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Guilherme Scalzilli

Historiador e escritor

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As ruas sepultaram o golpe

As manifestações contrárias ao impeachment surpreenderam a oposição. Nem tanto pelo que de fato realizaram, mas paradoxalmente pelos resultados que poderiam ter atingido em outras circunstâncias

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As manifestações contrárias ao impeachment surpreenderam a oposição. Nem tanto pelo que de fato realizaram, mas paradoxalmente pelos resultados que poderiam ter atingido em outras circunstâncias. Ou melhor, que poderão atingir com um pouco mais de organização e esperteza.

Apesar das tentativas públicas de menosprezar os atos, nas redações e nos gabinetes o tom das conversas é parecido: o governismo ainda possui capacidade mobilizadora e conta com penetração social que seus adversários não conquistaram. Enquanto as passeatas da direita flertam com a repetição, a caricatura e certo esgotamento de propósitos, as da esquerda mal começaram e têm potencial para crescer.

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As multidões com bandeiras vermelhas completaram o tripé sobre o qual assentará a permanência do governo Dilma Rousseff. O primeiro pilar é a fragilidade política da oposição, enroscada na decadência de Eduardo Cunha e nas capivaras da Lava Jato. O segundo veio com o manifesto de juristas notórios contra o golpe, atitude pouco divulgada pela mídia, mas que repercutiu nos meios jurídico e acadêmico.

As manobras golpistas precisariam dominar pelo menos um desses flancos. A frente partidária coesa, o respaldo técnico do legalismo e a unanimidade popular, mesmo atuando isolados, suplantariam as demais lacunas. Mostrando-se competitivo nas três frentes, o governo afugenta os pragmáticos do mundo político-empresarial, isolando os aventureiros numa posição incendiária que ninguém ousará bancar.

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Mas o golpe foi riscado da agenda antipetista principalmente porque os atos da esquerda criaram um novo cenário hipotético para o futuro próximo. É fácil imaginá-lo: uma onda de reações cada vez mais unidas, representativas e abertamente governistas contra o impeachment. E se os desfiles reacionários suscitarem equivalentes progressistas sempre maiores, fomentando a combalida militância para as eleições de 2018? 

Esse prognóstico sombrio domina os bastidores oposicionistas em todos os âmbitos. Por trás das verborragias ameaçadoras, seus líderes na verdade preparam uma despedida honrosa do monstro, que de tão feroz terminou rosnando para os próprios donos. A súbita transferência dos ataques, de Dilma para Lula, sinaliza a estratégia alternativa que o golpismo começa a articular.

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