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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Abram as gavetas com os segredos da fundação de Dallagnol

"Moro dava ordens a Dallagnol e ratificava todas as decisões tomadas pelos procuradores. O ex-juiz sabia do projeto benemerente anticorrupção, mesmo tendo saído antes da homologação do acordo para que a fundação fosse criada com os bilhões da estatal?", pergunta o colunista Moisés Mendes acerca da denúncias sobre a Lava Jato

Deltan Dallagnol (Foto: Pedro de Oliveira/ ALEP)
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O levantamento que a Procuradoria-Geral da República está fazendo nos arquivos da Lava-Jato em Curitiba deve ser completo e esclarecer um ponto ainda obscuro: o que Sergio Moro sabia do plano filantrópico- empresarial de Deltan Dallagnol de gerir R$ 2,5 bilhões da Petrobras numa fundação misteriosa?

Moro dava ordens a Dallagnol e ratificava todas as decisões tomadas pelos procuradores. O ex-juiz sabia do projeto benemerente anticorrupção, mesmo tendo saído antes da homologação do acordo para que a fundação fosse criada com os bilhões da estatal?

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Por que Moro, que ficou cinco anos na Lava-Jato, sempre mandando em Dallagnol, como mostraram as conversas divulgadas no ano passado pelo Intercept, passou para sua substituta, Gabriela Hardt, a tarefa de homologar o acordo que iria transferir o dinheiro da empresa para uma conta da fundação que nem existia ainda?

Por que Moro deixou a 13ª Vara de Curitiba em janeiro de 2019, para ser ministro de Bolsonaro e cumprir o acordo feito com o sujeito durante a campanha, e transferiu uma tarefa grandiosa para uma juíza provisória, que assinou o acordo logo depois, em março?

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Por que o ex-juiz não assinou o acordo, formalizado apenas dois meses após a sua saída, se ele mantinha controle absoluto sobre tudo o que acontecia na sua Vara e no Ministério Público, como se fosse o chefe de fato de Dallagnol?

Uma pergunta que se repete é perturbadora: Dallagnol escondeu de Moro o acordo que acabaria criando constrangimentos no MP, por causa das dúvidas sobre a real intenção do procurador? O ex-juiz só ficou sabendo da fundação depois que saiu, ou fez vista grossa e foi embora?

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Os servidores da PGR agora encarregados de fazer o levantamento das ações da Lava-Jato em Curitiba devem buscar também essas respostas.

E, se possível, devem apresentar os indícios da omissão de Moro em relação ao acordo que Raquel Dodge, ex-chefe de Dallagnol, conseguiu desfazer, com decisão ratificada depois no Supremo pelo ministro Alexandre de Moraes.

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Dallagnol nunca foi investigado, e a fundação é até hoje um dos grandes mistérios da Lava-Jato. A ideia bilionária de Dallagnol não pode ser tratada como normalidade.

A própria PGR denunciou a irregularidade do projeto, ignorado pela corregedoria do Ministério Público. Nada se sabe sobre sócios gestores, formato da fundação, aplicação da dinheirama, missão, compromissos. Nada. Tudo é genérico.

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A PGR não pode ter ido a Curitiba apenas para descobrir o que todo mundo sabe sobre delações suspeitas, arrancadas de investigados submetidos a prisões preventivas intermináveis.

Só os envolvidos no plano aceitam que a fundação do procurador do PowerPoint possa ser um mistério para sempre. A PGR precisa abrir as gavetas reais e virtuais onde esconderam os segredos do projeto bilionário de Dallagnol.

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