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Paulo Moreira Leite

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Até quando o país irá suportar o insuportável Bolsonaro?

"Embora todos já tenham certeza da natureza destrutiva do governo Bolsonaro, o topo da pirâmide social permanece de braços cruzados ", escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

Presidente Jair Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia - Um mês e uma semana depois da descoberta do primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, a falta de estatura moral e política de Bolsonaro para dar conta da  pandemia é um fato já estabelecido e irreversível.  

Desprovido do olhar humanitário que permite a toda pessoa enxerger as terríveis consequencias de uma avalanche infecciosa  que pode levar ao túmulo centenas de milhares de homens e mulheres do país que tem o dever de defender e honrar,  Bolsonaro tenta distrair o Brasil com tolices, truques de efeito e cenas de circo que já não conseguem enganar ninguém.

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Como tem reafirmado desde sua aparição na vida pública, em 1987, quando foi denunciado pela VEJA como autor de um plano para explodir bombas no Rio de Janeiro em protesto contra baixos soldos pagos a militares, Bolsonaro tem compromissos nulos com a democracia.

Dias atrás foi capaz de denunciar uma notícia falsa, sobre um Ceasa sem alimentos em Belo Horizonte, com a finalidade lamentável de gerar pânico e insegurança numa conjuntura onde já não faltam motivos reais para a população sentir medo.

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Pela mesma razão, estimulou uma charanga na porta do palácio presidencial na qual se pedia -- 33 anos depois da reportagem da VEJA -- uma intervenção militar no país.

Numa trajetória que não pode ser acusada de incoerente em sua monstruosidade, Bolsonaro gera uma tensão permanente e destrutiva.

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Não suporta a ideia de que a sociedade brasileira tenha decidido reunir-se  para tentar salvar vidas que há muito os poderes públicos deixaram de proteger.

Sem nenhuma razão publicável, anima uma campanha de desestabilização do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, medida que só pode adicionar novas dificuldades a luta contra o convib-19.

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Por um motivo inconfessável -- inviabilizar  o projeto de confinamento entre as camadas mais pobres da população -- seu governo multiplica manobras jurídicas e pretextos políticos para adiar o pagamento da compensação de 600 reais devida a trabalhadores informais.

Para entender por que o país tem sido levado a suportar um presidente insuportável é preciso pensar nas forças que recuperaram o poder de mando na política brasileira com o golpe que derrubou Dilma Rousseff.

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Em quatro anos abriu-se   um período de retrocesso histórico constantemente atualizado por permanentes  mudanças de caráter regressivo no plano político, social e econômico.

São essas forças que, muitas vezes sem exibir a face, alimentam a fera, lhe dão sustento e tem sido recompensadas com benefícios indecorosos.  

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Enquanto a falta de recursos básicos para enfrentar o covid-19 coloca um colapso do sistema de saúde no horizonte das possibilidades reais, com o saldo terrível de mortos e feridos que se pode imaginar, o setor financeiro recebeu na veia a fatia maior de um pacote de 1,2 trilhão de reais.

O país afunda mas os homens do poder e do dinheiro grosso simulam olhar a paisagem. Não se sentem culpados nem julgam ter maiores responsabilidades. Embora o presidente tenha acumulado toneladas de crimes de responsabilidade e ofensas ao decoro, a atitude clássica permanece: nada falar, nada ver nem ouvir. Apenas tirar vantagem -- como dizia um velho anuncio de uma velha marca de cigarro.

É um comportamento conhecido pela perversidade e tem vários antecedentes histórico, inclusive o mais terrível.

"Se mantém lá, impassíveis, como máquinas de calcular nas portas do Inferno", descreve Eric Vuillard, referindo-se aos barões do capitalismo alemão que sentaram-se com Hitler para garantir a sustenção do nazismo, preferindo calar-se diante do que deveria ser denunciado.

É assim, contando moedas, que operadores do poder e do dinheiro trabalham para desviar um  país de seu melhor destino.

Alguma dúvida?

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