CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Laís Vitória Cunha de Aguiar avatar

Laís Vitória Cunha de Aguiar

Aos 16 anos passou a escrever para a ONG australiana Climate Tracker, que treina jovens para serem jornalistas climáticos, e com isso publicou para a EcoDebate e outros meios de comunicação. Participou dos Jornalistas Livres como freelancer e por um ano do Mídia Ninja. Publica eventualmente no Brasil 247 e Brasil De Fato. Formada em Línguas Estrangeiras Aplicadas ao Multilinguismo no Ciberespaço e coordena o Parlamento Mundial da Juventude no Brasil.

14 artigos

blog

Acampamento sem terra é destruído no interior de Goiás

Não tem sido uma estadia tranquila para as 26 famílias (cerca de 144 pessoas, 15 delas crianças)

(Foto: Reprodução)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Laís Vitória 

Entre as pequenas cidades de Minaçu e Palmeirópolis, em Goiás, temos o Assentamento Rio Tocantins, que está na estrada ao lado da fazenda Nossa Aparecida, abandonada há 41 anos. Não há casa na fazenda (somente ruínas de uma), e com isso a mata virgem prosperou, o que resultou na instalação do  movimento no local há 6 meses. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O dono da fazenda morreu há muitos anos, e com isso os seus filhos (donos da terra) se mudaram para Minas Gerais e não querem mais saber da fazenda, ou seja, ela foi abandonada, o que faz a demanda dos acampados legal.  

casa-ruinas-goias

No entanto, não tem sido uma estadia tranquila para as 26 famílias (cerca de 144 pessoas, 15 delas crianças) que querem ali permanecer e plantar suas vidas. Na segunda passada (01/08), entre 17h-19h, três homens em duas caminhonetes diferentes invadiram o assentamento e arrancaram as bananeiras, colocaram fogo em alguns locais, amassaram os objetos de casa, pisotearam, levaram os instrumentos de trabalhos deles, para arar a terra e plantar, derrubaram aroeiras (que são protegidas legalmente pela portaria 83-N de 1991 do Ibama). 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Esses três homens são fazendeiros da região que realmente invadiram a terra e até contrataram pedreiros para construir casas e dormir no terreno, além de derrubar a mata virgem. Veja o vídeo abaixo: 

Três pessoas que ficaram de vigias no acampamento, assim que viram as caminhonetes desconhecidas, fugiram para a mata, mas estavam perto o suficiente para identificar os agressores. Um boletim de ocorrência foi realizado.   

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Segundo uma das fontes, essa ameaça constante é muito ruim para os moradores: “afronta, as pessoas estão inseguras, tem gente com deficiência…O problema é que eles estão atropelando a justiça, e tem segurança para fazer isso.”

casas-destruidas-goias

Quando o movimento ocupou a fazenda, existia um caminho que permitia acesso ao rio, e com isso eles conseguiam ter água facilmente, mas os agressores cavaram buracos para dificultar o acesso ao rio com qualquer meio de locomoção.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Os fazendeiros que invadiram a fazenda, e por isso dizem que têm a posse da terra, entraram com um interdito proibitório, o que significa que os acampados não poderiam entrar na terra. 

 O interdito proibitório foi concedido pelo juiz. Eles transforam o pedido de interdito proibitório em reintegração de posse, o que é ilegal, pois os legítimos proprietários, que compraram a terra 40 anos atrás, não tomaram posse da terra. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O juiz alegou que, como os fazendeiros estavam lá dentro, poderiam requerer reintegração de posse. Se fossem os acampados dentro da fazenda, será que o tratamento seria o mesmo? 

O advogado contestou o pedido, porém o juiz já tinha concedido, e agora eles aguardam o juiz marcar a audiência de justificativa de reintegração de posse, em que o advogado dos acampamentos irá provar que na verdade eles não têm a posse. Se isso será suficiente em uma justiça que claramente descumpriu a lei, não há como saber.   

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO