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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Avisem Temer que Trump não é bonzinho

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Alex Solnik)
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Uma coisa é certa: apesar da overdose de Eike Batista atualmente em cartaz na imprensa brasileira, tudo aqui ficou pequeno e insignificante depois que Trump assumiu o poder.

Temer, Lava Jato, Teori, Carmen Lúcia, Odebrecdht, Cabral, Aécio, Rodrigo Maia, Eunício de Oliveira, Rodrigo Janot, Dória ficaram menores do que já eram, perderam relevância diante do caos que o novo presidente americano conseguiu instalar em apenas dez dias de mandato, que podem ser definidos, mais uma vez, como "Os 10 dias que abalaram o mundo", que foi como o escritor John Reed definiu a revolução soviética de 1917.

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Como era de se esperar das limitadas, incultas, despreparadas e opacas autoridades brasileiras, não se ouviu um só comentário de Brasília a respeito do terremoto, o que mostra, mais uma vez, de forma contundente, a nossa não inserção no contexto global e a nossa insignificância na geopolítica mundial, apesar da nossa enorme população, imensa dimensão geográfica, potencial agrícola e das nossas ainda mal exploradas e infinitas riquezas naturais na terra, embaixo dela e também nas profundezas do mar.

Temer não conseguiu produzir um só comentário a respeito das mudanças que Trump introduziu, não falou nem contra nem a favor. Somente o chanceler José Serra publicou uma nota tímida expressando "preocupação" com a construção do muro entre Estados Unidos e o México. "Preocupação" e não "reprovação" ou qualquer palavra mais forte como caberia se o Brasil fosse de fato o líder da América Latina.

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Fossem mais argutos e mais proativos nossos governantes, se tivessem conhecimento do passado do mundo e visão do futuro, se fossem estadistas, em suma, já teriam manifestado, ao menos, posição firme contrária ao muro que, se for concretizado vai isolar não só o México dos Estados Unidos, mas toda a América Latina, inclusive o Brasil e também condenação de todo o conjunto de medidas contra imigrantes que vai afetar os brasileiros que tanto admiram aquele país e despejam fortunas em suas constantes viagens à Disneyworld e a Nova York.

Há duas explicações para o silêncio: 1) o governo Temer não entendeu ainda o que está acontecendo e 2) tem medo de melindar o novo imperador.

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Enquanto americanos e outros povos tomam as ruas empunhando cartazes em repúdio às medidas truculentas, anti-humanitárias e xenófobas, os brasileiros continuam feito baratas tontas, linchando Lula, divertindo-se com as degraças e a peruca do Eike, debatendo se grafite é pichação, discutindo quem "matou" Teori, esquentando os tamborins para o carnaval e imaginando que do caos trumpiano vão surgir oportunidades para ampliar nosso comércio com os Estados Unidos. Rs, rs, rs.

Não percebem que Trump não está nem aí para o Brasil. Nem sabe que existimos. E, quando o avisarem de que existimos vai tratar de nos esmagar, como se acostumou a fazer com os que não têm coragem de enfrentá-lo, com seu estilo truculento que emprega tanto contra os covardes, como contra as minorias étnicas e as mulheres.

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Não percebem que tudo o que ele tem dito e feito até agora se baseia em táticas do nazismo, o que não será bom para o Brasil nem para país algum.

Afirmou que só não venceria se houvesse fraude eleitoral.

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Desqualificou toda a imprensa que taxou de desonesta.

Por meio do seu twitter repete tantas vezes suas mentiras até virarem verdades.

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Quem discorda dele é seu inimigo.

Não passa um dia sequer sem sua imagem ocupar enormes espaços na imprensa.

Toma todas as decisões sem consultar nenhum dos outros dois poderes – o Legislativo e o Judiciário.

Quer sempre vencer no grito.

Todas suas declarações são hostis.

A diferença entre os anos 30 e os tempos atuais é que os alemães aceitaram o nazismo porque era a primeira vez, eles não sabiam o que era e agora o mundo já sabe quem foi e o que fez Hitler, por isso não aceita, protesta e denuncia Trump.

Menos no Brasil.

Alguém precisa avisar Temer que Trump, ao contrário do americano da piada, não é bonzinho.

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