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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Bolsonaro decepciona Centrão que pode namorar Esquerda

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Neoliberalismo separa Bolsonaro do Centrão

O presidente Bolsonaro decepcionou o Centrão e seus novos líderes no Legislativo, deputado Arthur Lira(PP-AL), presidente da Câmara, e senador Rodrigo Pacheco(DEM-MG), presidente do Congresso, na primeira reunião que tiveram para traçar novos rumos do governo em meio à pandemia do novo coronavírus, que exige nova agenda  para o país, ao contrário da agenda negacionista recessiva vigente na primeira fase da Era Bolsonarista; ocorreu desencontro; as propostas encaminhadas pelo titular do Planalto se mostraram incompatíveis com os discursos dos novos líderes; estes defenderam apoio total aos gastos sociais para combater a pandemia; proclamaram prioridade à vacinação em massa da população o mais rápido possível e, simultaneamente, retomada do desenvolvimento, para combater o desemprego que afeta cerca de 15 milhões de trabalhadores; nessa agenda desenvolvimentista, o Centrão quer prioridade à aprovação de novo auxílio emergencial, que determinará, por sua vez, flexibilização do teto neoliberal de gastos; certamente, os líderes do Centrão desejam repetir o que fizeram no ano passado: no auge da pandemia, aprovaram orçamento de guerra, aliando-se à oposição; o resultado foi imediato, como aumento do poder aquisitivo dos socialmente excluídos e retomada das vendas no varejo, que elevaram arrecadação tributária.

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São Francisco de Assis

O governo comprovou que é dando que se recebe, como ensina São Francisco de Assis; deu auxílio, recebeu impostos; maior distribuição de renda para gastos em consumo produziu novas expectativas para o setor produtivo; quem, naturalmente, não gostou foi o mercado financeiro especulativo; este saiu com discurso atravessado de que o país não suportaria o excesso de gastos que, antes de ser gasto, mostrou representar investimento, que puxou demanda global; dessa forma, Bolsonaro, se insistir na agenda ultraneoliberal que o ministro Paulo Guedes colocou em suas mãos para negociar com o Centrão em seu primeiro encontro de trabalho, pode ser ultrapassado por eventual nova aliança do Centrão-Esquerda, não, apenas, para aprovar novo auxílio emergencial, mas, principalmente, uma agenda de desenvolvimento antineoliberal; especialmente, o novo líder do Senado, Rodrigo Pacheco, Centrão da primeira hora, não gosto de estar na agenda bolsonarista privatização da Eletrobrás; ele havia informado que essa possibilidade estaria descartada; o Centrão discorda da privatização da estatal, cujas políticas são fundamentais para desenvolvimento regional com o qual os centristas estão comprometidos com os governadores e prefeitos.

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Críticas tucanas

Os próprios economistas conservadores tucanos, como Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações de  FHC, diz que Guedes encontrará mais dificuldade para negociar no Congresso suas propostas de ajuste fiscal radical; outro tucano que vê mais à frente o inevitável choque entre Bolsonaro e Centrão, caso vigore o neoliberalismo radical pauloguedeseano, é o ex-presidente do BC, na Era FHC, Armínio Fraga, contrário ao receituário neoliberal que leva o BC a se transformar em maior fonte de déficit público, ao trabalhar para enxugar a liquidez no mercado, sustentando juros altos que impactam a dívida pública; um terceiro tucano que há mais tempo vem descascando Paulo Guedes e seu neoliberalismo economicida é Andre Lara Resende, fracamente, favorável à flexibilização monetária; prega maior emissão de moeda que, segundo ele, não pressionará inflação, já que se gastará em moeda nacional, não internacional, para dinamizar a economia; Lara, Armínio e Mendonça de Barros, tripé tucano histórico, dão, portanto, a receita para flexibilidade neoliberal compatível com o discurso do Centrão, o qual, por sua vez, é negociável com o da oposição, no Congresso.

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Plenário radicaliza e assusta Lira

O PT e aliados na esquerda, com seu programa macroeconômico alternativo, sintoniza-se com Armínio Fraga, André Lara Resende e Mendonça de Barros, sem falar com o que virou anti-tucano, como o ex-ministro da Fazenda, Bresser Pereira, no Governo Sarney, igualmente, crítico acerbo de Paulo Guedes; Bolsonaro, com sua agenda antidesenvolvimentista favorável às reformas neoliberais que aprofundam recessão e desemprego, apresentadas, hoje, ao Centrão, recebeu o troco no plenário da Câmara; chamaram-no de genocida e fascista; tais adjetivos se intensificarão, provavelmente, se faltarem recursos para combater pandemia por conta do teto neoliberal de gastos, contra o qual todos, no Congresso, já se levantam; ou Bolsonaro flexibiliza a economia ou aumentará a pressão pelo seu impeachment, nas ruas com o FORA BOLSONARO; Lira está com essa arma na gaveta; se as ruas se encherem contra o bolsonarismo negacionista, ele fará como fez Rodrigo Maia? O que salva agora Bolsonaro do impeachment é a mudança da política econômica, que junta esquerda e direita liberal contra ultradireita ultraneoliberal; o clamor pede que seja interrompida recessão e que se dê condições de combate efetivo ao novo coronavírus, com suas perigosas mutações ininterruptas a apontarem para expansão da pandemia e, consequentemente, do caos econômico e social.

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