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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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A tímida e tardia campanha do Ministério da Saúde

(Foto: Divulgação)
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O banner publicitário do Ministério da Saúde (imagem acima) sugere que o país tem certa coordenação nacional no campo comportamental contra a Covid-19. Pede que os cidadãos usem máscara, evitem aglomerações, mantenham distanciamento. Nada mais razoável, ao que parece.

A campanha informativa, contudo, além de tardia, é tímida. A gravidade da situação brasileira, a escalada geométrica de contaminações e mortes, o colapso hospitalar e a lentidão da vacinação requerem uma ação comunicacional incisiva, algo como “cumpra o isolamento social ou corra enorme risco de se contaminar e morrer”.

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O tom da peça é absurdamente leve, adequado a um surto de resfriado. De todo modo, vai contra as pregações presidenciais.

Sabe-se que Jair não dá autonomia aos setores de comunicação do Executivo – chegou a censurar publicidade do Banco do Brasil. Por que, neste momento, o presidente fala uma coisa e a Saúde, ainda que de forma canhestra, diz outra?

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Fato é que Jair esperneia, exonera e nomeia, mas pouco se importa com rotinas administrativas. Perdido na complexidade da máquina pública, absorto na insanidade, atua apenas quando sua sobrevivência política – e a dos filhos – está em risco, ou quando o Centrão, que hoje o sequestra, exige. De resto, fala exclusivamente para gente que o enxerga como o Messias que veio salvar o Brasil do comunismo – sim, essa gente existe.

Por sua régua moral, não haverá vergonha em contradizer o próprio Ministério da Saúde na live de quinta ou no cercadinho dos puxa-sacos. Ouvirá os aplausos dos mesmos, a cada dia mais tímidos.

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De cada fala presidencial pode-se extrair uma quebra de decoro e uma afronta à razão e à Constituição. A cada pronunciamento de Jair, mais o Brasil afunda no ridículo perante o mundo civilizado – não há interpretação aqui, só fatos.

O presidente não compreende a economia, a sociedade, a diversidade, a arte, a ciência, a natureza, a política. Seus seguidores, idiotas úteis, também não compreendem nada disso. Personificam o oposto do que se chama de sabedoria popular: constituem a ignorância popular, e orgulham-se dela por contrapor-se, a ignorância, à lógica cartesiana que os diminui como seres pensantes.

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Pouco importa o banner do Ministério da Saúde. Para a manada bolsonarista só valem os insultos que saem da boca do “mito”. Aos demais restará perguntar: por que o governo nos recomenda tudo isso só agora, depois de um ano de pandemia?

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