Atual presidência da Fundação Palmares: mentiras e aberrações
Obscurantista e negacionista, Bolsonaro e o círculo que o apoia – setores evangélicos, ultraliberais, forças armadas e policiais além da mídia corporativa, especialmente a Joven Pan – realizam esforços para sustentar o racismo estrutural
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Muitos estudiosos sérios e comprometidos com o rigor científico já demonstraram que o racismo estrutural existente no Brasil afeta diretamente as populações de cor. Os dados do IBGE e de outros institutos explicitam, através de números, que a população negra, por conta do racismo estrutural, recebe salários menores que a população branca, insere-se em postos de trabalho mais simples, convive diariamente com a violência policial (com tons de discriminação e preconceito) e com os problemas de moradia, saneamento básico, dentre outros. A própria pandemia revelou, dentre outras desigualdades sociais, esta que é racial.
Em que pese todos os dados e informações que revelam essa desigualdade que é racial, o esforço do atual (des)governo em ignorar e negar isso é constante. Obscurantista e negacionista, Bolsonaro e o círculo que o apoia – setores evangélicos, ultraliberais, forças armadas e policiais além da mídia corporativa, especialmente a Joven Pan – realizam esforços para sustentar o racismo estrutural. Mourão, por exemplo, recentemente disse que “não há racismo no Brasil”. Outras pessoas também reforçaram essa mentira, como o próprio presidente.
Um personagem que se coloca na linha de frente na defesa dessa mentira de que não há racismo estrutural no Brasil é o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo. Esta figura, em geral, aparece na mídia pelos absurdos que profere. Entre eles: chamou o movimento negro de “escória maldita”, disse que não daria um centavo para “macumbeiro”, defendeu o fim do dia da Consciência Negra e, pasmem, afirmou que a escravidão foi benéfica aos seus descendentes. Mentiras e aberrações!
Se não bastasse isso, a última aberração foi a publicação de uma portaria no dia 2 de dezembro do ano corrente, uma terça-feira, na qual determinou a exclusão de homenageados vivos (pela sua atuação na defesa dos Direitos Humanos e do campo cultural) da “Lista de Personalidades Negras”. Segundo a portaria, as homenagens só seriam permitidas se fossem póstumas. Com isso, nomes como os de Milton Nascimento, Gilberto Gil, Marina Silva, Paulo Paim, dentre outras personalidades homenageadas em vida, foram excluídos da referida Lista.
Essa ação de Sérgio Camargo está alinhada a do (des)governo atual (de Bolsonaro/Mourão aos círculos que os apoiam e sustentam) e não destoa do conjunto das suas falas e ações anteriores, cuja finalidade é de negar o racismo estrutural para a sua permanência na sociedade brasileira. Nessa perspectiva, acabar com as homenagens a personalidades negras vivas é um esforço no sentido de tornar invisíveis (calar mesmo) as suas vozes e tudo o que delas ecoam, o que se materializa como um ataque direto a população de cor.
Felizmente a portaria baixada por Sérgio Camargo no âmbito da Fundação Palmares foi revogada uma semana depois, no dia 9 de dezembro, por um decreto legislativo aprovado no Senado que suspendeu os seus efeitos legais.
Não obstante, no imaginário do (des)governo e do presidente da Fundação Palmares a criação de mentiras e aberrações seguirão a todo vapor, pois serve para criar inimigos internos e discursos de ódio com a finalidade de manter seus apoiadores (chamados já por muitos de “gado”) em estado de êxtase, sempre a postos para destruir os seus “inimigos imaginários”.
Não podemos dizer que isso não funcionou. Bolsonaro foi eleito com a mentira do “Kit Gay” e com a invenção da “ideologia de gênero”. Com o apoio da mídia corporativa que tem a obrigação de reconhecer que teve participação em tudo isso que vivemos hoje, mentiras e aberrações!
É hora de dizer CHEGA!
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