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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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A Síndrome do Rancho Queimado

'O que sobrou do grupo de Bolsonaro foi um rancho queimado e, sob as cinzas, os cadáveres políticos de gente irrelevante', escreve o colunista Moisés Mendes

Atos terroristas de bolsonaristas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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A nova tropa de choque escalada pelo bolsonarismo para a CPMI do Golpe sabe o que aconteceu com a tropa antecessora na CPI do Genocídio.

As vozes mais impositivas daquele grupo não ganharam protagonismo político, alguns senadores sumiram e outros fracassaram em novas empreitadas.

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A exposição performática na CPI puniu o senador Luis Carlos Heinze, o mais insistente defensor da cloroquina e dos desmandos ‘médicos’ de Bolsonaro.

Heinze tentou firmar posição pelo radicalismo negacionista. Acabou se consagrando como a figura folclórica da comissão, ao repetir que a cidadezinha catarinense de Rancho Queimado havia vencido a Covid com o kit do tratamento precoce.

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Ficou em quarto lugar na disputa pelo governo gaúcho no ano passado, com apenas 4,28% dos votos. 

Ele era o líder da direita na faixa de fronteira, da zona de campo. Seu eleitorado nessa região foi devastado por Lula e pelo candidato do PT ao governo, o deputado Edegar Pretto. E Heinze sumiu.

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Outro oficial da tropa bolsonarista, talvez a voz mais alta da turma na CPI, o senador Marcos Rogério (PP) perdeu a eleição para o Coronel Marcos Rocha (União Brasil) ao governo de Rondônia.

Rogério não tem hoje nenhum protagonismo na extrema direita, assim como é irrelevante a participação de Marcos do Val (Podemos), do Espírito Santo, na tentativa de sobrevivência de Bolsonaro e seu entorno.

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Marcos do Val sumiu depois do episódio em que admitiu ter ido ao gabinete de Alexandre de Moraes, no final do ano passado, em missão atribuída a Bolsonaro, para grampear uma conversa que comprometesse o ministro.

A capivara Filó aparece mais nas notícias sobre o bolsonarismo do que o senador do Espírito Santo envolvido na operação tabajara contra Moraes.

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Assim como o senador cearense Eduardo Girão, do Novo, da artilharia na mesma tropa da CPI, teve seu momento tabajara agora, no final de abril, ao tentar entregar a réplica de um feto ao ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, e levar uma invertida desmoralizante.

Todos eles tiveram, na CPI que desmontou a quadrilha dos vampiros da vacina, performances inspiradas num dos pioneiros do teatro antipetista em comissões, o ex-deputado, ex-ministro e ex-candidato ao governo gaúcho Onyx Lorenzoni (PL).

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Em 2005, na CPI dos Correios, Onyx deu um show para a direita e inaugurou um estilo. 

Também ele fracassou no ano passado, ao ser derrotado no segundo turno por Eduardo Leite (PSDB). Onyx foi soterrado por uma avalanche de votos úteis das esquerdas no candidato tucano.

O único dos soldados de Bolsonaro na CPI do Genocídio que deu um salto à frente foi o catarinense Jorginho Mello, ao se eleger governador no mais bolsonarista dos Estados.

Dos que atuavam mais na defesa da tropa, Fernando Bezerra (MDB-PE) desistiu de concorrer à reeleição. E Ciro Nogueira (PP-PI) deixou a CPI em junho de 2021, para assumir a Casa Civil, e seu lugar foi ocupado pelo suplente Luis Carlos Heinze. Onde anda Ciro Nogueira? 

O legado de Marcos do Val na CPI foi a depreciação da palavra ‘narrativa’, que ele usou em todas as intervenções, e o de Heinze foi a divulgação de uma cidade de 3 mil habitantes onde o milagre da cloroquina foi uma farsa, como ficou provado em reportagens publicadas na época.

O que sobrou do grupo de Bolsonaro foi um rancho queimado e, sob as cinzas, os cadáveres políticos de gente irrelevante. 

Este é o aviso: a CPI do Genocídio foi terrível para a tropa de choque da extrema direita.

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