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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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Alguém vai aprender a lição chilena?

"Curiosamente, as contas do Chile não vão tão mal, nem a economia, que cresce aproximadamente 3% este ano. Mas o que a lição chilena pode ensinar é que o discurso das belas reformas não pode perder de vista a vida real. Será que alguém vai aprender? Duvido", aponta a jornalista Helena Chagas

(Foto: Sputnik)
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Por Helena Chagas, para Os Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia Na era digital, manifestações de rua, articuladas nas redes, aparecem como se fosse do nada, sem maiores avisos ou preparações. Catalisam insatisfações latentes em relação à política, à situação econômica e a serviços públicos e muitas vezes passam por um efeito massa de pão: quanto mais você bate, mais crescem. Assim foi no Brasil, nas chamadas jornadas de 2013, assim parece estar sendo agora no Chile  depois que o presidente Sebastian Piñera – seguindo o receituário dos governos de direita – botou Exército e Polícia nas ruas batendo nos manifestantes. Nada garante que o Chile não será aqui de novo.

Aliás, os olhos de boa parte do establishment político brasileiro, inclusive governista, estão voltados para Santiago e outras cidades chilenas palco de conflitos sérios e mortes. É um baque, para muita gente, ver o Chile, aquele nosso colega sempre apontado como primeiro da turma na escola do liberalismo latinoamericano, aquele menino perfeito que fez todas as lições, levar esse tombo.

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Assim como ocorreu aqui há seis anos, as manifestações chilenas foram detonadas por um aumento banal na passagem do transporte público. Mas é evidente que o iceberg por baixo dessa ponta é enorme, e passa pelo empobrecimento da população, pela falta de atendimento de suas necessidades e pela desigualdade cada vez maior. No Chile, o 1% mais rico da população detêm 33% das riquezas (no Brasil, é cerca de 28%).

É claro que já vimos isso em algum lugar do passado e temos medo de ver no futuro. Até porque temos um governo de direita que, sem sombra de dúvida, adotaria o modelito troglodita no trato das manifestações.  No momento em que o Congresso conclui a votação da reforma da Previdência, é inevitável pensar na que o Chile fez – elogiadíssima pelos economistas liberais, mas agora, alguns anos depois, caindo na pela dos chilenos, empobrecidos e revoltados.

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Curiosamente, as contas do Chile não vão tão mal, nem a economia, que cresce aproximadamente 3% este ano. Mas o que a lição chilena pode ensinar é que o discurso das belas reformas não pode perder de vista a vida real. Será que alguém vai aprender? Duvido.

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