou um tenebroso período de violência do Estado contra seus cidadãos, recebi um vídeo sobre uma ação da Polícia Militar de Santa Catarina e, só posso dizer que fiquei chocada com a atuação. Não que isso seja novidade no Brasil, pois a todo momento vemos inúmeros vídeos da brutalidade com que esses servidores públicos agem.

O vídeo traz imagens chocantes dentro de um estabelecimento comercial, em que a proprietária questiona a legitimidade da abordagem e a agressividade com que estavam sendo tratados. As imagens que se seguem são de violência, o policial agride a mulher e começa a sufocá-la e, mesmo após ela estar totalmente submetida, ainda joga, a uma distância mínima, o spray de pimenta na boca e nos olhos da vítima.

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Mais uma vez pergunto o que produzimos nesse país, como estamos vivendo e nos calando diante de tantas atrocidades por tanto tempo. Será que simplesmente nos acostumamos com a violência estatal, que não conseguimos pensar em como modificar e encerrar esse processo de continuidade de naturalização da brutalidade? Não questionamos por que não enxergamos as dores das mães que perdem seus filhos em razão da violência policial, que escolhe a cor e classe social para destruir e eliminar brasileiros, como se essas crianças, adolescentes e jovens adultos fossem um estorvo para a oligarquia que se considera dona do território e riquezas nacionais.

Inúmeras mulheres, mães que tiveram as vidas de seus filhos extirpadas pela cultura escravocrata e brutal, hoje expressa pelo abuso de autoridade e agressões cometidas pelas polícias, principalmente, a polícia militar, lutam para que seus filhos não sejam esquecidos. São mães que lutam para que a sociedade se importe com suas vidas, com a vida de seus filhos, com a dignidade humana e, que parem de usar seus servos, capitães do mato para manterem uma aparência de nobreza que nunca existiu.

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Mulheres, cidadãs e mães que lutam por uma justiça que talvez nunca chegue, pois o sistema judicial desse país serve aqueles que jamais se viram como brasileiros e, que acreditam de maneira ilusória não pertencerem a essa nação. Estão aqui apenas para subtrair o que lhes aprouver. No entanto, apesar destes oligarcas sanguessugas ainda insistimos em construir esta nação, com respeito a dignidade de todos.

O debate para o fim da polícia militar não prega o desemprego destes polícias militares, mas apenas o desejo que ela seja humana e, não sirva aos proprietários do capital que se locupletam do Estado para atender aos seus próprios interesses, como se a população desse país apenas tivesse que viver e trabalhar para sustentar o capital e aqueles que lhe servem e, por meio da violência da PM buscam manter uma “paz” que de social nada tem.

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Portanto, enquanto sociedade devemos impedir que ações e distorções dos fatos nos levem a acreditar que a igualdade esteja em todos agirem e pensarem a partir desses padrões estabelecidos, somos iguais na humanidade, mas não em nossa essência e, só poderemos atingir qualquer nível de solidariedade, igualdade, liberdade e humanidade quando aceitarmos e respeitarmos a diferença que temos enquanto indivíduos, pois o que estamos produzindo são seres humanos violentos, que se utilizam de suas posições para exercerem impunimente toda a sua brutalidade.

Não há possibilidade de sermos e existirmos enquanto negarmos a essência de cada um, sempre com o respeito a humanidade de cada indivíduo, sem impor o tempo, os ideais, os desejos, a crença, o capital e tantas outras coisas que criamos para nos diferenciar e, que jamais vão nos diferenciar, mas apenas servir para nos escravizar. 

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Direi a todos, a todo tempo e, serei repetitiva, conclamando a todos que desejam a igualdade e, entendem que sem ela jamais haverá liberdade para o ser humano que tem o direito a existir além de qualquer conceito, determinação cultural e padrões estabelecidos; nos quais somos definidos a partir do gênero, da cor, da classe social ou de qualquer coisa utilizada para nos classificar e colocar em categorias que nos impedem de ser, amar e existir.

Precisamos de outro modelo, de outra forma de operar e agir, não mudaremos nossa sociedade enquanto permanecermos com as mesmas fórmulas, cursos e aprendizados a partir da reprodução de conteúdo. Precisamos nos modificar, questionar e buscar o novo. Não é mais possível permanecermos com esse modelo de polícia, com esse molde de sistema judicial preconceituoso, escravocrata, misógino e protetor da oligarquia nacional. 

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Chega de nos silenciarmos e sermos condescendentes com o sistema que nos aprisiona, que nos silencia e nos formata em modelos que nos torturam, que produz seres como o atual Presidente e seus rebentos, os quais acreditam e nos tratam como se devêssemos ser subjugados diante da crença em uma “superioridade” que só existe na cabeça desses medíocres decoradores de conteúdo alheio.

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