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André Del Negri

Constitucionalista, professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

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Ataque de consciência

Que país é este em que há quem vote em xenófobos, machistas, misóginos e saudosistas de torturadores? No Brasil do notório homofóbico Jair Bolsonaro, o general Mourão, nosso vice-presidente, diz que não existe racismo (aqui). E quero divergir do general. O racismo, marca nacional, existe. E ele não se desconstrói daqui a uma semana porque é estrutural

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Às vezes é muito difícil compreender certos juristas. Até porque circula nas redes sociais matéria de O Povo de 2013 (aqui) na qual o renomado Ives Gandra Martins, professor paulista, falava de cidadãos que não se enquadram em minorias. E ele deu o tom da polêmica por via do seguinte marcador: “Não sou nem negro, nem homossexual, nem índio, nem assaltante, nem guerrilheiro, nem invasor de terras. Como faço para viver no Brasil nos dias atuais?”.

A fala do mencionado jurista da direitona verde-amarela reúne golpes de “imbróglio” retórico, salvo para os ingênuos e/ou ventríloquos. É que pensar tem lado. E falar em lado é falar, também, em ideologia; e se é assim, uma pergunta: para que lado uma sociedade caminha quando elege um presidente de extrema direita, como Jair Bolsonaro? 

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No campo político há um complexo de ideias que se movimentam num espectro que vai da direita à esquerda. É preciso que ocorra uma definição desse espectro político, assunto que abre prolongados debates ideológicos. Pois! Sejamos práticos e comecemos pela extrema direita, que está colado no machismo, no racismo, comportamentos de inteira compatibilidade com o que se viu no fascismo e nazismo. 

Aliás, nesse olhar mais à direita, vê-se Bolsonaro e seus fanáticos. A propósito, essa ala, digamos, bolsonarizada, está estendendo o elástico da suportabilidade. Temos vivido e sofrido dramático retrocesso civilizatório com os velhos cultores do autoritarismo, razão por que não se dispensa um olhar à esquerda, sem embargo de não se esquecer que, nela, há um espaço a ser preenchido por uma percepção mais humanitária. 

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Enfrentar a realidade, hoje, é, sobretudo, considerar um estoque de agressões a direitos fundamentais da cidadania: dignidade, liberdade e igualdade. Diante de tal quadro grotesco, a esquerda se diferencia da (extrema)-direita porque busca combater a escalada acelerada de vítimas diárias de toda espécie de violência.

O espantoso é que o ser humano abstrato da (extrema)-direita tem eixo no homem branco e heterossexual. E se não bastasse isso, na fila, por certo, está o olhar do neoconservadorismo atual, que interpreta os “direitos humanos” pelo filtro do liberalismo econômico, arcabouço que acolhe pessoas capitalizadas e empreendedoras. 

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Que país é este em que há quem vote em xenófobos, machistas, misóginos e saudosistas de torturadores? No Brasil do notório homofóbico Jair Bolsonaro, o general Mourão, nosso vice-presidente, diz que não existe racismo (aqui). E quero divergir do general. O racismo, marca nacional, existe. E ele não se desconstrói daqui a uma semana porque é estrutural.

É lançar os olhos à história e ver pelo ângulo tão bem expresso pelo historiador Luiz Antonio Simas, que o Brasil foi projetado para ser racista, brutal, segregador, concentrador de renda e homofóbico. Eis o Brasil que “deu certo” (aqui). Daí o dizer: o Brasil precisa dar errado urgentemente!

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Nestes tempos difíceis, em que o pesadelo se torna efetivo, precisamos varrer alguns personagens políticos — e toda mentalidade odiosa — para a lata de lixo dos tempos.

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