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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Ameaças à Folha são ameaças a toda a imprensa

"Um dos meios de controlar a imprensa é cortar verbas publicitárias do governo – o que ele já disse que fará. Ora, como já se dizia no século 20, imprensa é oposição – o resto é perfumaria. Jornal que não critica governo vira quitanda. E fecha", critica o colunista Alex Solnik, em referência ao novo governo, de Jair Bolsonaro (PSL), alertando para "o grande perigo de um presidente populista que têm à disposição os meios de comunicação mais sofisticados e mais poderosos que seus antecessores jamais tiveram"; "Quando um populista ameaça a Folha de extinção está ameaçando toda a imprensa. E qualquer ameaça à liberdade de imprensa é ameaça à democracia"

Ameaças à Folha são ameaças a toda a imprensa (Foto: Adriano Machado - Reuters)
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Eu também já fiquei de mal com a Folha. Num determinado momento de 2016 cancelei minha assinatura em protesto contra as manchetes distorcidas e favoráveis ao impeachment da presidente Dilma e aos vazamentos seletivos da Lava Jato. Reclamei com a telefonista. Bati o telefone na cara dela. Deixei de ler o jornal.

Mas agora o caso é outro. Temos pela primeira vez na história do Brasil um presidente eleito que se diz explicitamente de direita – na verdade, é de extrema-direita, pois simpatiza com o nazismo - e promete promover uma agenda de redução de liberdades e de direitos, tal qual governantes de direita de outros países têm feito. É a maior ameaça à liberdade dos brasileiros desde 1964.

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A primeira preocupação de alguém com o seu perfil é impedir críticas de qualquer espécie. A sua autoridade não pode ser contestada. Ninguém pode ter dúvida acerca da correção dos seus atos. Por isso ele cria seu próprio meio de comunicação – o twitter. E por isso ele tenta manter a imprensa sob controle.

Um dos meios de controlar a imprensa é cortar verbas publicitárias do governo – o que ele já disse que fará. Ora, como já se dizia no século 20, imprensa é oposição – o resto é perfumaria. Jornal que não critica governo vira quitanda. E fecha.

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O capitão eleito já aponta o seu dedo contra um dos jornais que têm feito reportagens que o colocam em maus lençóis e afirma claramente que vai tentar asfixiá-lo economicamente. É a Folha.

A sua ameaça não pode ser desprezada. Além de controlar as verbas oficiais ele também possui meios para pressionar empresários amigos a também deixarem de anunciar na Folha e estimular seus seguidores a boicotarem o jornal. A cancelarem assinaturas. Ele pode, de fato, destruir a Folha. E o jornal ou emissora de TV que quiser.

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Esse é o grande perigo de um presidente populista que têm à disposição os meios de comunicação mais sofisticados e mais poderosos que seus antecessores jamais tiveram.

Além de me solidarizar à Folha, me pergunto se já não está na hora de derrubarmos o muro que se ergueu entre nós, "imprensa progressista" e o que chamamos de PIG.

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Imprensa é imprensa – no papel, no vídeo ou na internet. Não há grande nem pequena, não há pior nem melhor. Em vez de brigarmos entre nós deveríamos nos unir contra aquele que almeja nos destruir.

Quando um populista ameaça a Folha de extinção está ameaçando toda a imprensa. E qualquer ameaça à liberdade de imprensa é ameaça à democracia.

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