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Nívea Carpes

Doutora em Ciência Política e mestre em Antropologia Social

27 artigos

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A solução é destruir o Brasil – de FHC, Moro e Bolsonaro – a vitória da ganância

Moro, Bolsonaro e a Democracia sinuosa brasileira (Foto: José Cruz - ABR)
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A ganância ilimitada de ganho não reflete o espírito do capitalismo, é o que afirma Max Weber, não sabemos se por boa fé ou por engano. Para Adam Smith, a busca de um bem para si resultaria fatalmente em um bem coletivo, uma corrente de acumulação que se ajustaria positivamente, tendendo ao equilíbrio. Outro teórico de boa fé?

Já não parece surpreender que o capital seja insaciável e sirva-se de recursos humanos institucionais para atingir objetivos da ordem dos lucros e vantagens, conectando-se ao Estado. Nessa lógica, o Estado é um meio de otimizar ganhos, disputar o poder e canalizar receitas para fins de interesses privados, numa contínua renovação.

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O lucro é uma mentalidade, consolidada e contemporânea, não diz respeito exclusivamente a negócios, é também parte do exercício do poder. As pessoas buscam lucros pessoais em quaisquer que sejam suas relações ou atividades profissionais. O lucro é uma visão obstinada de si mesmo, o que tem contorcido as regras mínimas da ética das relações sociais.

No caso dos liberais ou pseudoliberais, Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Moro e Jair Bolsonaro, que não fazem parte do mercado de produção, para alcançarem o lucro não satisfeito pelos salários como agentes públicos, resta encontrar um lugar ao sol na corrupção. Nesse ponto, o Estado configura-se como lavoura de oportunidades – seja no caso de FHC, um tradicional mediador de interesses estrangeiros e riquezas nacionais; seja para Sérgio Moro, um ambicioso juiz de província com despudor suficiente para vender-se ao diabo e destruir a política nacional e empresas nacionais a fim de facilitar a neocolonização; seja em Jair Bolsonaro, uma figura de difícil definição que transita entre os anseios militares por autoritarismo, falta de humanismo e humor trash.

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Custe a vida de quem custar, as elites entreguistas brasileiras, protegidas pela ira da classe média bronca, vão fazer sua justiça, custe a quem custar, incentivando a corrupção das instituições, utilizando-se da judicialização da política para fragilizar os políticos, colocando cabresto nos governos e subordinando a mídia a construir os cenários favoráveis para a domesticação das massas.

O sistema de dominação simbólica subjuga as forças nacionais por meio de feitores, o que faz dessas figuras abjetas da sociedade, FHC, Moro e Bolsonaro, imprescindíveis. Desde junho de 2013, o alvo é tirar o Partido dos Trabalhadores da disputa das urnas, uma vez que as elites não conseguem desbancar o PT no voto. Moro é o agente que traduz a falsa moralidade da classe média e põe em ação a opinião pública de sua tropa de choque incivil que espuma por seus direitos exclusivistas embebidos na lógica do mérito. Tomado de um cinismo que somente os toscos não percebem, Moro constrói o porão da Lava Jato – orientado pelos rigores da formação americana, que tão altruistamente lhe oferece conhecimento gratuito sobre como golpear de morte a própria democracia.  

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A missão essencial da Lava Jato – tirar o PT do governo federal, prender Lula, acabar com o partido. O PT representa a divisão do bolo, mesmo que não de forma igualitária, incomodou o suficiente para por as elites em pânico. Não podemos negar que boa parte das tarefas foi realizada com sucesso, menos acabar com o partido – que resiste nos políticos eleitos, mas principalmente na alma das pessoas. É considerável a eficiência destrutiva da Lava Jato em termos de abalar o espectro político. Contudo, no aspecto subjetivo, destruir Lula é impossível. Lula é uma ideia que fala aos sonhos das pessoas.

Esse jogo tem uma parcela importante que deve ser atribuída à utilização da mídia como tradicional oradora dos interesses dominantes, sempre foi utilizada na história do Brasil para acomodar as ideias do senso comum programado. É a mídia que explica ao povo que os brasileiros são “vira latas, secundários, subjugados, incompetentes, dóceis, malandros,  jeitinho brasileiro, incorrigíveis...” – utilizando-se da produção de intelectuais que fazem um desserviço à cidadania nacional reforçando estigmas.

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A mídia também tem grande competência no convencimento da classe média, ao deixá-la empoderada da potência do moralismo – esse que lhes inunda de ira por ver os diferentes felizes, fazendo coisas que eles não podem. Tomados de moralismo, é essa classe que vai passar o paninho e deixar tudo limpinho, limpinho - a classe média não racista, convencida de que não é racista porque “até tem um amigo negro” e seu cachorro é preto. Esses exemplos de pessoa, tolhidos de suas vontades, rancorosos de infeliz aparência de felicidade, insuflados por heróis postiços, quando saem às ruas, são capazes das maiores barbaridades, um cordão que ruge insensível e sem compaixão.

São estes que montam o cenário para os canalhas que se apoderam das instituições públicas, oferecendo as condições necessárias para um governo do absurdo como é o de Bolsonaro. Somente pessoas assim podem acredita que Moro é um herói e Bolsonaro é um mito. De certa forma, esses personagens representam toda a sujeira que a classe média rancorosa carrega dentro de si e por isso, torna-se tão difícil reverter o quadro. Não se trata de pessoas enganadas que possam mudar de opinião assim que enxerguem a verdade. Para essas pessoas, o esmagamento da pobreza, o crescimento do racismo e do machismo e a instauração do cinismo como conduta cotidiana é a vida que pretendem instalar no Brasil custe o que custar!

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Mesmo com todo o sucesso do projeto das trevas, Bolsonaro é a margem de erro, todo projeto tem uma margem de erro – foi o possível de ser alcançado quando se acaba de estuprar a democracia. Talvez, no papel, o candidato tivesse uma aparência mais polida, mas violentar a democracia tem resultados incontroláveis. A Lava Jato, ao desconsiderar os limites constitucionais, ao utilizar a mídia para conquistar a adesão pública, ao agir à revelia da lei quando prende – quando vaza – quando age em conluio, valida-se por uma falsa moral; pari Bolsonaro. Essa deformação não estava prevista por FHC e seus comparsas, mas é o que ocorre quando algo se gesta no ventre do abuso, do cinismo, da arrogância, da indiferença, onde os fins justificam os meios. 

Os meios eram FHC e Moro – o fim foi Bolsonaro presidente do Brasil!

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