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Toninho Kalunga

Ex-vereador do PT em Cotia. Foi coordenador Estadual de Formação Política do Diretório Estadual do PT/SP. Cristão católico ligado aos Orionitas no Santuário São Luís Orione

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Aprender com a história, ter esperanças com as lutas do povo

Foi a partir de 1999, portanto a exatos 20 anos atrás, que a geração nascida nos idos entre os anos 60 e 80 resolveram mudar o rumo da prosa

Governo quer usar R$ 160 bi de lucro do BC para pagar dívida pública (Foto: © Ueslei Marcelino / Reuters)
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Este é um tempo de bons desejos. Mas mais do que desejar um bom ano TODO, eu me arriscarei a desejar a todos uma boa DÉCADA TODA! Afinal, estamos dando início aos anos 20 do primeiro século, do Terceiro Milênio! Dedico este artigo aos meus três filhos. Marian, Gabriel e Rafael. De certo modo, será deles e desta geração a tarefa de acabar com o broto do fascismo que surgiu no Brasil.

Vejam só quanta coisa temos pra pensar, fazer e modificar. Neste sentido, mais do que iniciar uma nova década, podemos dizer que estamos iniciando uma nova geração. Sim. Se pensarmos que a cada 20 anos, temos uma nova geração se formando, nada mais justo do que revisitar as condições que essa geração que acabamos de findar, foi recepcionada. 

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Assim, desejo que essa a geração vindoura seja forte, faça da resistência sua maior marca e que tenhamos novamente o direito à utopia que faz mover sonhos, faz rumos serem modificados e reconstruções serem erguidas. E que assim seja. 

O ano de 1999 pode ensinar muito ao ano de 2019. Em 1999, Fernando Henrique Cardoso iniciava o primeiro ano de seu segundo mandato à frente da presidência da República, após um golpe chapa branca no Congresso Nacional, onde jamais se investigou a criminosa compra de votos a 300.000,00 à época, que deu a ele o direito de disputar a reeleição, numa regra que absolutamente inconstitucional.

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No ano anterior, 1998, FHC havia ganho o segundo mandato em cima de uma fraude chamada plano real, que consistia basicamente na paridade da moeda brasileira com o dólar. A razão para a emenda e encomenda paga da reeleição é que o segundo lugar em intenções de votos era Luiz Inácio Lula da Silva e que se não tivesse FHC na disputa, certamente ganharia as eleições já daquele ano. 

O ano 2000 começou com o medo do chamado BUG do Milênio e com um governo mal das pernas. Comparar os acontecimentos de FHC em seu primeiro ano do segundo mandato e ver Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato é, pra dizer pouco, uma curiosa esperança. 

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UM GOVERNO DE TRAPALHADAS E MENTIRAS: 

FHC mentiu descaradamente. Inventou e foi apoiado na mentira por toda a elite econômica do País. As TVs, jornais e rádios da época diziam que a economia ia bem... o povo é que ia mal.

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Mas era mentira, e a mentira não tardou ser descoberta. A ponto de quebrar a economia brasileira e ser socorrido pelo famigerado FMI. Estados davam calote e faziam moratórias. Exemplo foi o estado de Minas Gerais com o indefectível governo de Itamar Franco, que congelou pagamentos e salários por 90 dias.

O governo de FHC era sustentado pelo centrão político e pelo apoio das elites econômicas e midiáticas do país. O Brasil passava por uma grande crise econômica, que foi gerado por uma proposta chamada Plano Real. Tal plano deu uma estabilidade artificial à economia, colocando o dólar em paridade com a moeda brasileira, o que serviu para derrubar a inflação, empurrou as contas públicas para o abismo e entregou toda a economia nacional ao capital especulativo estrangeiro.  

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Com o Plano Real feito em 1994, sob medida para que Fernando Henrique Cardoso ganhasse as eleições, o resultado da artificialidade da ancoragem cambial, levou os bancos brasileiros a diminuir seus lucros. 

Os bancos funcionavam como viciados em crack. A inflação era o alicerce e sua fonte de exploração.  Os bancos haviam se acostumado a explorar e fazer lucro fácil com base nas elevadas taxas de inflação sendo o suor e o sangue dos pobres e dos trabalhadores sua principal fonte de receita.  

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Para se ter ideia, o percentual de ganho inflacionário no setor oscilou, nos quatro anos anteriores ao plano econômico, entre 35% e 41%. No ano seguinte ao real (1995) era inferior a 1%. 

Ou seja, todo o lucro que obtiveram em décadas de inflação apenas serviu para acumular lucros. No primeiro ano que houve estagnação, os malditos banqueiros e o governo déspota de FHC, partilhou com os já miseráveis brasileiros, o prejuízo.

O desemprego, a miséria e a fome eram alarmantes. Sem políticas públicas para salvar os mais pobres, FHC deu a bagatela de 14,8 bilhões de reais para salvar os desconhecidos bancos Marka e FonteCindam cujos correntistas eram a nobreza da elite brasileira. 

Também socorreu os bancos comerciais como Bradesco, Itaú e Santander com outras mutretas, dando a estes um total de 22,6 Bilhões de Reais através do PROER. Num total de R$ 37,2 Bilhões de Reais. 

Mas não acabou por aí. No início do governo FHC, o Brasil tinha quase 50 bancos “comerciais”, entre públicos e privados. Ao final de seu mandato, esse número foi reduzido a sete e a estes deu dinheiro para que comprassem bancos estaduais e os privados que estavam com problemas de caixa, como por exemplo, banco Nacional, Bamerindus, Noroeste e por aí vai. 

O governo federal bancou a “reestruturação” - nome pomposo pra dizer que pagou o prejuízo dos bancos estaduais - na qual o governo federal dava o dinheiro para os grandes bancos, como BRADESCO, SANTANDER, ITAU, EXCEL, ABN ANRO BANK, entre outros, e os estados ficavam como devedores do governo federal. Um negócio de pai trilionário para filho bilionário. Somente nestas operações o governo do PSDB emitiu 55,4 Bilhões de Reais (PROES).

Em cálculos atualizados pelo banco central, isso daria atualmente, apenas no ano de 1999, para o PROER: 37,2 Bilhões, algo atualizado como R$ 175,9 (Cento e Setenta e Cinco Bilhões e Novecentos Milhões REAIS).

Quando se soma a este montante o valor dado para os bancos comprar os bancos estaduais sanados e com lucros para os banqueiros e o prejuízo assumido por todos nós brasileiros, vamos aos seguintes números: PROES: O generoso governo de FHC emitiu R$ 55,4 Bi  (Cinquenta e Cinco Bilhões de Reais) em títulos federais da dívida pública. 

Esse montante equivale hoje a R$ 261,9 Bilhões de Reais que foram trocados pelos títulos podres dos estados que deram em garantia para os bancos “comprar” os bancos estaduais. 

A soma dos valores dos socorros aos bancos por FHC dá um total atualizado de 317,3 Bilhões de Reais. 

Para se ter noção do que isso significa, o governo de Bolsonaro propôs uma reforma na previdência, que retirará dos brasileiros R$ 630,0 Bilhões de Reais em 10 ANOS... Ou seja, FHC deu para os bancos em 1999, o equivalente a metade de tudo que os brasileiros pagarão nos próximos 10 anos de suas vidas pelo plano de Bolsonaro.

Tudo isso pra dizer o seguinte: foi a partir de 1999, portanto a exatos 20 anos atrás, que a geração nascida nos idos entre os anos 60 e 80 resolveram mudar o rumo da prosa. Havia um governo mentiroso, neoliberal, com seus requintes fascistóide e que em razão de sua política de governar apenas para a elite brasileira, abriu caminho para o melhor período da história brasileira para o povo pobre.

Aos que promovem o ódio, o desmatamento, a morte das águas, da natureza e dos povos que o ostracismo da história lhes reserve um lugar!

Que nossas lutas não esvaneçam! Que nossas utopias animem nossas esperanças e que este próximo período de 20 anos seja de reconstrução de um mundo possível. Que assim seja! Paz e Bem aos que são da paz e do bem!  

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