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Carla Teixeira

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História Membro do Conselho Editorial da Revista Temporalidades - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

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Agitação, propaganda e mobilização

"Caberá a Lula orientar a massa para ajudá-lo a realizar as mudanças que o país precisa", escreve Carla Teixeira

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
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As eleições ainda não começaram oficialmente, mas o lulismo já pode ser percebido como a força hegemônica no campo político nacional. Para o bem ou para o mal, o amplo arco de aliança que está sendo costurado por Lula e pelo Partido dos Trabalhadores engloba desde grupos da esquerda, com propostas de regulação e superação do capitalismo, até setores da direita, que apoiaram o golpe de 2016 e a implementação ilegítima da agenda econômica neoliberal. A disputa presidencial, de acordo com as pesquisas, parece vencida. Os desafios do futuro governo, no entanto, ainda se desenham no horizonte.

São inúmeras as medidas que precisam ser efetivadas: retomar o investimento público, garantir a regulação do capital financeiro, taxar as grandes fortunas, apaziguar a sanha dos militares golpistas, democratizar a mídia, realizar uma reforma urbana que ofereça moradia digna para os milhares de subcidadãos em situação de rua, incentivar a agricultura familiar e uma política alimentar soberana livre de venenos, cuidar das vítimas e punir os responsáveis pela tragédia da pandemia. Sem contar a política externa, espaço em que Lula desponta como a grande liderança do sul global com condições de articular alianças regionais que permitam a construção do mundo multipolar neste século XXI.

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Em 2022, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), trocou o pato amarelo, de 2016, pelo manifesto em defesa da democracia. No mesmo caminho, bilionários e representantes do grande capital se posicionam com coesão, isolando Bolsonaro e suas bravatas. Até mesmo Joe Biden, presidente dos EUA, que foi um dos responsáveis pelo golpe contra a presidente Dilma, endossou a confiança nas urnas eletrônicas e o apoio de seu país à normalidade democrática brasileira. Sim, a terra plana não gira, capota.

Todos esses sinais indicam que o desafio não será vencer as eleições, mas garantir que o futuro governo caminhe na direção das mudanças estruturais que o Brasil, a América Latina e todo o mundo precisam. Qualquer intervenção do imperialismo estadunidense junto ao Brasil virá após o pleito e contará com a atuação decisiva dos quadros do governo que estão à direita.

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Assim, o esquema de conciliação/acomodação apenas beneficiará os trabalhadores se houver uma enorme e permanente mobilização popular pelo país. Fala-se em vencer o bolsonarismo e garantir a democracia, mas é preciso não esquecer que foi a implementação do neoliberalismo, como agenda econômica, que nos trouxe o bolsonarismo como expressão política. Em outras palavras: o único modo de garantir a democracia no Brasil é esmagando o neoliberalismo, como um verme.

As instituições, como sabemos, não são confiáveis em momentos de instabilidade, posto incapazes de se protegerem sozinhas. Cabe à sociedade civil, portanto, protegê-las para garantir o bem-estar da coletividade através delas. À esquerda, estejamos atentos e fortes: a mobilização popular precisa ser construída dia após dia, nos atos de campanha e em outros espaços em defesa da democracia. Não podemos aceitar as provocações bolsonaristas, tampouco permitir que o medo paralise nossa capacidade de agitação. A campanha petista precisa cuidar de Lula, mas não pode afastá-lo do povo, ao contrário, é preciso garantir uma relação estreita.

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Essas eleições precisam ser o espaço para construir o esteio popular que o futuro governo contará para ter êxito. Caberá a Lula, com apoio dos partidos e organizações de esquerda, orientar a massa para ajudá-lo a realizar as mudanças que o país precisa, possibilitando a construção de novas lideranças que, no futuro próximo, terão a missão de continuar o trabalho de transformação que hoje ele lidera. Agitação, propaganda e mobilização sem medo de investir recursos. Reconstruir o Brasil após a destruição bolsonarista neoliberal é um desafio histórico colocado às gerações atuais. Não temos o direito de hesitar ou capitular. Às ruas, com Lula, pelo Brasil.

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