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Dom Orvandil

Bispo Primaz da Igreja Católica Anglicana, Editor e apresentador do Site e do Canal Cartas Proféticas

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Ao se manifestar sobre a chacina no Complexo do Salgueiro, o governador descortina o terror do Estado brasileiro

O silêncio de “seo” Cláudio Castro foi o maior de todos os brados do que ocorre no Rio de Janeiro, de interesses defendidos pelo atual governante

Cláudio Castro (Foto: Carlos Magno/GOVRJ)
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Em contradição terrorista e amedrontadora ao que disse o pastor Martin Luther King Jr ao afirmar que “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”, o ocupante do cargo de governador do Rio de Janeiro, o senhor  Cláudio Castro, silenciou por 4 dias diante da chacina de 9 pessoas no Complexo do Salgueiro em São Gonçalo na Grande Rio.

Castro somou o silêncio da cumplicidade ao do Cardeal Dom Orani Tempesta que, embora não seja Estado nem governo, é o Arcebispo de uma região mais atingida pela violência da polícia racista e miliciana no Brasil e no mundo.

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Na verdade o silêncio não foi o dos bons, mas o dos cúmplices da barbárie em forma de chacina e de genocídio.

O silêncio de Cláudio no governo enquanto a ONU, os direitos humanos da OAB-RJ, uma infinidade de ONGs, a mídia e tantas pessoas ergueram as vozes na denúncia do terror e em solidariedade ao desprotegido povo pobre e negro do Complexo do Salgueiro, não foi por postura nobre, mas a de quem buscava informações com base no que ele chamou de “instituições das polícias”.

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O silêncio de “seo” Cláudio Castro, na verdade, foi o maior de todos os brados do que ocorre no Rio de Janeiro, de interesses defendidos pelo atual governante.

O cantor “religioso” Castro elegeu-se  vice governador na onda golpista fake news de 2018. Dela participaram a sua excrescência miliciana genocida Jair Bolsonaro, o corrupto Wilson Witzel e uma penca de bandidos da pior espécie, ajudando a arrastar o Rio e todo o país para dentro do mais espantoso abismo da crise capitalista, neoliberal e sanitária.

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O que era onda se encalacrou como desgraça em muitos governos, agindo em favor dos interesses macros da burguesia internacional e nacional.

O cantor da banda “Em Nome do Pai” se inscreve nesse universo daninho neoliberal e detrator do povo, acentuadamente dos trabalhadores, dos pobres, mais ainda se forem negros.

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Não há no currículo do “seo” Cláudio nenhum compromisso com os pobres nem luta por justiça econômica e social. Pelo contrário, sua história é de alguém que trilhou desde o início da “militância” a senda dos vampiros do povo. Assim foi ao atuar no PSC (partido todo partido, social que de social não tem nada e de cristão menos ainda) ao formar aliança com o presidiário adorador de Aécio do Pó Neves, o tal pastor Everaldo (preso por corrupção). Elegeu-se vereador não por votos que não tinha, mas a cabresto de Carluxo (mais um membro do quadro curricular do evangelizador Cláudio Castro). Para completar a famosa noção popular da frase “dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, além de compor a chapa do governo do Rio com o arrogante, morista neofascista Wilson Witzel, filiou-se no Partido Liberal, o mesmo do “mito” das mentiras e motoqueiro gastador do dinheiro do povo, usando o cartão cooperativo do governo.

Filiação causal? Não existe isso neste submundo dos interesses dos atuais governantes da República e do Rio de Janeiro.

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Cada pessoa pensa a partir da circunstância que a produz, pressionada pelos interesses de quem domina o seu mundo existencial. Com Cláudio Castro e o seu silêncio ruidoso não é diferente.

Ao quebrar nervosamente o silêncio diante de quem, pra ele, não é próximo, mas pessoas a serem eliminadas e varridas da vida, Castro falou na última quinta e mostrou todo ódio e os preconceitos arcaicos dogmatizados do mundo que o faz.

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Sim, nesse mundo no qual vive e pensa o ocupante do Palácio das Laranjeiras no Rio, não há Constituição nem código penal que regem a justiça como investigação, como possibilidades de crimes praticados até mesmo pelos chamados cidadãos acima de qualquer suspeita nem acusação nem defesa. Nada. No mundo de Castro os juízos e julgamentos são dados e irretocáveis. Todos são santos e bons. As instituições policiais militares e civis são perfeitas e servem todos com igual isonomia e respeito aos direitos humanos. Tudo é perfeito.

Cinco dias depois da chacina o dito governador do Rio se manifestou. Ao mostrar-se, falou carregando os juízos e os preconceitos do mundo dos arranjos de interesses que representa, totalmente ofensivos e agressivos ao universo dos moradores do tipo Complexo do Salgueiro.

Na defensiva em favor dos policiais, Castro derramou veredito sobre a moral e a movimentação das vítimas, sem consideração a tudo o que disse o Alto Comissariado da ONU e a decisão do STF proibindo investidas policiais em favelas durante a pandemia, discursou a favor dos chacineiros e contra os pobres. Sua fala é claramente defesa de os policiais julgarem, darem vereditos e executarem pessoas com pena de morte.

Talvez calcado em crenças em Nome do tal Pai, Castro disse para ferir ainda mais o país, os negros e os pobres que “se foi completamente vestido camuflado trocar com tiro com a polícia no mangue, certamente coisa boa não estava fazendo”.

Pronto, os nove, com seis com passagens policiais, segundo algumas informações, para a autoridade máxima do Estado o que lhe importa é que, ao juízo torpe dele, “certamente coisa boa não estava fazendo”.

O juízo de Cláudio Castro, por ser parte da funcionalidade de um universo todo arranjado e irreal, de preferência mentiroso e fake news, jamais relevará as informações da própria polícia perfeita dele. Lá consta que 1514 tiros foram disparados contra 9 pessoas desarmadas. 22 PMs “santos e bons”  projetaram essa imensa carga de balas contra os que “não fazem coisas boas”, segundo o seu chefe da polícia.

Sem falarmos na gravidade de que o cenário foi todo alterado com o objetivo de culpar os  que “não fazem coisas boas”, isto é, os pobres e negros.

Mais cruel e desrespeitoso é deixar os cadáveres no meio da lama nos mangues, sem que fossem levados ao IML ou verificados  se havia sobreviventes feridos. Mas, para Cláudio Castro, as ações dos policiais são “coisas boas” contra os pobres e negros que “certamente não fazem coisas boas”.

O “seo” Cláudio Castro, agente de um mundo de pessoas que só fazem “coisas boas”,  ignora o que informou o jornalista Herculano Barreto Filho (UOL) de que “o estado do Rio de Janeiro tem oito entre as dez cidades com as maiores taxas de negros mortos pela polícia…”

“No Brasil, temos uma polícia com alta letalidade e que produz desigualdade racial. O suspeito geralmente representa a cultura jovem, negra e periférica. Isso se relaciona com um maior número de abordagens, prisões e mortes decorrentes de intervenção policial”, diz David Marques do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Parte exemplar de policiais que fazem “coisas boas” e que são de instituições prezadas pelo governador do Rio de Janeiro, atua naquele Estado. É exatamente lá que policiais milicianos assassinaram Marielle Franco, vereadora, mulher negra da periferia e LGBTQIA+ e seu motorista Anderson Gomes, um trabalhador. É de lá, como parte do mundo de “seo” Cláudio Castro, que se move a base miliciana eleitoral de sua excrescência miliciana genocida Jair Bolsonaro.

Foi em Niterói que a polícia “corajosa”, que faz “coisas boas”, segundo o juízo racista e pobrefóbico de Cláudio Castro, atirou 21 vezes contra a juíza criminal Patrícia Acioli, matando-a a frente do portão de sua casa na madrugada de 12 de agosto de 2011.

Jamais nos esqueçamos também da chacina de Jacarezinho com 28 mortos pela polícia que só faz “coisas boas”.

Listo apenas estas ações entre milhares de “coisas boas” da polícia do Rio de Janeiro e de outros Estados de nossa federação, onde a violência, o racismo, a pobrefobia são praticadas a partir de decisões de pessoas da mesma classe e mundo do “seo” Cláudio Castro.

As notícias, documentos e pesquisas se acumulam na perspectiva da formação da hipótese de que os policiais não são nada inocentes nem erram. A barbárie crescente é modelo de insegurança e de terror. A barbárie é intencional como política de limpeza racial e classista. No Rio há o senhor Cláudio Castro para apresentar oficialmente julgamentos, com vereditos e penas de morte executadas. Em São Paulo João Dória cumpre esse papel. No Rio Grande do Sul a desgraça é feita por Eduardo Leite. Etc.

Portanto, o discurso de Cláudio Castro é o estribilho do horror da destruição em nosso país, evidentemente.

Por outro lado, é necessário que se reconheça, este mundo não mudará por si e em si mesmo. Estes “bons” como Cláudio Castro e outros têm que se afastados e banidos do serviço público. Ele, sua polícia terrorista e suas instituições de classe integram uma casta dominante perversa e cruel com o povo.

Isso é política para ser assim mesmo e nosso povo grita por transformações, que virão mais apaixonadas do que as torcidas dos times de futebol.

Abraços proféticos e revolucionários,

Dom Orvandil.

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