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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Bolsonaro é a crise

A pergunta que não cala é até quando assistiremos passivamente a essa pantomima de governo? O desdém com que o ocupante do Planalto lida com a situação é deplorável e somente faz crescer nossos problemas. E ainda foram às ruas para defendê-lo?

(Foto: Carolina Antunes/PR)
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No editorial da Folha de S. Paulo de 10 de março faltou apenas o acento para o fiel retrato do momento: Bolsonaro é a crise. A anestesia política em que vivemos é refletida na repercussão da divulgação do ‘pibinho’ de 1,1%, metade do esperado. Fosse em outros governos progressistas, a histeria se instalaria e imediatamente avocaria misericórdia divina para tirar o mandatário da nação, como já foi feito. A questão é que com o coronavírus covid-19, mais uma crise do petróleo e a base de crescimento muito inferior ao mentirosamente vendido no ano passado, estaremos à beira da recessão. A pergunta que não cala é até quando assistiremos passivamente a essa pantomima de governo? O desdém com que o ocupante do Planalto lida com a situação é deplorável e somente faz crescer nossos problemas. E ainda foram às ruas para defendê-lo? Certo que foram apenas alguns “gados pingados”, brancos e idosos em ampla maioria, representativos de uma classe que não possui a mínima noção do que seja a totalidade de país.

O conjunto até aqui é uma perfeita receita de impeachment, apesar de pouco provável que o miliciano cercado de milicos consiga ser tirado agora do poder. Devia ter sido preso há quatro anos quando no plenário da Câmara enalteceu o torturador da ditadura. Se naquela ocasião, de forma explícita, não lhe foi atribuída quebra de decoro, agora com o caos em triunfo, dificilmente o será. Há uma retumbante surdez nacional, e, adicionalmente, lobotomizados já são todos os bolsonaristas, desde quando elegeram um presidente sem nenhuma plataforma de governo ou a mínima noção do cargo que ocupa.

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No entanto, ao ouvir outras vozes que deveriam carregar experiência, a frustração aumenta. Fernando Henrique Cardoso continua se esquecendo que Jair Bolsonaro afirmou que o ex-presidente deveria ser fuzilado. Portanto, a tranquilidade por ele pregada como a “hora de convergir” é apenas a irresponsável e constante posição de estar em cima do muro, sua e de seu partido, que assistiram calados a golpes e atentados à Constituição. Ou melhor, apoiando e fazendo parte deste governo. Quando na presidência, FHC contemporizou ao dizer que Bolsonaro não é um sem caráter, mas “um obsessivo, um direitista inconsciente”, conforme seus “Diários da Presidência” (vol. 3, p. 421).

Bolsonaro não quer Educação, Meio Ambiente, Relações Internacionais, Direitos Humanos, nada que interfira em sua plataforma do ódio e da ignorância. Especula-se se será Weintraub ou Paulo Guedes o próximo ministro a sair, com Regina Duarte já correndo por fora. O titular da educação (sic) é tratado como homem doente até por veículos da imprensa conservadora e ele sair seria apenas um detalhe, caso quisesse acenar com alguma lucidez, o que não é o caso. “Um homem doente” é um perfeito epíteto para o conjunto nomeado-governante, que também se traduz como anátema para o povo brasileiro.

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