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Leopoldo Vieira

Marketeiro em ano eleitoral e técnico de futebol em ano de Copa do Mundo

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A presença de Eduardo

Não há espaço mais a ser ocupado com a extinção de Eduardo nestas eleições. Marina, se for alçada à candidata se dará por pragmatismo eleitoral e por pressão dos colunistas da velha mídia

Não há espaço mais a ser ocupado com a extinção de Eduardo nestas eleições. Marina, se for alçada à candidata se dará por pragmatismo eleitoral e por pressão dos colunistas da velha mídia (Foto: Leopoldo Vieira)
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"A imagem que vou lembrar dele é a da nossa despedida, ontem à noite, em alegria. Ele estava cheio de sonhos, cheio de planos". Assim Marina Silva definiu a lembrança que disse que vai guardar de Eduardo Campos. Essa era um pouco a imagem que tinha dele, tão arraesista quanto brizolista que sou, ainda que petista, por reivindicar o legado luminoso da esquerda brasileira como um todo na saga pela independência política e econômica do país.

Tive a honra de assistir à festa da vitória do primeiro mandato de Eduardo no Marco Zero de Recife, ladeado por Ariano Suassuna e muito frevo, numa campanha em que PSDB, DEM e Jarbas Vasconcelos, então varridos pelo povo com muito apoio do ex-presidente Lula, não pouparam ataques criminosos contra o recém-falecido governador Miguel Arraes. Aliás, nos idos de 1998, quando "oPTei" por servir ao povo como causa de vida, achava uma estupidez quando alguns setores do PT gritavam "Arraes, velho caduco, Pinochet de Pernambuco" tão quanto tinha vergonha alheia por uma outra que propunha "vou entrar de sola, fazer reforma agrária na fazenda do Brizola".

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Vez por outra escutava de uma parente próxima críticas a ele, sobre como "dominou" o parlamento pernambucano, o judiciário, quanto era "pragmático", até o quanto influenciava os demais partidos políticos desde fora dos mesmos. Eu ouvia e não deixava de admirá-lo, pois, na verdade, reconverteu o legado do avô em hegemonia política. Ou, como ele mesmo disse reagindo às críticas do Financial Times sobre ser um "coronel moderno": este tipo de crítica só se faz contra quem nasceu no Nordeste. E estava correto. Nunca ouvi ninguém dizer o mesmo de Aécio Neves, por exemplo, embora todos saibam que Minas é, politicamente, uma província dominada por sua família, o que não era o caso de Pernambuco. E ele foi popular pelos programas sociais e de infraestrutura, foi símbolo do novo tempo do Nordeste que não é mais aquele da Asa Branca ou o cantado por Luiz Gonzaga. E foi com apoio do pernambucano-operário-presidente.

Em artigo recente escrevi: "há um temor do 'lado de lá' de que pode surgir um bipartidarismo democrático no Brasil que tenha polos unificados sob parâmetros realmente próximos, como o papel do Estado, a necessidade de seguir uma dinâmica econômica distributivista, uma política externa soberana, ainda que mais ou menos pragmática". A divisão dos votos com o PSDB, ainda que em desvantagem, mostrou claramente esta janela de oportunidades para melhor ao país. Claro que recentemente demonstrou seus limites, mas fazer o que, afinal nova politica é o que temos feito: universalizar serviços públicos, distribuir renda, expandir direitos civis e "exportar" este modelo de forma soberana. Mas, a chapa liderada por Eduardo poderia, por exemplo, cumprir o papel de pautar com força o tema do desenvolvimento(e da desigualdade) regional e o necessário aprofundamento da cooperação federativa, que é uma agenda inadiável do país e, assim, as eleições de 2014 poderiam se diferenciar das três últimas eleições presidenciais para melhor, para não ser refém dos factóides e diatribes dos jornalões querendo alavancar uma oposição de projeto inconfessável para a Nação.

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Não há espaço mais a ser ocupado com a extinção de Eduardo nestas eleições. Marina, se for alçada à candidata se dará por pragmatismo eleitoral e por pressão dos colunistas da velha mídia, que já se arvoram em desrespeito ao luto da família. Ele, Eduardo, infelizmente não poderá pôr a sua agenda adiante. E a agenda de Eduardo é o exemplo que fica, que não é a mesma de Marcio França e nem a de Marina Silva. É a agenda do exemplo a jovens políticos. Não este mimimi "de 15 a 29 anos", mas o que se pode chamar de verdadeira nova geração, "45 a bajo", como diriam os amigos da La Cámpora argentina. A agenda do idealismo com capacidade propositiva e de planejar associado à capacidade de agir nas condições concretas, mas projetando um futuro que não se encerra na práxis política sobre a qual se pisa. Que isso fique, junto com o que o socialismo constitucional do PSB, o arraesismo, representou e representa de bom para o país e que tanto ajudou Lula e Dilma no caminho da construção da soberania nacional e da justiça social.

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