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Marilza De Melo Foucher

Economista e jornalista. Colabora com o Brasil 247 e outros jornais no Brasil, é colaboradora e blogueira do Mediapart em Paris

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As lições sobre os resultados das Eleições Europeias

Se a esquerda conseguir construir um movimento unitário, democrático e pluralista, ela poderá influenciar no parlamento europeu e reconstruir um projeto político para Europa que englobe as principais demandas dos movimentos sociais, as questões ambientais de mudanças climáticas, dos direitos humanos, da paz e de um desenvolvimento mais humano e inclusivo

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Devemos destacar que apesar de todas as críticas ao funcionamento da União Europeia, os cidadãos europeus continuam apostando na sua reconstrução. Basta ver o resultado da participação de seus eleitores (51%), o que demonstra que a democracia sobrevive aos conflitos, e que a confrontação das ideias continua acima das querelas internas que dominam o debate político em vários países.

Aqui na França, o Presidente Macron enfraquecido por um ano de mobilizações contra suas políticas neoliberais, conseguiu transformar o debate europeu em uma confrontação com a extrema direita de Marina Le Pen. O resultado é que Macron saiu derrotado e fragilizou seus aliados de direita. Ao entrar no jogo estratégico de Macron, os meios de comunicação franceses se concentraram na confrontação dos dois candidatos potenciais, esquecendo que se tratava de uma eleição que define os rumos da política europeia. Nesse sentido, participaram no enfraquecimento do debate sobre o futuro da União Europeia face aos novos desafios climático, social e geopolítico. Assim como ignoraram os programas apresentados pelos cabeças das listas de esquerda.

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Apesar do martelamento dos meios de comunicação com suas previsões que anunciavam uma vitória da extrema e ultraconservadores de direita na Europa, os eleitores preferiram frear o assalto dos ultraconservadores da direita e extrema direita no parlamento europeu. Todavia, o avanço dessas forças extremistas é uma realidade alarmante para a paz social na Europa, hoje eles ganham países como a França, a Itália, a Polônia, Reino Unido e Hungria.

Hoje o parlamento Europeu muda de configuração, a polaridade entre os velhos partidos tradicionais de centro direita e centro esquerda foi quebrada. Depois de 40 anos eles perderam a maioria absoluta e terão que compor com novos grupos

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 A morte anunciada - como se previa - da esquerda não aconteceu. A esquerda socialdemocrata e os radicais resistem melhor que o previsto. Somando o total de votos, ela continua bem representada. Os verdes se fortaleceram na Alemanha e na França. Se os partidos verdes aceitam uma aliança com o conjunto da esquerda para barrar a recomposição da direita liberal e ultraconservadora, uma outra Europa é possível. Se os partidos ou movimentos de esquerda e ecologistas não escolherem a unidade, eles permanecerão paralisados e sem estratégia política para frear o desencantamento da política europeia que leva muitos eleitores a escolher a extrema direita. A ecologia é incompatível com a ideologia neoliberal e aos valores da direita.

Não existe nenhuma esquerda irreconciliável, os valores que animam a esquerda, certamente levarão a uma convergência. Se a esquerda conseguir construir um movimento unitário, democrático e pluralista, ela poderá influenciar no parlamento europeu e reconstruir um projeto político para Europa que englobe as principais demandas dos movimentos sociais, as questões ambientais de mudanças climáticas, as questões dos direitos humanos, da paz mundial e de um desenvolvimento mais humano e inclusivo.

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