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Banheiros público

"Élivre e gratuito o acesso de pessoas maiores de 60 anos e portadores de deficiência física ou mental a banheiro públicos, como em rodoviárias e aeroportos", escreve o colunista Frei Betto. "E é no mínimo falta de ética e profundo desrespeito ao ser humano uma loja impedir que idosos e portadores de deficiências tenham acesso às instalações sanitárias"

(Foto: Gov. de São Paulo)
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As pessoas costumam lavar as mãos após usarem o banheiro, ou pelo menos é recomendável que o façam por uma questão de higiene para ter uma boa saúde. Mas é importante um alerta. Há três tipos de recursos para secá-las: papéis, toalhas rolantes e secadores elétricos. Os papéis são os mais higiênicos, embora alguns sejam tão finos e frágeis que se desmancham nas mãos do usuário, obrigando-o o retirar um volume maior, o que onera o fornecedor. As toalhas rolantes são recomendáveis quando ainda se tem acesso a partes que ainda não foram usadas. O problema reside nos secadores a vapor.

Pesquisa da Universidade de Connecticut (EUA), publicada na revista “Applied and Environmental Microbiology” (2018), comprovou que os secadores disseminam bactérias nocivas. Após usar o banheiro, a pessoa dá descarga com o vaso destampado. Quando o secador é ligado, a máquina suga e aquece o ar do recinto cheio de bactérias fecais e as expele de volta nas mãos do usuário.

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Na pesquisa foram usadas placas para coletar o ar expelido por secadores de mão de banheiros da universidade. As placas expostas ao secador por 30 segundos tiveram uma média de 18 a 60 colônias de bactérias, o que comprova que esses equipamentos representam um risco potencial à saúde. Em vez de limpar as mãos, os secadores a jato de ar sujam ainda mais.

Idêntica investigação se fez na Universidade de Leeds (Reino Unido), no Hospital Saint-Antoine de Paris e na Universidade de Udine (Itália). Constatou-se que os secadores automáticos são verdadeiros canhões de bactérias. Até porque há quem não lave as mãos adequadamente e, ao colocá-las sob o jato de ar quente, ajudam a disseminar as bactérias residuais. Na comparação entre o secador de jato de ar e o de toalha rolante se constatou, em Udine, 100 vezes
mais bactérias no secador; em Paris, 33 vezes; em Leeds, 22.

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A virulenta estirpe bacteriana Staphylococcus aureus, resistente à meticilina (antibiótico), era três vezes mais predominante nos banheiros de hospitais no Reino Unido durante os períodos em que foram utilizados os secadores de ar. Bactérias resistentes à penicilina e a outros antibióticos - e, portanto, difíceis de tratar - foram encontradas com mais frequência também. As enfermidades são consequência da falta de higiene adequada.

É bom lembrar que, segundo a Lei 3884/2002, é livre e gratuito o acesso de pessoas maiores de 60 anos e portadores de deficiência física ou mental a banheiro públicos, como em rodoviárias e aeroportos. E é no mínimo falta de ética e profundo desrespeito ao ser humano uma loja impedir que idosos e portadores de deficiências tenham acesso às instalações sanitárias. Projetos de lei permitindo o acesso livre e gratuito a sanitários de estabelecimentos comerciais dormem nas gavetas do Congresso Nacional.

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