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Miguel Paiva

Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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Bolsonaro e a páscoa

"Que Jair Messias não consiga ressuscitar depois de perder as eleições de 2022", escreve Miguel Paiva, do Jornalistas pela Democracia

(Foto: Miguel Paiva)
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Por Miguel Paiva, do Jornalistas pela Democracia

Tive uma infância católica, típica da classe media do Rio de Janeiro. Cresci ao lado da igreja de Santa Margarida ali na Lagoa. Para mim a Páscoa sempre foi, em primeiro lugar, feriado e depois, uma ocasião para comer chocolate. O significado cristão ficava para os sermões que às vezes me davam medo. Mais tarde me inteirei da história toda e hoje, com a população brasileira de Cristo nas mãos do Bolsonaro, tudo volta à tona.

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Os apóstolos foram 12, mais os discípulos, era toda uma galera que mantinha Jesus vivo e espalhava seu evangelho. Uma espécie de instituições democráticas diante do poder autoritário dos romanos bolsomínions. Judas Iscariotes quebrou a hegemonia. Entregou Jesus aos opressores e o resto nós sabemos. O ministro Kássio Nunes, que Aroeira brilhantemente cunhou de Kássio Conká, saiu beijando a democracia em todas as ocasiões em que foi chamado. Perdeu de goleada todas e acabou, ou por raiva ou por obediência, liberando sozinho a abertura dos templos, sobretudo os evangélicos para ver se sobra voto em 2022 para o seu patrão. O povo brasileiro continua sendo perseguido, chicoteado e crucificado por conta também dessa atitude traiçoeira do Judas.

Quando digo sobrar um voto é para não aprofundar a história das 30 moedas, mais fiel à tradição dos traidores e à tradução do evangelho.

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Os ministros do Supremo continuam sentados à mesa, separadamente, nesta espécie de última ceia da democracia. Resistiremos à perseguição dos romanos ou entregaremos Jesus em todas as esquinas, templos e aglomerações. Ontem a malhação do Judas mostrou um outro caminho.

Nesses 2 mil anos que se passaram veneramos, idealizamos, preservamos a imagem deste homem controverso que dizem que existiu e criou a maior subversão entre a população da época. Hoje, se o povo brasileiro for realmente crucificado dificilmente subirá aos céus. Ficará por aqui mesmo tentando achar um pedaço de terra para cair morto, “uma cova rasa que é a parte que lhe cabe neste latifúndio”.

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Até quando, ó pai, perguntará esse Jesus popular, esse povo continuará sendo tão perseguido e maltratado?

Que esse mal pare diante da reação não só dos apóstolos, mas de toda a população. No templo aberto não vai rolar salvação. Orar é uma questão particular. Os mulçumanos provam isso o tempo todo. Em qualquer lugar eles estendem seu tapete, se voltam para Meca e oram. Os templos abertos, na realidade, acumulam vírus e lucro.  Que essa guerra “santa” acabe com parte do povo sobrevivente para contar, pelos próximos 2 mil anos, a história de um país crucificado, mas que resistiu passando de boca em boca a memória viva de uma vida feliz. Afinal é isso que a Páscoa prega. 

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Que Jair Messias não consiga ressuscitar depois de perder as eleições de 2022.

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