Ataques de Bolsonaro à imprensa escancaram seu medo da verdade − que não é seu forte

Por Julimar Roberto

A gritos, descontrolado e com tom elevado, na última segunda-feira (21), Bolsonaro atacou uma jornalista. “Cala a boca! Vocês são uns canalhas” foram algumas das palavras proferidas pelo presidente. A cena caótica e até difícil de assistir marcou mais um ataque do presidente à imprensa. Mais um ataque a uma profissional mulher.  

A explosão de cólera, que demonstra claro descontrole emocional e psicológico do chefe do Executivo, nos remete aos tempos sombrios da ditadura, em que a imprensa era censurada e jornalistas, calados, perseguidos, torturados e até mortos. Naqueles tempos, por meio de repreensões constantes, a verdade era ocultada e o Estado democrático de direito, corrompido. 

E por mais antidemocrática que sejam as agressões verbais, essa não foi a primeira vez que Bolsonaro atacou profissionais da imprensa. Por incontáveis vezes, ele gritou, xingou e tentou se desviar, com agressões, de perguntas que buscavam elucidar questões públicas.  

Aliás, agressão e raiva são características bem comuns a ele e a sua cúpula no poder. Traços de personalidade que, inclusive, transcenderam a base governista e chegaram aos seus apoiadores, que passaram a agredir repórteres nas ruas ou qualquer indivíduo que ouse ir contra a política genocida de Bolsonaro. 

Não à toa, os ataques à imprensa cresceram 167% entre 2019 e 2020 − passando de 208 para 428 casos. Mas é importante destacar que essas agressões não acontecem por acaso. São pensadas estrategicamente para descredibilizar  o trabalho da imprensa e manter o controle da comunicação, instigando as pessoas a se informarem na bolha bolsonarista, que, como bem sabemos, é um espaço oportuno para propagação de fake news.  

Os ataques de Bolsonaro mostram também que ele tem medo da imprensa. Tem medo porque uma comunicação forte e democrática é capaz de derrubar qualquer governo. Tem medo porque a verdade buscada pela imprensa liberta. E estar livre das amarras bolsonaristas, significa o fim do governo da morte. 

Por isso, é preciso que todas as entidades democráticas se mobilizem em torno da liberdade de imprensa, pois sem liberdade, não há democracia. Bolsonaro está com medo, está acuado e sabe que a verdade pode derrubá-lo. É hora de nos unirmos e fecharmos o cerco para o fim de Bolsonaro e sua corja! 

Viva a liberdade de imprensa! 

Viva a comunicação democrática!