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Leopoldo Vieira

Marketeiro em ano eleitoral e técnico de futebol em ano de Copa do Mundo

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A presidenta avisou: “vocês vão se surpreender”

O discurso da oposição virou pó sem que, para isso, seu programa tenha que ter sido assumido pela presidenta eleita

O discurso da oposição virou pó sem que, para isso, seu programa tenha que ter sido assumido pela presidenta eleita (Foto: Leopoldo Vieira)
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A presidenta Dilma anunciou a nova equipe econômica e, como havia prometido, surpreendeu.

O discurso do futuro ministro da economia, Joaquim Levy, não citou, nem pela tangente, conceitos como privatização, independência formal do Banco Central, enxugamento da máquina pública ou aumento de juros, que conformavam a agenda de Marina Silva e Aécio Neves.

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Pelo contrário, definiu um rumo amparado em redução dos juros, preservação dos programas sociais e investimentos em infraestrutura, e um ajuste sem choques e pacotes, mas, sim, gradual, como a presidenta disse que seria durante a campanha.

Em seguida, Levy afirmou que o investimento público era um "fermento" no bolo do crescimento, mas que o desafio mesmo era conquistar uma forte participação privada nas inversões nacionais. Um erro, com certeza não é. Se conseguir, aliás, será uma maravilha!

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Nesta segunda-feira, 01/12, anunciou que as primeiras fontes para assegurar o superávit primário de 2015 serão aumentar os impostos sobre importados de luxo, como automóveis e cosméticos. Já pode se prever mais "Revolução da Cashmere" nos Jardins...

É importante ressaltar também que, do esperado anúncio ao pronunciado pelo anunciado, as bolsas oscilaram da alta à queda. Sinal de que aquele ministro que representaria o programa dos derrotados, o "estelionato eleitoral", ficou nos devaneios oposicionistas.

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A presidenta dá o tom e o comando, como deve ser, segundo a própria, no regime presidencialista. E o sinal é ajustar as contas para qualificar o projeto.

O resultado político salta aos olhos.

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Os colunistas neoliberais transitaram da venda da ideia de que o ministro deve ter autonomia a uma conspiração pela qual ele seria "usado" para, depois, ser descartado num retorno à política econômica do primeiro mandato. Ocorre que o conteúdo anunciado pelo ministro torna qualquer uma das assertivas vazias. O discurso da oposição virou pó sem que, para isso, seu programa tenha que ter sido assumido pela presidenta eleita. Pelo contrário, seguimos em 2015, à luz de sua contemporaneidade econômica, social, política e ideológica.

Em reunião do Diretório Nacional do PT, em Fortaleza, neste último fim-de-semana, sem nenhum off, mas a partir de postagens públicas dos membros da instância, sobretudo dos mais jovens, no Facebook, Dilma reafirmou seu compromisso com a Reforma Política e com a criminalização da homofobia, deixou claro que seu governo é de coalização e que todos os aliados farão parte dele - como tem que ser e já sinalizando para o "ajuste político" no parlamento - mas que sabe quem a elegeu e que quer ser, cada vez mais, apoiada para garantir o sentido vitorioso nas eleições.

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O novo discurso da presidenta ajuda a pôr luz numa polêmica surgida entre o campo nacionalista, democrático e popular na semana passada, em análises que compararam o presente aos labirintos enfrentados por Getúlio, em 54, e Jango, em 64. Ali, uns apostaram que os governos amplos adotados por ambos teriam sido corretos, embora derrotados por uma tendência interna e externa de radicalizações, e, outros, o inverso: os governos amplos teriam sido a causa das suas bancarratotas. A presidenta, ao que parece, extraiu sua lição: Getúlio e Jango não foram derrotados pela composição de seus governos, mas por não terem posto em marcha suas enormes popularidades como correspondente social ao projeto desenvolvimentista-trabalhistas que representavam.

Uma outra lição daqueles tempos talvez deva ser resgatada, mas em relação a alguns setores da esquerda e do ativismo social.

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Em 1930, Luis Carlos Prestes, já no PCB, se recusou a apoiar a Revolução liderada por Getúlio e presidir, inclusive, seu comitê militar, conforme fora convidado. O argumento é que aquela não era classicamente uma "revolução proletária". Confundia a natureza do nacionalismo na Europa Ocidental e o nacionalismo do que viria a ser conhecido como Terceiro Mundo.

Em 64, a mesma esquerda exigia que Jango fosse uma espécie de "Kerensky", e pautava que ele assumisse um dos modelos revolucionários bem sucedidos, como em Cuba, China ou Rússia. Fizeram ouvidos moucos ao jovem chefe da Casa Civil de Goulart, Darcy Ribeiro, que propugnava as Reformas de Base como o caminho brasileiro para o desenvolvimento de um projeto socialista popular e democrático.

Hoje, mesmo sendo as circunstâncias e o momento histórico bem distinto, pergunto-me se esta racionalidade de esquerda apoiará um projeto que enfrentará o desafio do crescimento, preservando a política social e a expansão da infraestrutura; a luta pela reforma política e a criminalização da homofobia, ou gastará suas energias dando conselhos supostamente de esquerda ou denunciando o governo. Para este autor, qualquer alternativa é um erro. Escutemos o que disse a presidenta neste seu segundo pronunciamento histórico, perante a direção do partido dela.

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