CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Ricardo Kotscho avatar

Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

330 artigos

blog

Bastaram 45 dias para Bolsonaro provar que não tem condições de governar

"Agora, que o país vai descobrindo, a cada dia mais assombrado, de quem se trata, não adianta repetir que 'é preciso torcer para dar certo porque estamos todos no mesmo avião'", avalia o jornalista Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia, sobre as sucessivas crises que acometem o início do governo de Jair Bolsonaro; "Das duas uma: ou os generais vão tutelar o ex-capitão por mais quatro anos ou o país enfrentará uma crise institucional sem precedentes. A primeira providência deveria ser tirar os celulares das mãos dos Bolsonaros"

Bastaram 45 dias para Bolsonaro provar que não tem condições de governar (Foto: Marcos Corrêa)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia

Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2018.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Está na hora de falar português claro, com todas as letras: o capitão reformado Jair Messias Bolsonaro já provou, apenas 45 dias após a sua posse, que não tem a menor condição de governar o país por quatro anos.

O batalhão de generais que ele levou para o governo já sabe disso.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Eleito presidente da República sem participar de debates, sem apresentar qualquer plano concreto de governo, apenas atacando os adversários e repetindo bordões imbecis nas redes sociais, era uma caixa preta levada pelo voto ao Palácio do Planalto para derrotar o PT.

Agora, que o país vai descobrindo, a cada dia mais assombrado, de quem se trata, não adianta repetir que "é preciso torcer para dar certo porque estamos todos no mesmo avião".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Não tem como dar certo. Bolsonaro vai pilotando a esmo, sem qualquer plano de voo, desviando das nuvens pesadas em meio a tempestades que ele mesmo e seus celerados filhos não cansam de provocar.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Os militares que o apoiaram sabiam muito bem quem era o capitão reformado pelo Exército aos 33 anos por atos de indisciplina, não podem alegar inocência.

Bastava consultar seu prontuário no breve tempo em que serviu ao Exército.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Mesmo sabendo o risco que corriam, foi a forma encontrada pelos militares e seus aliados daqui e de fora para voltarem ao poder, apenas 34 anos após o fim da ditadura.

Definido pelo general Ernesto Geisel como "mau militar", Bolsonaro passou sete mandatos escondido no baixo clero da Câmara, sem fazer nada que preste, e resolveu ser candidato apenas por capricho para combater seus inimigos reais ou imaginários.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Fez da campanha eleitoral uma guerra, imitando arminhas com as mãos, e ameaçando fuzilar a petralhada.

Uma vez no poder, continua sua guerrilha nas redes sociais, sob o comando do filho Carlos, mais conhecido por Carlucho, o 02, chamado pelo presidente de "meu pitbull".

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

Ao retornar a Brasília nesta quarta-feira, depois de passar 17 dias internado num hospital em São Paulo, recuperando-se da terceira cirurgia, sem passar o cargo para o vice, em quem ele e os filhos não confiam, Bolsonaro encontrou um banzé armado no Palácio do Planalto.

O 02 resolveu detonar pelo twitter o secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, dono do cofre da campanha do PSL, denunciado por variadas falcatruas com a verba do fundo eleitoral.

Em mais uma entrevista à Record, Bolsonaro apoiou o filho e resolveu carbonizar o seu ministro mais próximo, dando uma ideia do clima no Palácio do Planalto.

Bebianno, que deve saber demais, não pediu demissão nem foi demitido até a hora em que escrevo este texto.

Como devem se sentir agora os outros auxiliares do presidente, que nem conhecia a maioria deles, e foi montando seu ministério meio a olho, catando o que de pior encontrou em cada área?

Este já é de longe o pior ministério da história da República. E vai governar com o pior Congresso e o pior Supremo Tribunal Federal que já tivemos.

Com a revelação do laranjal de candidatos bancados com dinheiro público, desviado para gráficas fantasmas, sabemos agora como foi montado o esquema da "nova política", que levou uma manada de cacarecos para Brasília.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

Antes que se pudesse imaginar, eles já estão se engalfinhando por nacos de poder no governo e no Congresso, num clima de desconfiança generalizada, todos andando de costas para a parede.

Twitter, WhatsApp, Facebook, tudo isso pode ser muito bom e bonito para eleger um presidente pelas redes sociais, mas é impossível governar com um celular na mão, sem ter a menor ideia do que se pretende fazer para enfrentar os gravíssimos problemas sociais e econômicos do país.

A impressão que me dá é que Jair Bolsonaro não esperava ganhar a eleição quando se lançou candidato e agora já deve estar arrependido de ter vencido.

De crise em crise, de recuo em recuo, de trombada em trombada, a caixa preta desse circo de horrores vai sendo aberta para espanto do mundo civilizado.

Das duas uma: ou os generais vão tutelar o ex-capitão por mais quatro anos ou o país enfrentará uma crise institucional sem precedentes.

A primeira providência deveria ser tirar os celulares das mãos dos Bolsonaros.

Vida que segue.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO