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Leo de Brito

Deputado federal pelo PT/AC

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A política brasileira nua e crua!

Temos à frente o desafio de cortar pela raiz os vícios que corroem nossa democracia. Sigo acreditando que a reforma política é a chave para destravar todas as outras reformas de que o Brasil precisa

Temos à frente o desafio de cortar pela raiz os vícios que corroem nossa democracia. Sigo acreditando que a reforma política é a chave para destravar todas as outras reformas de que o Brasil precisa (Foto: Leo de Brito)
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A indústria da delação desencadeada pela Operação Lava Jato expõe a olhos nus a virulenta contaminação do sistema político brasileiro por mecanismos de desvio de dinheiro ligados ao financiamento de campanhas eleitorais.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado deixou recentemente em apuros políticos do primeiro escalão do PMDB e derrubou, efetivamente, três ministros do governo interino – Henrique Alves, do Turismo; Romero Jucá, do Planejamento, e Fabiano Silveira, que por ironia estava à frente do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.

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Em nova investida, Machado pede agora prazo ao STF para "complementar" sua delação, homologada no mês passado pelo ministro Teori Zavaski.

A perspectiva de retomada das denúncias do ex-presidente da Transpetro aumenta a tensão nos meios políticos, e pode ser fatal ao presidente interino. Machado já disse que, numa reunião na Base Aérea de Brasília em 2012, o então vice-presidente Michel Temer pediu sua ajuda para materializar uma doação de R$ 1,5 milhão – de origem ilegal – à campanha do ex-deputado do PMDB, Gabriel Chalita, à Prefeitura de São Paulo.

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Nesta toada, vão se escancarando interesses nada republicanos que inviabilizam a consolidação de um Estado de Direito e se ancoram no financiamento de campanhas de candidatos ao governo, em qualquer esfera, em troca de favorecimentos futuros. Trata-se de um processo perigosamente contagioso, que deslegitima a representação popular prevista na Constituição e subjuga o sistema político-partidário a essa lógica, tão perversa à democracia.

Lamentavelmente, o governo que está aí em nada colabora para mudar essa realidade. Pelo contrário, ele persiste em aprofundá-la. Viciado em seu nascedouro, é refém de Eduardo Cunha, da Globo, da FIESP, dos interesses internacionais e de acordos obviamente feitos para garantir o golpe atualmente em curso no país.

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Mas a tentativa de transformar o PT em " boi de piranha" de toda a história deu com os burros n' água. As últimas revelações deixam claro o medo do PMDB e do PSDB em relação às investigações. O povo já percebeu isso, embora sua maior decepção seja com o fato de o PT ter se misturado a esse sistema doente.

Está claro, também, que a contaminação se espalha para além do sistema político. Setores do Judiciário, seja em Brasília ou Curitiba, atuam com evidente voluntarismo e seletivismo em favor do complô que se arma para jogar a corrupção para baixo do tapete e manter a todo o custo o mecanismo de desvios e repasses orquestrado por grandes empreiteiras. Mesmo que, para tanto, seja necessário destituir uma presidenta legitimamente eleita em um processo ilegal e viciado de impeachment.

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Se, depois de testemunharmos o que vem acontecendo no país nos últimos meses, não tivermos a clareza da necessidade de uma efetiva reforma em busca da descontaminação do nosso sistema político, estaremos fadados a ser uma eterna república de bananas, que é como o mundo nos vê neste momento.

A Reforma Política tem sido um tema recorrente diante de todos os acontecimentos que a cada dia nos surpreendem, mas refiro-me aqui a uma reforma que seja de fato transformadora, e um remédio eficaz ao nosso sistema político.

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Nada pode ser mais valioso que garantir que os políticos representem de fato a vontade de seus eleitores, resgatando a confiança do povo nas autoridades e nas instituições.

A decisão de acabar com o financiamento privado de campanha, que é uma bandeira de meu partido, o Partido dos Trabalhadores, foi um passo importantíssimo do STF, mas muitos outros problemas ainda clamam por correção.

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Antes de mais nada, é fundamental que, num país com a dimensão e a diversidade do nosso, a Reforma Política se faça num cenário de efetiva representatividade popular e dedicação exclusiva dos representantes do povo - os parlamentares a este trabalho.

Temos à frente o desafio de cortar pela raiz os vícios que corroem nossa democracia. Ao invés do debate sobre propostas concretas, candidatos investem na promoção de sua imagem pessoal e promessas utópicas para alavancar votos. Sai ganhando, claro, quem tem mais dinheiro para aparecer e menos projetos para apresentar. Nossa proposta é de que haja financiamento público para as campanhas, com limite de recursos estabelecido, e que os cidadãos possam escolher entre programas de governo objetivamente apresentados.

Outra questão essencial neste debate é a do sistema proporcional, onde os partidos e coligações que obtiveram mais votos é que vão definir as vagas disponíveis. Isso faz com que candidatos não sejam contemplados de acordo com sua real representatividade.

Sigo acreditando que a reforma política é a chave para destravar todas as outras reformas de que o Brasil precisa.

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