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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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Ação - Reflexão - Ação

O episódio lamentável em relação ao Vestibular da UNILAB, com a “intervenção” do MEC feriu de morte mais uma vez o caráter democrático e constitucional brasileiro, demonstrando o quanto o Estado pode ser um reino de força e não de razão como diria Karl Marx

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“Os opressores, violentando e proibindo que os outros sejam não podem igualmente ser; os oprimidos, lutando por ser, ao retirar-lhes o poder de oprimir e de esmagar, lhes restauram a humanidade que haviam perdido no uso da opressão”.

Paulo Freire.

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Qual o significado de OPRIMIR? Vem do latim OPPRIMERE e significa sobrecarregar com peso excessivo. Em termos educacionais, continuamos em estado de opressão há muitos séculos, desde o descobrimento ou “invenção” do Brasil.

Muito aquém do que realmente merecíamos como povo/nação – sendo dizimados e nacionalizados, ao longo de décadas e em quase todas as etapas políticas e administrativas de nossa existência – enquanto povo, cultura e religião.

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A cabeça de Zumbi dos Palmares fora decepada e exibida em Recife, como símbolo de repressão ao povo negro. O povo que a ferro e fogo tonar-se-ia os pés e as mãos do branco que proferiu frases como: “O Brasil é o café, e o café é o negro”.

Junto com o índio – que fora escravizado sim; ao contrário do que a lendária e plantada indolência apregoa; numa tentativa do opressor em justificar a necessidade de captar um maior número de peças para sua engrenagem de espoliação da nova colônia.

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As conhecidas Guerras justas foram autorizadas pela Coroa Portuguesa com a finalidade de programar a escravização do indígena, não convertido ao catolicismo, ou seja, aquele nativo que se submeteu ao sistema jesuítico: permaneceria um escravo já admoestado – e os considerados resistentes deveriam ser caçados.

A educação no Brasil foi elitista desde os primórdios, os primeiros oprimidos foram os indígenas, que deveriam estudar o suficiente para serem salvos, já que eram considerados pagãos e pecadores - antes de sua conversão ao catolicismo.

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É fato que a dissenção entre oprimidos e opressores se localizava na base, ou seja, no campo educacional; mesmo o escolanovismo - não havia evidenciado ao oprimido como AGIR, REFLETIR E AGIR. 

Enquanto a violência dos opressores faz dos oprimidos homens proibidos de ser, a resposta destes à violência daqueles se encontra infundida do anseio de busca do direito de ser. É a partir deste pensamento, que o filósofo e educador Paulo Reglus Neves Freire, influenciador do Movimento da pedagogia crítica evidencia em uma de suas obras mais reconhecidas: como se dá o estado de opressão.

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O pernambucano que foi considerado patrono da educação brasileira explica o quão antidialógica seria a educação opressora na vida do oprimido com seu histórico de segregação direto ou indireto – na peneira alienante dos governos ou debaixo da chibata do status quo vigente: Homens no mundo, e não com o mundo.

E o despertar para se efetuar uma reforma na vida acadêmica desta classe seria a prática reflexiva pedagógica; na qual o educando observa a REALIDADE e REFLETE sobre ela, para depois ACIONAR uma mudança situacional.

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Neste processo o aluno (etimologicamente) um ser em alumiação, poderá se esquivar de qualquer poder de doutrinação - dentro do ambiente escolar.

Educar para dominar, ou para problematizar? Eis a questão “freiriana”. Agora, o sistema seria de AÇÃO – REFLEXÃO – AÇÃO: Com o aluno se tornando um cidadão que examina a realidade, reconhece sua situação e trabalha para sair dela.

Um raio-X da Educação brasileira foi desnudado na obra clássica de Paulo Freire: A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, lançado no ano de 1968, no Brasil, e em 1970 nos Estados Unidos- e que conta com inúmeras edições – é uma bula comprometida com a libertação para os docentes, discentes e gestores que operam na malha educacional; principalmente pública de ensino- e demonstra como e possível que tais atores se tornem confrades na construção de uma sociedade igualitária e feliz. 

O episódio lamentável em relação ao Vestibular da UNILAB, com a “intervenção” do MEC, ontem, feriu de morte mais uma vez o caráter democrático e constitucional brasileiro, demonstrando o quanto o Estado pode ser um reino de força e não de razão como diria Karl Marx.

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