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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Baixa o tacape neles, Alessandra

"Temos brancos com bolsas de índios, pulseiras de índios e adereços de índios adquiridos em butiques. Mas Alessandra Negrini não pode desfilar fantasiada de índia ao lado de uma índia maranhense que a admira por assumir e dar visibilidade a povos massacrados por Bolsonaro e seus cúmplices", escreve o jornalista Moisés Mendes sobre as críticas à atriz

(Foto: Reprodução/Instagram)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

As esquerdas que debatem com fervor se Alessandra Negrini pode ou não se fantasiar de índia merecem mesmo o mundo de Bolsonaro, dos filhos de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, Weintraub, dos generais de Bolsonaro, de Damares e dos milicianos.

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Há uma pretensa densidade no questionamento da fantasia de Alessandra como rainha do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, de São Paulo. Botaram na rua, para atacar Alessandra, uma esquerda que pretende ser reconhecida, mesmo que como fantasia, como seletiva, esperta e muito inteligente.

A líder e ativista indígena Sonia Guajajara já saiu ao lado de Alessandra. Mas os brancos não querem saber disso, porque a atriz estaria se apropriando de símbolos que não são dela. É o pessoal que mistura questões identitárias com o lugar de fala e outras abordagens que não domina direito.

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Fazendo isso, fingem ser parte de um contingente de intelectualizados do século 21. Tentam brilhar em tempos de precarização geral do pensamento de esquerda.

Não é o que poderia ser (que bom que fosse) uma nova esquerda porra louca, mas uma esquerda que se autoproclama como profunda, mesmo que apenas contemplativa, e que por isso despreza gente alegórica tipo Alessandra.

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Fantasiar-se de índio, para essa gente, seria o mesmo que brincar de blackface. Que bobagem. A extrema direita se diverte com os que atacam Alessandra. É mais entretenimento para o bolsonarismo.

Esses dias, Renato Janine Ribeiro escreveu no seu perfil aqui no Facebook que, enquanto a direita avança, “a esquerda discute se está viva, se morreu, se fica orgulhosamente só, se faz alianças”.

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O que temos agora, depois da banalização (muitas vezes rasteira) do conceito de lugar de fala, é o debate sobre lugar da fantasia. Tem gente que vai a bailes, ao cinema ou desfila em shoppings com bacanas com seus colares de índios.

Temos brancos com bolsas de índios, pulseiras de índios e adereços de índios adquiridos em butiques. Tem muita gente boa vivendo de imitações de objetivos indígenas, e com grife.

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Mas Alessandra Negrini não pode desfilar fantasiada de índia ao lado de uma índia maranhense que a admira por assumir e dar visibilidade a povos massacrados por Bolsonaro e seus cúmplices.

O que tem mesmo é gente pedindo pra levar bordoada do Carluxo e do Weintraub. Muitos dos que atacam Alessandra são defensores das alianças com a direita. Outros querem a volta de Marta Suplicy. Mas não aceitam a índia Alessandra.

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São os terraplanistas da esquerda. Fantasiem-se logo de Reinaldo Azevedo e botem o bloco na rua.

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