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Dom Orvandil

Bispo Primaz da Igreja Católica Anglicana, Editor e apresentador do Site e do Canal Cartas Proféticas

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Anistia Internacional e a maratona de cartas: o caso Chelsea Manning

Vivemos mais um aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que nasceu ao término da Segunda Guerra Mundial, com o mundo devastado e destruído pela violência

Vivemos mais um aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que nasceu ao término da Segunda Guerra Mundial, com o mundo devastado e destruído pela violência (Foto: Dom Orvandil)
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Vivemos mais um aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que nasceu ao término da Segunda Guerra Mundial, com o mundo devastado e destruído pela violência, como afirmação da fé na justiça dos direitos das pessoas.

No dia 10 de dezembro de 1948 a recém-criada Organização das Nações Unidas – ONU – reúne boa parte das Nações na assinatura do que se chamou da Carta Magna da Humanidade.

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É interessante atentar para os "considerandos" introdutórios ao documento. Destaco para os fins deste artigo o seguinte: "Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo no qual os seres humanos gozem de liberdade de expressão e de crença e da liberdade do medo e da miséria, foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum".

Veem-se neste "considerando" os escombros da guerra, marcada pelo atropelo aos direitos dos judeus, dos ciganos, dos comunistas, dos homossexuais, dos doentes mentais, dos protestantes e de todos os que se opuseram às ordens impostas pelo nazismo no sua sede de extermínio do outro. Tais atos são classificados com tintas pesadas, como expressões do que realmente ocorreu. Para a Carta dos Direitos Humanos tratou-se de desprezo, de desrespeito que resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade.

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Por outro lado, o encimado "considerando" aspira, sonha, reivindica, luta pelo "advento de um mundo no qual os seres humanos gozem de liberdade de expressão e de crença e da liberdade do medo e da miséria...".

A Carta dos Direitos Universais dos Direitos Humanos tem várias inspirações históricas, mas a que mais se destaca é do País que a inspirou, os Estados Unidos, na sua rica experiência de independência como colônia da Grã-Bretanha. Na sua própria Constituição, aprovada no dia 4 de julho de 1776, aquele País, outrora colonizado e explorado pela matriz europeia, consagra os direitos individuais e o direito de revolução. Estas ideias tornaram–se valores amplamente apoiados pelos americanos e também se difundiram mundialmente, influenciando notadamente a Revolução Francesa.

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É bom sublinhar: a Constituição Estadunidense, uma das fontes da Declaração Universal dos Direitos Humanos, abençoa em suas leis máximas os direitos individuais e o direito à revolução. Direito à revolução significa independência de tudo o que oprime e massacra os direitos humanos, inclusive o de constituir-se como cidadãos e como Nação.

Pois bem, o triste é constatar-se enorme contradição entre as inspirações históricas, como é o caso do documento principal que rege sua conduta como Nação e a maneira como os Estados Unidos agem no mundo ao flagelar os direitos dos povos. Pior, tornar-se contraditório ao espezinhar desumanamente seus próprios cidadãos quando estes ousam denunciar suas beligerâncias atentatórias aos direitos humanos.

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É esta é a situação com relação à soldado do Exército dos Estados Unidos Chelsea Manning, que foi sentenciada a 35 anos de prisão no dia 21 de agosto de 2013, depois de vazar materiais sigilosos do governo dos EUA ao site Wikileaks.

Parte dos documentos indicava possíveis violações de direitos humanos e infrações do direito humanitário por militares dos EUA no exterior, bem como por forças do Afeganistão e do Iraque que operavam junto ao Exército dos Estados Unidos e à CIA.

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Chelsea afirma que tinha a intenção de dar início a um debate significativo sobre os custos da guerra, conscientizando as pessoas sobre a conduta dos militares estadunidenses no Iraque e no Afeganistão. Entretanto, como parte de sua defesa, ela foi proibida de afirmar que agia pelo interesse público.

A ruptura contraditória da filosofia que transversa a Declaração dos Direitos Humanos neste ponto é gritante. Tanto na sua Constituição como na condição de signatário da Carta dos Direitos Universais os Estados Unidos cometem crimes ao afrontar os direitos humanos de Chelsea Manning. Na posição de divindade acima de erros e da prática de injustiças aquele País imperialista sufoca o direito de um de seus cidadãos à denúncia e ao debate crítico do seu papel na geração e manutenção de guerras, geralmente de rapina.

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Além disso, outras acusações desnecessárias foram feitas contra Manning, como a de 'ajudar o inimigo'. Ao que parece, essas acusações são uma tentativa de desencorajar futuros autores de denúncias a tentar revelar delitos do governo.

Chelsea ficou detida por três anos enquanto aguardava julgamento, tendo passado 11 meses em condições descritas por perito da ONU sobre tortura como "cruéis e desumanas". Entre outras violações, foi forçada ao confinamento 23 horas por dia em uma pequena cela sem janelas para o exterior.

Chelsea está autorizada a receber correspondências, inclusive cartões postais, e faz aniversário no dia 17 de dezembro, caso você queira mandar-lhe um cartão de aniversário. Se você mandar uma foto, as dimensões poderão ser de até 12,7 x 17,78 cm, e as cartas não deverão ultrapassar seis páginas.

Chelsea E Manning 89289, 1400 North Warehouse

Road, Fort Leavenworth, Kansas 66027-2304

Estados Unidos

Tenho a honra de integrar a Anistia Internacional aqui em Goiânia ao lado de um grupo crescente e ativista na defesa dos direitos humanos. Apelo a cada leitor que se junte a nossa causa! Realizamos seguidas reuniões de capacitação de nossos Ativistas, sem esperarmos sentados e de braços cruzados que as coisas se solucionem. Vamos para as ruas! O ativismo é a "alma" da A.I. e o Grupo de Ativistas da Anistia Internacional de Goiânia espera pelo seu apoio a essa e outras causas. Entre em contato. Na última Maratona de Cartas, em 2013, a Anistia Internacional enviou mais de 2 milhões de cartas, assinadas por pessoas de 83 países. Dos 12 casos selecionados para serem trabalhados na campanha, duas pessoas foram libertadas já no início de 2014. Portanto, somos uma organização com um extenso exemplo de resultados e esperança ativa por um mundo melhor.

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