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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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Alvim e os esquilos fascistas

Apesar da demissão do Secretário Roberto Alvim, não estamos livres da arte nazista. Não nos esqueçamos de que os esquilos se reproduzem rápido, gerando em pouco tempo novos membros da espécie, com a missão de perpetuarem suas ideias fascistas e de escolherem novos alvos para roerem. Resta-nos cortar os galhos das árvores que os abrigam

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Esquilos são mamíferos roedores de pequeno e médio porte, cujo “raciocínio” está em suas presas fortíssimas. Também são conhecidos como ratos de árvores, eles estão espalhados pelo mundo inteiro. A maioria, em zonas de clima tropical como o Brasil. A gestação da espécie varia entre 30 e 32 dias, e sua ninhada pode gerar de 3 a 10 crias. Eles também ficaram famosos no cinema, com um filme de animação (Alvin e os esquilos) que conta a estória de três esquilos que tiveram a árvore onde moravam cortada e levada para outro país.  

Assim como os esquilos, os fascistas também se reproduzem com muita facilidade, principalmente, quando o clima e o ambiente os favorece e a árvore que os abriga não é cortada. Talvez, estejamos alimentando um ninhada dessa espécie roedora da democracia e da liberdade de expressão, ao admitirmos que o Secretário Nacional de Cultura do nosso país, apresente um briefing da arte concebida pelo nazismo, como o Art noveau brasileiro.

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Roberto Alvim passou dos limites, ao inspirar-se em Joseph Goebbels, Ministro da propaganda nazista de Hitler, para anunciar o que pretende promover na cultura nacional. Aliás, o atual presidente da república, seu chefe, também já extrapolou todos os limites da tolerabilidade. Em qualquer outro país civilizado, ele já teria sido impedido de continuar exercendo o cargo, devido à sua falta de cultura, de postura, de urbanidade e de respeito para com os seus concidadãos. 

Dizer que "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional”, sugere que ela não seja crítica à atual ideologia que desgoverna o país e que se alinhe ao seu projeto antidemocrático, restabelecendo a censura e a repressão a quem não se enquadrar a ela. O que se confirma, nem tão subliminarmente assim, quando ele completa dizendo que a nova arte brasileira, “Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada"

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A fala do Secretário nos permite apenas uma leitura a respeito. A nova arte brasileira será terrivelmente tendenciosa, no sentido de difundir o fascismo sob uma visão romântica e aculturada. Uma versão trash da “pátria de chuteiras”, baseada em fatos reais de “Ame-o ou deixe-o”. Ambos, simplismos nacionalistas da ditadura militar, impostos culturalmente nos anos de chumbo, e agora revisados por um simpatizante do nazismo.

Ou seja, uma das principais funções da arte, que é a crítica, só poderia ser apreciada no DOPS, ou no campo de concentração mais próximo de você. Digo, poderia, porque enquanto escrevo este texto, acabo de ler uma notícia dando conta de que Roberto Alvim foi demitido do cargo. O que, a meu ver, escancara ainda mais a leviandade e o desgoverno de Bolsonaro e seus esquilos. Ou será que o pronunciamento de Alvim, tendo Richard Wagner, o compositor preferido de Hitler, como fundo musical, não teria passado pela aprovação de seus superiores?

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Alvim, a se confirmar sua demissão, será apenas mais um na lista dos esquilos que tiveram suas cabeças entregues numa bandeja por Bolsonaro. O presidente gosta de colecionar inimigos gratuitamente. Talvez, esta seja a arte que ele mais aprecia. Além de falar bobagens, é claro. Bem aventurado seja o Queiroz, o único capaz de sensibilizar o Capitão a ponto de conseguir manter-se imune a todos os deslizes já cometidos, e que comprometeram toda a família do mito da moralidade e da decência brasileira.

Apesar da demissão do Secretário Roberto Alvim, não estamos livres da arte nazista. Não nos esqueçamos de que os esquilos se reproduzem rápido, gerando em pouco tempo novos membros da espécie, com a missão de perpetuarem suas ideias fascistas e de escolherem novos alvos para roerem. Resta-nos cortar os galhos das árvores que os abrigam. Ou será que, como diz a música “Capim Guiné”, de Raul Seixas, ficaremos “parados com cara de veado que viu caxinguelê”?

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Peço perdão aos esquilos, por compará-los com gente tão esquisita e perigosa.

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