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Marconi Moura de Lima Burum

Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Trabalha na UEG. No Brasil 247, imprime questões para o debate de uma nova estética civilizatória

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Bolsonaro: 4 mil anos em 4 [de retrocesso civilizatório]

O candidato do PSL disse em alto e bom som que vai revogar o Acordo de Paris. Na prática, isso significa trair um consenso de líderes mundiais para combater as mudanças climáticas

Bolsonaro: 4 mil anos em 4 [de retrocesso civilizatório]
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Além das centenas de porcarias que saem da boca desse candidato que teima em não apresentar nenhum conteúdo civilizatório para o caso de ele ser (eventualmente) eleito Presidente da República e, ao contrário, representa o candidato das anti-propostas, agora Bolsonaro vai ao extremo da potência de risco não mais ao Brasil, todavia, ao equilíbrio ambiental do Planeta.

Ora, mesmo os desavisados que jogam papeis de balinha na rua, e aqueles que não gostam de discutir temas ambientais, pois acham uma chatice, vão concordar comigo que ninguém gostaria de ver um filho, ou um neto sem água para beber; sem um ecossistema minimamente equilibrado à existência dos povos.

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Pois bem! Bolsonaro foi bem além agora do que ensinar criancinhas a apontar armas, incitar a violência contra os negros, mentir sobre "kit gay", desejar matar seus adversários, tudo isso elementos fáticos de uma lógica temporal. A rudeza desse candidato – o homem das cavernas com direito a voz e voto – agora ultrapassou todos os limites da razoabilidade: Bolsonaro quer acabar com a Amazônia[1] e a reservas de ÁGUA doce[2], a exemplo.

Explico.

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O tal candidato concedeu entrevista estes dias (são palavras dele que surdos e mocos, desculpem a forma de falar, não querem sequer baixar pelo Google para ver a verdade sobre "seu" candidato). Nessa entrevista ele disse que vai fundir o Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura. Ora, qualquer adolescente que tenha algum estudo por mínimo que seja, sabe o que isso significa: a RAPOSA vai cuidar do GALINHEIRO. Por quê? Bolsonaro afirma que vai colocar um ruralista para cuidar deste Superministério.

Porém, ele foi adiante na entrevista. Disse que reservas indígenas são como "micro países dentro de um país". Vamos pensar. Mesmo que tu não gostasse de índio, digamos (enfim, não posso mudar teu pensamento), mas concordas comigo que uma Reserva Indígena é também uma campo florestal protegido pelo Estado Brasileiro para que não haja degradação ambiental de larga escala? Isto é, uma reserva é mais que ter tribos de 1.000 pessoas dentro fumando cachimbo; trata-se de um parque ecológico em que o Governo, pela Constituição Federal, é obrigado a cuidar a fim de que nossos bisnetos tenham aquela reserva para seu futuro.

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(Pesquise o que diz o Art. 225 da CF-88.)

Bolsonaro foi além em suas falas. Disse que deve-se acabar com a "indústria da multa" ambiental. Puxa vida! Qualquer leigo, por mais ignorante que seja, tem ciência de que são as regras (leis) ambientais que ainda protegem – um pouquinho – a que um latifundiário de lavoura de monocultura extensiva de soja, milho etc., garanta ao menos não devastar toda uma mata de Cerrado. Portanto, quando um fazendeiro (apenas aqueles que são do mal) teima em destruir a mata ciliar na beira dos rios e avançar com suas correntes e tratores sobre as árvores é que o IBAMA vai lá e pune esse "menino travesso" do Meio Ambiente. Não é acabar com as "Leis Ambientais" (fato que o discurso traz em seu implícito para quem sabe ler entrelinhas); é garantir o equilíbrio entre o Desenvolvimento Econômico e a Sustentabilidade Ambiental.

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O candidato do PSL (que há 28 anos está teimando suas bravatas como Deputado Federal – é só baixar as falas deles ao longo de anos na Câmara) disse em alto e bom som que vai revogar o Acordo de Paris[3]. Na prática, isso significa trair um consenso de líderes mundiais para combater as mudanças climáticas, cujo aumento das temperaturas no ecossistema tendem por derreter as geleiras da Antártida e, consequentemente, ir afundando algumas cidades costeiras do Planeta (tipo: o Rio de Janeiro, ou Florianópolis), além de ser a causa de tsunamis e outras tragédias em vários países do mundo.

A equipe deste candidato resolveu "recuar" e parar de falar sobre essas "mudanças". Como Bolsonaro é igual a camaleão: adapta suas mentiras ao público que o ouve em cada lugar que vai, é provável que ele "des-diga" o que disse (e os robôs acreditem). De todo modo, não creio em mais nada de bom que este homem fale. Entretanto, tudo que de ruim vier da boca de um mentiroso, é melhor não apostar, pois as forças do mal podem usá-lo para intenções enviesadas.

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A verdade é que Bolsonaro é a síntese ambulante da barbárie. E percebe que não se trata de ele mandar "matar seus adversários" (como já falou por várias vezes), todavia, suas propostas serão a inconsequência para a destruição do ecossistema brasileiro, quiça o global. E tudo que ele vai destruir, para os eleitores iludidos, não se conserta nos 4 anos de outro presidente que entrar (Presidência não é igual a trocar de cueca; é coisa séria!). Se ele fundir os ministérios e acabar com algumas leis ambientais, além de outras aberrações, as nossas florestas precisarão de 4 mil, 4 milhões de anos para se reestabelecer; para ressuscitar. Nossa alma, por certo, já estará no Céu (ou em outro lugar). Contudo, que direito temos de deixar um Planeta pior para as futuras gerações - por séculos adiante?

Pense! Não vote nesse tipo de risco. Não é mais somente "nós" e "eles"; são nossos filhos, netos e bisnetos que precisam da nossa responsabilidade. Não coloque sua impressão digital nessa loucura civilizatória que se apresenta.

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[1] É bom lembrar que a Amazônia (é nossa!, mas serve à humanidade), é responsável pela principal filtragem do gás carbônico do Planeta, produz energia e fotossíntese necessária para ser devolvidos em oxigênio a todos nós; portanto, é o equilíbrio da vida humana, animal e vegetal de toda a Terra. Se for desertificada, após algumas décadas, morreremos todos [humanos] por conta do aquecimento global.

Ah, antes que esqueçamos, a BIODIVERSIDADE das nossas florestas servem para curar as pessoas (remédios) e serve para agregar valor à nossa economia e nossa ciência. (Estude a respeito.)

[2] Você sabia que o Cerrado é o "berço das águas"? E que o Brasil possui os dois maiores aquíferos de água doce do Planeta: o Guarani e o Alter do Chão.

É no Cerrado que nascem as principais bacias hidrográficas da América Latina: Amazônica, Tocantins, São Francisco e Prata. Sem água não podemos viver.

Sabe o tal do petróleo que hoje é a causa das principais guerras entre EUA e os povos árabes? Pois bem! Daqui a algumas décadas, a água será o motivo das grandes guerras. E o Brasil já é o maior produtor de água potável de toda a Terra. Portanto, o país mais rico do mundo, sem dúvidas.

[3] Trata-se da "Conferência do Clima", realizada na cidade-luz, em 2015. O Acordo, que prevê uma série de responsabilidades (e responsabilizações), foi assinado por 195 países. (Clique aqui e entenda mais.)

O Brasil não tem o direito de retroceder tanto.

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