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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Bolsonaro é a negação do Evangelho

"O povo, pelo visto, finalmente começou a enxergar melhor o candidato da extrema direita depois que a sua indústria de fakenews sofreu um revés", avalia o jornalista Ribamar Fonseca, ao comentar a última pesquisa Ibope; "Os religiosos começaram a perceber que ele é a negação do Evangelho, pregando precisamente o oposto do que o Cristo pregou . E passaram a se perguntar: como é que um homem que só fala em matar, que defende a tortura e exalta o maior torturador da ditadura pode usar o nome de Deus em sua campanha, denominando a sua coligação de 'Deus acima de todos'??", questiona 

Bolsonaro é a negação do Evangelho
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Neste domingo o Brasil volta às urnas para escolher, entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, não apenas o novo Presidente da República mas, sobretudo, a democracia ou o fascismo, a civilização ou a barbárie. O ex-capitão, antes mesmo de declarado o resultado do segundo turno, já se comporta como ditador, inclusive emitindo sinais bastante claros sobre como será o seu governo, ameaçando de prisão os seus opositores e citando nominalmente o candidato petista Fernando Haddad e o senador Lindbergh Farias. E como o seu filho, Eduardo, ameaçou fechar o Supremo Tribunal Federal com apenas um cabo e um soldado e o novo deputado-general Girão, eleito pelo PSL do Rio Grande do Norte, defendeu a prisão dos ministros, parece que a anunciada ditadura já está mesmo a caminho. A julgar pela pressa e sede de poder dos Bolsonaro eles não pretendem esperar nem o dia primeiro de janeiro de 2019, data da posse, para começar a mostrar quem manda no Brasil: vão pressionar Temer para antecipar algumas das suas ações, de modo a dispor de instrumentos legais já quando ocuparem o Palácio do Planalto, se realmente forem eleitos.

O jogo, porém, só acaba quando termina, no jargão dos comentaristas de futebol, o que significa que embora liderando as pesquisas de intenção de votos, com larga margem sobre o candidato petista, o ex-capitão ainda não venceu a partida. Tudo pode acontecer, inclusive uma inesperada mudança de posição dos evangélicos e católicos, porque eles começaram a perceber agora que o discurso de ódio de Bolsonaro e suas posições racistas, misóginas, homofóbicas e fascistas são incompatíveis com o Evangelho de Jesus. Quem cumpre os ensinamentos do Cristo, que tem como base o amor, a tolerância, a humildade, o perdão jamais poderá concordar com a candidatura do ex-capitão que, também, defende a ditadura e a tortura. Por isso, para muitos evangélicos soa como falsas as pregações do bispo Macedo, chefe da Igreja Universal, e dos pastores que estão apoiando o candidato do PSL, pois não há como compatibilizar as palavras de Jesus com o discurso de Bolsonaro. E já tem gente despertando da anestesia produzida pelas fakenews nas redes sociais e mudando de lado. Por isso, será prudente esperar a decisão das urnas neste domingo.

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O cheiro de ditadura, porém, como disse um colunista, está no ar. Nem mesmo no período da ditadura se viu, como hoje, tanto militar se manifestando publicamente com declarações ousadas, algumas agressivas e ofensivas, contra as instituições, como a do coronel Carlos Alves, que chamou a presidenta do TSE, ministra Rosa Weber, de "vagabunda" e os ministros do Supremo de "salafrários". Até hoje ninguém sabia, também, que havia tantos generais de pijama no país, os quais começaram a aparecer, inclusive como candidatos a cargos eletivos, animados com o surpreendente crescimento da candidatura do ex-capitão. Tem general de pijama em toda parte, especialmente na equipe de assessores do candidato Bolsonaro, e até no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Tóffoli. E volta e meia algum deles dá declarações que soam como ameaças de intervenção, deixando sempre em suspenso a possibilidade de uma ação militar caso o seu candidato perca a eleição. O deputado Eduardo, filho de Bolsonaro, chegou a dizer que o STF pode ser fechado, apenas por um cabo e um soldado, se ousar impugnar a candidatura do seu pai. Quem votar nele, portanto, não está sendo enganado.

Enquanto no mundo inteiro há uma preocupação generalizada, sobretudo da imprensa, quanto à possível eleição de Bolsonaro, considerando o grande risco à democracia – até o jornal mais influente do planeta, o "The New York Times", publicou editorial advertindo para os perigos que o ex-capitão representa – aqui no Brasil os grandes veículos de comunicação não revelam a mesma preocupação, tratando com certa displicência as ameaças ao estado democrático de direito. Só recentemente a Globo começou a noticiar com mais frequência os fatos que revelam as tendências ditatoriais do candidato do PSL, o que certamente contribuirá para abrir os olhos dos eleitores que haviam decidido votar nele movidos apenas pelas fakenwews das redes sociais, conscientizando-os sobre o que nos espera se ele vencer. Além disso, nos círculos religiosos, especialmente entre os evangélicos, hoje um grande contingente eleitoral, começa a ganhar força a tese de que Bolsonaro é a negação do Evangelho de Jesus, pois prega tudo o que o Cristo combateu, e muitos fiéis tendem a mudar o seu voto à última hora, alterando obviamente os números das pesquisas até agora conhecidos. Quem insistir em votar nele, mesmo sabendo-o anti-Cristo, certamente terá problemas de consciência.

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A última pesquisa Ibope já deu sinais de que a mudança está acontecendo, pois Bolsonaro caiu dois pontos e Haddad subiu dois. E tudo indica que a próxima pesquisa mostrará a tendência de queda do ex-capitão na mesma proporção do crescimento de Haddad. O povo, pelo visto, finalmente começou a enxergar melhor o candidato da extrema direita depois que a sua indústria de fakenews sofreu um revés. Muita gente, que estava seguindo a onda, de repente se deu conta do perigo que ele representa para a democracia do país e começou a ficar com medo. Além disso, os religiosos começaram a perceber que ele é a negação do Evangelho, pregando precisamente o oposto do que o Cristo pregou . E passaram a se perguntar: como é que um homem que só fala em matar, que defende a tortura e exalta o maior torturador da ditadura pode usar o nome de Deus em sua campanha, denominando a sua coligação de "Deus acima de todos"??

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