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A régua moral dos fascistas

(Foto: Divulgação - Reprodução)
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Recebemos mensagem WhatsApp, assim dessumida: ‘em uma reunião governamental, o ministro da educação sugere a prisão dos 11 ministros do STF e o ministro da justiça, presente, sequer contesta o colega? Para ele, moro, grave seria a troca do diretor da polícia federal, não a fala fascista de seu colega acerca da prisão dos onze ministros do Supremo? Interessante essa régua do moro’. 

O aprofundamento valorativo em réguas morais alheias cobra um cotidiano esforço em prol de nossas próprias circunstâncias, em ordem a salvar nossa consciência, cujo conteúdo, por ser fragmentário, não informa o significado do mundo e da existência (Ortega y Gasset).

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Teoria da razão vital e histórica novecentista espanhola à parte, não desconhecemos a dificuldade na contenção de nossa desesperança, suposto que o germe fascista não é senão um fragmento desta ausência de luz que está anunciada e em curso no estado brasileiro.

Deveras, há mais de cinco anos esgrimimos críticas à condução da operação lava jato, advertindo para o malefício de seu espectro midiático político, consubstanciado na agenda repressiva direcionada quase que exclusivamente à esquerda (mais especificamente ao Partido dos Trabalhadores e, com filigranas, à Lula).

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A lava jato, todavia, filha malparida da ação penal 470 que é, nos ensinou deixar de lado ilusões pueris e iniciarmos uma esgrima mais incisa, mais consistente, mais conforme à época estúpida em que vivemos, onde a negação dogmática e o desvalor do pensamento científico, ainda que fragmentariamente, conduzem ao certame das falsas notícias, das milícias armadas, da intolerância e de outras tragédias tantas que a tinta quase não vence o caminho do papel ao enunciá-las...

O desvalor se impõe e a razão sai de cena. Há a narrativa e seus interesses. Já não há esperança, ainda que sigamos ouvindo dos estetas da obviedade que nossas instituições estão em pleno funcionamento. 

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Não estão e, nessa medida, a frase feita é sintoma de que nada está andando como deveria nessa quadra da história brasileira, suposto que ao retratar um entendimento que serve para qualquer situação, abre a guarda para – tanto quanto – pontuar o que serve para nada...

Assim, espelhando desculpa pronta, seguimos contrastando orientações da Organização Mundial de Saúde e, como não bastassem os efeitos da tragédia que entre nós já ceifou mais de onze mil vidas, potencializamos o alcance nocivo da própria pandemia na opção política antecipadora do embate concorrente ao planalto nas eleições de 2022.

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É tanta miséria moral que falta régua para medir. É tanta maledicência humanitária que não faltarão cadáveres para pavimentar o caminho dos antagonistas anunciados.

Neste cenário indagamos: foi para preservar a apuração que estava sendo feita pela polícia federal que moro se desligou do messias ou, contrário senso, seu movimento visou preservar a narrativa construída pela empresa midiática familiar brasileira, ameaçada pelo prejuízo político que a mitigação do potencial nocivo da pandemia poderia custar?  

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Mais: o custo disso tudo, será medido como? Em vidas que o vírus levou?

No ponto, Tim Maia já advertia há três décadas: No Brasil pobre é de direita.  Imaginem esta realidade tangida pelo neopentecostismo, com arrimo em uma narrativa heroica. A tragédia está anunciada.

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Como é que há, ainda, quem diga que esse tsunami não solapou as instituições?

A régua moral de moro é essa vergonha que a mensagem de WhatsApp questiona e a vaza a jato demonstra. A régua moral do messias ele sempre fez questão de mostrar (misógina, racista, homofóbica, miliciana). 

E a nossa régua moral? Ela diverge da régua moral de moro e do messias? 

Nós outros votamos no professor – como de resto estivemos e continuamos eleitores de Dilma e Lula. E os que sucumbiram ao ódio disseminado pela mídia familiar brasileira em desfavor do PT? Será que não se espantam, em ordem a se arrependerem, ao verem o que e à que custo, se disputa hoje em Brasília? 

Pandemia à parte, só o que importa é a disputa de narrativas estabelecidas entre criador e criatura. No meio disso, um país que cresce em número de mortes pela ação do vírus – em certo sentido o vírus se mostra muito mais democrático que moro e messias... 

Nesse contexto, seguirão os menos favorecidos acreditando em um estado mínimo e ausente? Nas pautas da família empresarial jornalística brasileira e em suas narrativas de aluguel? Sobrará o que para nós outros? Lamentar o país que não somos, ou o país que fomos e já não somos?

A humanidade adoeceu no mundo todo. Mas está mais doente por aqui. 

Imaginem os Senhores que um ministro judeu faz propaganda oficial de sua pasta com uma frase destacada dos portais do inferno (auschwitz) e, ao ser questionado sobre a estupidez desumana, responde com a obviedade dos coiotes: eu sou judeu...

O povo judeu não merece essa vergonha ministro; não precisa, então, lembrar-lhes de sua origem. Quem dela deveria não ter se esquecido, jamais, era o Senhor – que outra justificativa para um judeu marchar ao lado de um totalitário na construção de um estado que negue as minorias? Não conhece sua própria história ministro?  

Todavia, se delineia nessa quadra da vida política brasileira a formação de uma sexta coluna. Ela está estrategicamente posicionada atrás de sua prima irmã histórica, a quinta coluna, tão cara aos vassalos de franco...

Sua valença não será receber as quatro outras primas que avançavam para Madrid, mas sim alocar os que, envergonhados da própria opção política tirada no pleito eletivo de 2018, não se posicionam contra o fascismo ou, ao fazê-lo, insistem na tecla natimorta que parece lhes redimir: mas era preciso tirar o PT...

Navegar é preciso, viver não é. 

O Brasil precisa do soul de Tim Maia, para tornar a navegar os sete mares, sem culpa de mim para você. Afinal, sempre poderemos culpar as estrelas, conquanto elas, zelosas, nos lembram que somos pó, do pó viemos e ao pó tornaremos – ainda que devêssemos viver nossa aventura maravilhosa com uma dignidade mínima que, hoje, se faz perdida...

Tristes trópicos. Seguem fazendo muita fala Tim Maia, Moraes Moreira, Aldir Blanc e, principalmente, um judeu (este verdadeiro) nascido em Nazaré...

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