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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Antes que um aventureiro lance mão

A sociedade brasileira cansou da falta de compromisso público, da baderna política iniciada pelas elites no final de 2014, depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff, que continuou no golpe de 16 e se fortaleceu com o lamentável advento da eleição de Bolsonaro

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A conjuntura política parece ter mudado e seguido curso contrário à escalada autoritária que está em marcha liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, cujos gestos sinalizam um golpe de estado, de forma violenta, com o sonhado apoio das Forças Armadas, para entronizar ditador o inquilino do Palácio do Planalto. A eclosão simultânea de movimentos em defesa da democracia, pluripartidária, se viu nas avenidas do Rio de Janeiro e São Paulo, com a iniciativa de membros das torcidas organizadas dos principais clubes de futebol dessas cidades.

Pela primeira vez, desde os atos contra o governo Temer e suas reformas, manifestantes democratas, antifascistas, em defesa da Constituição Federal, foram às vias públicas e desta vez em plena pandemia da Covid-19, onde e quando se deve evitar aglomerações para não ampliar o contágio do novo coronavírus. Mas é o recado dado a Bolsonaro, seus filhos, aliados e certos ministros, desqualificados do ponto de vista moral, ético, político, técnico e intelectual. Não deu para esperar. E os manifestantes em defesa da democracia estão de volta.

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A sociedade brasileira cansou da falta de compromisso público, da baderna política iniciada pelas elites no final de 2014, depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff, que continuou no golpe de 16 e se fortaleceu com o lamentável advento da eleição de Bolsonaro, em 2018, com evidências fortes de manipulação. Hoje, a maioria do País – cerca de 70% da população, como bem destacou o economista carioca Eduardo Moreira –, não aceita que Bolsonaro e seus seguidores ataquem as instituições em nome de desejos totalitários.

Somos 70%

O presidente e seus apoiadores não chegam a representar 30% da população brasileira, portanto, trata-se da minoria, que tenta se sobrepor à esmagadora maioria. Por isso, a intensificação de manifestos pró-democracia, como o Movimento Estamos Juntos; o Basta!, que agrega juristas e advogados; e o Movimento Somos 70%, que ganhou corpo a partir da hashtag #somos70porcento, criada por Eduardo Moreira. Em comum, nesses movimentos, a defesa do estado democrático de direito, o antifascismo e a oposição a Bolsonaro.

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É algo que retoma historicamente o Diretas Já, em 1984, quando liberais, líderes de centro, centro-esquerda e esquerda subiram no mesmo palanque para clamar pelo fim da ditadura militar. Agora, essa mesma frente se configura novamente, porém, não é liderada por partidos, é desprovida de líder ou líderes, mas conta com o apoio de lideranças de diversas siglas, bem como categorias profissionais, artistas, intelectuais, etc. É esperado que tais manifestos sirvam para pavimentar uma ação mais intensa dos partidos oposicionistas.

O tempo natural de tolerância, observado ao início de qualquer governo, para que se possa dar trégua e avaliar o desempenho dos gestores públicos, no caso de Bolsonaro, acabou. Em relação a esse governo, não há mais o que esperar de positivo, progressista, desenvolvimentista, inclusivo ou socialmente protetor. O espaço institucional ocupado pelo presidente e seu regime também se esgotou. É o momento de mobilizar-se em defesa da democracia e derrotar os aventureiros que pretendem usurpar a Nação e lançar mão da brasilidade.

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