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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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A tarefa de Michel é destruir Bolsonaro

"Um Bolsonaro destruído é a única chance de viabilizar o que eles ainda chamam de candidatura de centro para enfrentar Lula", escreve Moisés Mendes.

(Foto: Alan Santos - PR)
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Michel Temer continua espalhando informações que desmoralizam Bolsonaro e constrangem a militância de extrema direita. Temer fez esta semana, em participação virtual do Fórum Liberdade e Democracia, mais uma declaração que denuncia o acovardamento de Bolsonaro.

Fica claro, na conversa com Alexandre de Moraes, depois dos atos golpistas de 7 de setembro, que Bolsonaro pediu mais do que trégua ao ministro que ele havia chamado de canalha. Temer mostra que Bolsonaro pediu clemência.

O escrevinhador de cartas contou no evento que, no telefonema, Moraes foi cordial, “mas sem que recuasse um milímetro daquilo que juridicamente ele faz”.

Tudo o que Temer tem feito, desde o encontro em que mediou o recuo de Bolsonaro, é expor o valente da Paulista como um covarde diante da incompetência para dar o golpe.

Por que o golpista de 2016 se comporta assim? Porque Temer sabe que Bolsonaro é um traste já sem serventia. Entre ficar com o traste e fazer média com o Supremo, do qual todo poderoso ou ex-poderoso depende, inclusive ele, o certo é ficar do lado forte e perene.

Temer joga um Bolsonaro moribundo aos urubus e fica bem com o seu afilhado Alexandre de Moraes, que indicou para o STF, ao exibi-lo como um ministro que não se dobra.

Todas as suas declarações até agora mostram um Bolsonaro desesperado. Moraes, ao atender o telefonema e exigir a publicação da nota com a retratação de Bolsonaro, dobrou o homem que durante mais de um ano ameaçou o Supremo e chegou a dizer na Paulista que não mais cumpriria ordens do próprio Moraes.

Ao buscar a pacificação, Temer conseguiu muitos feitos. O primeiro foi o de impedir que Bolsonaro continuasse fazendo ameaças que poderiam provocar, não um golpe, mas um caos político sem controle.

O segundo, e mais importante, é que Bolsonaro foi encaminhado ao confessionário de Moraes, ajoelhado no milho, para ser enquadrado como um coitado.

Temer convenceu Bolsonaro a assinar a carta, ou não teria trégua, e depois o sujeito foi triturado por Moraes. O que Temer faz agora é apenas a divulgação completa do serviço que realizou.

O que o mediador acaba transmitindo nas entrelinhas a todos, entre amigos, inimigos, golpistas e ex-bolsonaristas, é que Bolsonaro sempre foi apenas um blefe.

Temer expôs a face covarde de Bolsonaro, não aos que já o conhecem e denunciam seus crimes e seus desatinos, mas aos que pensam conhecê-lo como machão, incluindo os militares que prestam serviços ao governo em postos de confiança.

Lula disse a respeito disso tudo, na sexta-feira, em entrevista à Rádio Sagres, de Goiás, que Bolsonaro “apenas assinou aquela carta como prova de sua fragilidade”.

Lula é um homem elegante. Bolsonaro assinou a carta em que admite que perdeu porque se acovardou. É muito mais do que fragilidade.

A cena que resulta na cartinha e no telefonema vira o teatro em que Temer tenta ajudar na criação do ambiente que poderia favorecer o surgimento da terceira via.

Um Bolsonaro destruído é a única chance de viabilizar o que eles ainda chamam de candidatura de centro para enfrentar Lula.

O melhor serviço prestado até agora aos fabricantes do Frankenstein da terceira via está sendo o de Michel Temer. Pelo socorro a domicílio, pela carta, pela intermediação do telefonema para Moraes e por não parar de contar o que aconteceu. Mas queremos mais. Tem que manter e ampliar isso, viu?
 

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