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Michel Zaidan

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Amoralidade pública

O significado desse triste espetáculo de compra e venda da democracia representativa em nosso país vai mais além do que a mera sobrevivência de um moribundo, no limiar do cadafalso. Trata-se de manter, para a elite econômica e seus prepostos no Congresso, a execução de uma agenda antirrepublicana, antinacional, antipopular, adrede preparada, que os golpistas enfiaram no bolso do atual governante

Presidente Michel Temer 12/07/2017 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Michel Zaidan)
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Desde a obra do abade Sieys, sobre o terceiro estado, o pensamento social e politico moderno, consagrou o povo como titular da soberania política. É o povo que elege, e o povo que destitui o governante, quando ele é ímpio e mau. Um dos campões da teoria democrática, J.J. Rousseau foi mais radical ao dizer que a soberania popular é inalienável, intransferível, uma e indivisiva. Até os autores liberais e contratualistas admitem que quando o representante trai a confiança dos representados é legítima a desobediência civil e a sublevação popular contra ele.

Imagine como é possível que um governante, não eleito pelo povo, sem legitimidade política nenhuma, com baixíssima aprovação popular, e acusado de corrupção passiva e formação de quadrilha, possa se manter no cargo, utilizando-se das prerrogativas inerentes a ele, para fazer obstrução à Justiça, num processo criminal onde é réu? Corromper parlamentares, que serão os responsáveis pela abertura do processo na Câmara e pelo julgamento em plenário do governante em questão é crime, crime de obstrução do processo judicial. Pode parecer uma simples medida da sempre presente fisiologia parlamentar, tão característica da atual legislatura congressual, no entanto é mais do que isso. Trata-se de uma atitude desesperada que acha que pode prolongar a agonia do mandato tampão, através de escaramuças e estratagemas perdulários e criminosos, pela oferta de vantagens em troca de apoio político.

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Naturalmente, o significado desse triste espetáculo de compra e venda da democracia representativa em nosso país vai mais além do que a mera sobrevivência de um moribundo, no limiar do cadafalso. Trata-se de manter, para a elite econômica e seus prepostos no Congresso, a execução de uma agenda antirrepublicana, antinacional, antipopular, adrede preparada, que os golpistas enfiaram no bolso do atual governante. Ele sabe muito bem que não passa de um representante dessa elite, fará o que ela mandar, depois será descartado – mais adiante – para responder aos processos, sem foro privilegiado. Mas enquanto a agenda não for cumprida, ela – a mal chamada elite – fará tudo para mantê-lo no poder. Pouco se importa com os escrúpulos da legitimidade democrática, da moralidade pública, do interesse republicano da administração federal, da impopularidade desse dirigente. Nada disso parece importar para essa elite apátrida, cujos interesses mobilizaram campanhas de massas, de eleitores incautos e desavisados, que foram para rua bater panelas caras nos dias de domingo, para afastar a presidente eleita.

Enquanto isso, os bandidos riem e conspiram abertamente, à luz do dia, seguros da impunidade e da ineficácia do protesto popular. Até quando?

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