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Arthur Virgílio Neto

Diplomata, foi deputado federal, senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique Cardoso, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, líder das oposições no Senado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e três vezes prefeito da capital da Amazônia - Manaus.

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Amazonas: estado de anomia

"A população, já tão massacrada pela pandemia, pela falta de oxigênio e de insumos nos hospitais públicos, agora está sob clima de terror", escreve o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto, que critica também o atual governador na reação à atual crise no Estado

(Foto: Reuters)
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Por Arthur Virgílio Neto

O Amazonas vive um estado de anomia, precisamente porque não se sente a presença do governo enfrentando seus principais problemas. A população, já tão massacrada pela pandemia, pela falta de oxigênio e de insumos nos hospitais públicos, agora está sob clima de terror. O crime organizado e o tráfico de drogas têm hoje enorme ousadia diante ao desgoverno que aí está. No último final de semana, eles mostraram que já não temem as forças policiais e nem os órgãos que controlam a segurança pública no Estado. Em retaliação à morte de um traficante e ao suposto “roubo” do carregamento de drogas encomendado por uma organização do tráfico, os bandidos queimaram ônibus, agências bancárias, viaturas e atacaram até unidades públicas de saúde e de educação em Manaus e alguns municípios vizinhos. 

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O Amazonas virou terra sem lei, sem ordem, sem governo. Passei oito anos como prefeito e denunciava o crescimento do tráfico na capital e no Estado inteiro. O que vi, na verdade, foi muita tolerância dos governantes com as organizações criminosas, em guerra entre elas mesmas e também em guerra contra as pessoas de bem. Eis aí o resultado da inércia: contemplamos, com tristeza e revolta, o quadro caótico que foi se estabelecendo a cada dia, a cada mês, a cada ano, tornando a população refém do medo. 

O “governador” Wilson Lima Lima é uma figura caricata. Diante da crise, “reagiu” com um comunicado ridículo, mantendo os traços da completa irresponsabilidade. Esquiva-se, sistematicamente, de enfrentar os problemas do Estado e de assumir que deveria desempenhar: conduzir o Amazonas para caminhos seguros e prósperos. Aliás, nos últimos anos, houve governantes que levaram a saúde pública por Maus Caminhos, desviando cerca de R$ 260 milhões e enfraquecendo esse setor vital ainda um pouco antes da pandemia. 

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A inexperiência não serve mais para explicar ou tentar minorar o desastre moral e administrativo. Em Wilson Lima, prevalece a falta de espírito público e o desapreço pelo trabalho. Wilson nunca fez e nunca fará nada pela segurança pública, porque é apenas um mamulengo de ventríloquos que avançam vorazmente sobre o tesouro estadual. Vivemos tempos de desgoverno e má fé. Esse governo, na verdade, não reúne condições de prosseguir. 

O Brasil se vê às margens de uma terceira onda da Covid-19, que muito provavelmente atingirá o Amazonas. Até quando suportaremos tanta dor? Até quando seremos vítimas de interesses escusos, de genocidas no poder? É hora do basta numa experiência que faliu logo nos primeiros ensaios. Fracassaram por incompetência e má fé. Faliram por falta de respeito à sociedade.

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Manaus precisa voltar a ser uma cidade normal, o interior do Estado precisa sentir a presença de quem governa e a segurança pública deve ser fortalecida, equipada, capacitada e acatada por todos. A Força Nacional precisa pousar em Manaus. A Polícia Federal necessita ser reforçada nos seus contingentes. Que Deus proteja nossa gente!

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