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Chico Vigilante

Deputado distrital e presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa do DF

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As mãos sujas de Moro

Moro será sim o culpado pelos conflitos e distúrbios que podem ser gerados nas ruas diante de tamanha injustiça. Com a condenação prévia de Lula, ele joga gasolina no fogo já bastante alto de insatisfação da sociedade em relação ao roteiro do golpe

São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro participa do simpósio Lava Jato e Mãos Limpas, realizado no auditório do Ministério Público Federal (Rovena Rosa/Agência Brasil) (Foto: Chico Vigilante)
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Se houver confronto e violência nas ruas do país nesta quinta, 22 de setembro, durante as manifestações do Dia Nacional de Paralisação contra as ações do governo Michel Temer, a culpa será do juiz Sérgio Moro e fanáticos da Operação Lava Jato.

Ele é injusto e a atuação de sua equipe espalha o ódio na fogueira da crise brasileira e semeia a discórdia no mundo jurídico nacional. Esta realidade é compreendida e vem sendo relatada com veemência pela imprensa internacional.

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Como podem se sentir trabalhadores ou estudantes, cientistas, profissionais liberais ou donas de casa, cidadãos sem-terra, sem teto, gente da cidade ou do campo, ao perceberem que a Justiça de seu país acusa e prende sem provas, que um presidente sem votos retira direitos, corta programas sociais e aliena as riquezas nacionais?

O Brasil e o mundo assistem atônitos a transformação de Lula em reu na Lava Jato, sem nenhuma prova que o incrimine.

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O jornal britânico The Guardian afirmou que "o palco está montado para o julgamento mais carregado politicamente na história moderna do Brasil" .

O francês Le Monde disse que Moro indiciou Lula "disposto a enfrentar a controvérsia de uma acusação fundada sob indícios frágeis, que pode gerar inquietação em muitos brasileiros".

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Ou seja, os dois estão dizendo que Moro está pagando para ver, não medindo as consequências. Claro está que Lula está sendo tratado como inimigo político e não como um cidadão brasileiro.

Após dois anos de investigações, envolvendo 300 agentes do Ministério Público, da Polícia Federal e da Receita Federal, nada foi encontrado para relacionar Lula aos desvios na Petrobrás. Nenhuma conta secreta, no Brasil ou no exterior; nenhuma empresa de fachada; nenhum pagamento ilegal, direto ou indireto.

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Tudo o que restou à Força Tarefa foram hipóteses e "convicções" em torno de um imóvel que não é e nunca foi de Lula, além do custeio da armazenagem do acervo de documentos reunidos em seu período de governo.

O próprio Lula disse por meio de nota que "o povo brasileiro e a comunidade internacional sabem que estamos diante de um processo de cartas marcadas, com o claro objetivo de excluir da vida política o maior líder popular e o melhor presidente da História do Brasil".

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Como pode o brasileiro conviver com isso?

Como consegue acordar e respirar a cada dia ao encarar um Congresso que arma na calada da noite a aprovação de uma lei que permitirá a anistia ao uso do Caixa Dois nas campanhas eleitorais?

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Como isso é possível se nos últimos dois anos o que mais ouvimos foi o discurso hipócrita de que o impeachment de Dilma Rousseff seria feito para livrar o Brasil da corrupção?

Onde buscar coragem para continuar, ao perceber que Eduardo Cunha saiu do Congresso mas seu estilo continua parte do acervo da presidência da Câmara e do outro lado da rua o ministro Geddel Vieira Lima diz que "como caixa dois não é crime ninguém deve ser punido ". Sério ?

Como não vomitar ao ouvir Temer dizer em entrevista ao New York Times que não tinha conhecimento de nenhum esquema de corrupção em seu partido quando era vice-presidente porque "era decorativo e não tinha nenhuma participação no governo".

Ora, ora, ora, todos sabemos que na delação de Marcelo Odebrecht Temer foi citado por pedir doação de R$ 10 milhões; que dois de seus aliados ( Cunha e Eduardo Alves ) com contas no exterior já caíram; e que ele Temer deveria ter sido preso por armar e tramar contra os poderes constituídos do país e usar para isso o Palácio do Jaburu, prédio público mantido com nossos impostos.

Na mesma entrevista Temer desmente seu ministro Geddel e nega fazer parte da trama da anistia, que beneficiaria nada menos que quatro pesos pesados do seu governo : Eliseu Padilha, José Serra, Moreira Franco e o próprio Geddel, além de mais uma centena de parlamentares da base aliada, citados em delações da Odebrecht e da OAS.

Alguém acredita que Temer esteja sendo sincero? Que sentimento toma conta dos brasileiros diante de tanto abuso, tanta farsa, tanta hipocrisia?

Só nos resta a indignação, a desconfiança, a ira, o desejo de lutar contra a injustiça, contra o que acreditamos ser um golpe aos nossos mais básicos direitos.

Neste momento no Brasil somos todos feras feridas e sabemos bem o que se pode esperar de feras feridas.

Milhares delas estarão nas ruas de várias cidades do país gritando "Nenhum Direito a Menos", convocadas pela CUT, CTB, UGT, Força Sindical, Nova Central, CSP-Conlutas e Intersindical, os movimentos Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo.

A mobilização, que inclui paralisações, atrasos na entrada, assembleias nas portas das empresas, passeatas e manifestações, são passos para a construção de uma greve geral no país.

Essas manifestações, que em São Paulo por exemplo são uma realidade quase diária, tendem a crescer.

A pergunta que não quer se calar hoje é: qual será a política dos comandantes das PM de São Paulo, Curitiba e outras capitais que ultimamente tem demonstrado truculência e despreparo na sua função de proteger o cidadão?

A rotina do uso de cassetetes, bombas de gás lacrimogêneo e violência gratuita contra manifestantes tem sido maior que o conhecimento e o respeito à Constituição.

Senhores comandantes, senhores policiais, é importante entenderem que por mais que alguns de seus chefes máximos governadores sejam políticos que defendam os interesses das elites deste país, PMs são brasileiros como todos os demais e tem os mesmos interesses.

Seus filhos merecem educação, saúde, previdência, cultura. Todos devemos nos dar as mãos pelo respeito aos direitos humanos e às liberdades de expressão.

Concordar com o que faz este governo golpista e esse Congresso de hipócritas é trair o Brasil. Concordar com o que fazem hoje com Lula, indiciá-lo sem provas, ou colocá-lo na cadeia para impedir que seja reeleito em 2018 presidente da República é ser cúmplice do golpe. Reprimir aqueles que se manifestam contra este crime é crime duplo.

Moro será sim o culpado pelos conflitos e distúrbios que podem ser gerados nas ruas diante de tamanha injustiça. Com a condenação prévia de Lula, ele joga gasolina no fogo já bastante alto de insatisfação da sociedade em relação ao roteiro do golpe.

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