A URV vinte anos depois
A nova moeda fortaleceu a democracia e criou as bases para um combate efetivo à pobreza e à desigualdade


Com o advento da Unidade Real de Valor (URV), em 28 de fevereiro de 1994, o Plano Real entrava em movimento para interromper o ciclo de fracassos na busca pela estabilidade econômica.
Vinte anos depois, o Plano Real fez muito mais: ao reformar o Estado e consolidar as instituições, a nova moeda fortaleceu a democracia e criou as bases para um combate efetivo à pobreza e à desigualdade.
Nos 12 meses anteriores ao Real, a inflação acumulada foi de 5.000%. Os erros anteriores nos ensinaram que a inflação era também inercial, o que exigia desindexar a economia.
Logo, não podiam ser receitados só instrumentos tradicionais, como corte de gastos e alta de juros. O Real nasce assim, do diagnóstico correto e da cuidadosa preparação do terreno.
O primeiro desafio foi o orçamento. Valeu a perspicácia do então ministro Fernando Henrique Cardoso, que viu na ressaca do Congresso após o escândalo dos anões do orçamento a oportunidade política para aprovar medidas impopulares como o corte de gastos e a desvinculação de receitas. Como isso contrariava interesses, dificilmente as medidas passariam em outra circunstância.
Foi preciso ainda renegociar a dívida externa para reabrir as linhas de crédito, bem como estancar a dívida dos estados. Outro passo fundamental foi as privatizações, tanto para o ajuste fiscal quanto para os investimentos na expansão dos serviços públicos. Sem isso, não haveria como derrubar a inflação sem congelamentos, confiscos ou quebra de contratos.
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