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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

199 artigos

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A República pede passagem

Ato de lançamento da pré-candidatura de Lula (Foto: Reprodução)
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Pensando nos termos da sociedade e no que se colocaria como regime ideal, filósofos que se debruçaram sobre as leis, entre monarquias, tiranias, ditaduras etc., chegaram a uma conclusão favorecendo a República como a melhor das alternativas. Este sistema, sobre os outros, possuía a vantagem de agir sobre os critérios da liberdade. Semelhantes reflexões conduziram os pioneiros americanos, ao inaugurarem o país, depois da independência da Inglaterra, a privilegiarem esta última em detrimento das demais. Tomaram, no entanto, os cuidados necessários. Segundo Montesquieu, o regime não se prestava a grandes nações, em virtude da complexidade dos seus problemas. Era o motivo pelo qual persistira em cidades estados. Por causa disso, os fundadores, dividindo o país em confederações, acharam que uma reunião de estados pequenos e, em seguida, uma federação, daria conta do recado.

A República, também escolhida pelo Brasil em 1889, seguiu o modelo norte-americano. Esperava-se que a liberdade abrisse caminho no meio da confusão de interesses e uma floresta de possibilidades. Ainda estamos nela apesar de intervalos nos quais, por meio de quarteladas, enveredamos por uma ditadura militar que se estendeu por 20 anos, o bastante para aniquilar esperanças e fazer dormir o que de melhor tínhamos em termos de criatividade. Mesmo nas marés de azar não perdemos o gosto pela liberdade e lutamos por ela. Jovens e opositores se levantaram e gritaram alto e bom som, pegando ou sem pegar em armas, em defesa dos interesses nacionais.  Infelizmente, na frágil democracia brasileira, além da ditadura, tivemos um golpe parlamentar contra Dilma Rousseff que perturbou os nossos parâmetros políticos e acabou colocando à testa do Palácio do Planalto um capitão não preparado para isso. Nos momentos de tensão, responde com impropérios. Ou convoca o apoio dos militares, povoando a administração pública com seus quadros, não preparados para o exercício de funções civis, como ocorreu com o general Pazuello à testa do Ministério da Saúde. Agora, nas proximidades das eleições, notando que cai nas pesquisas e não constitui adversário para Lula, deblatera, diz que não vai para a cadeia e chama embaixadores estrangeiros para fazer o que ninguém acredita: denunciar a falta de qualidade das nossas urnas eletrônicas. Tudo lhe traça um perfil de perdedor, inspirado em Donald Trump ao final do seu mandato, com a invasão do Capitólio. É interessante observar como não se encaixa ou se encaixa mal nos requisitos da República. Estaria melhor cumprindo funções num quartel onde, por outro lado, não se enquadrou, terminando por se retirar, por bem ou por mal.

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Enquanto isso, a população vai às ruas. Tem noção do que quer e de como chegar lá. O comício na Cinelândia, no Rio de Janeiro, na última quinta-feira, dia 7, lembrava os grandes momentos vividos pelos cariocas quando se ameaçava com a erupção do autoritarismo e as pessoas se reuniam crendo que, unidas, impediriam o pior. Jair Bolsonaro deblatera, monta em motocicletas e sai por aí. E não adianta. O momento não lhe dá ouvidos. Queremos escutar os acordes da liberdade. Que abra as asas sobre nós, por que “já raiou a liberdade no horizonte do Brasil” e não queremos abrir mão dela.

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