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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Bolsonaro e Trump são farinha do mesmo saco

"A cada dia fica mais claro que os norte-americanos e os brasileiros foram manipulados pelo esperto Steve Bannon, através das redes sociais, para elegerem Donald Trump e Jair Bolsonaro, dois sujeitos que em condições normais jamais chegariam à presidência da República de seus respectivos países", diz o colunista Ribamar Fonseca; nesta linha, ele observa que, apesar do apoio de "um exército de quase cinco mil robôs atuando na Internet em seu apoio", "o povo imbecilizado pela Globo vai continuar acreditando que ele é o salvador da pátria, mesmo confessando seu despreparo ao revelar que não entende nada de economia e não nasceu para ser presidente"

Bolsonaro e Trump são farinha do mesmo saco
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A cada dia fica mais claro que os norte-americanos e os brasileiros foram manipulados pelo esperto Steve Bannon, através das redes sociais, para elegerem Donald Trump e Jair Bolsonaro, dois sujeitos que em condições normais jamais chegariam à presidência da República de seus respectivos países. Se alguém tivesse entrado em coma há quatro anos e despertado já no governo de ambos certamente não acreditaria que isso fosse possível e imaginaria estar vivendo um pesadelo. Os dois são muito parecidos, não fisicamente, com idéias malucas e empenhados em brigar com todo mundo. No caso de Trump, que preside uma das maiores potencias do planeta, o mundo vive em permanente tensão, na expectativa de vê-lo deflagrar uma guerra a qualquer momento, o que não é impossível acontecer se ele permanecer no cargo. Quanto a Bolsonaro, sua permanência no Palácio do Planalto significa a garantia do desmonte do Brasil, do aumento da pobreza, do desemprego, do fim da nossa soberania. Tem-se a impressão de que os dois são um aborto da História.

Esse Steve Bannon, que viu na Internet o mais eficiente sistema de comunicação do mundo – muito melhor do que os tradicionais meios de comunicação de massa – criou um mecanismo de produção e distribuição de fakenews nas redes sociais que atinge todos os segmentos da sociedade, nos mais recônditos lugares. Sua eficácia está no fato de que ninguém precisa sentar diante de um televisor, no horário dos noticiosos, ou comprar um jornal impresso para se informar: basta ligar o seu aparelhinho, o celular, onde quer que esteja. Essa estratégia funcionou na eleição de Trump e Bolsonaro e pode funcionar também na reeleição de Netanyahu, em Israel. Bannon, que orientou a campanha de Bolsonaro, está assessorando o premier israelense e se tornou, hoje, o extremista de direita mais perigoso do mundo, com seus serviços sendo solicitados pelos extremistas de toda o orbe. Talvez por isso ele se julga no direito de interferir na vida de todo mundo, o que o levou a sugerir ao vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão a renunciar ao cargo e passar para a oposição. É muita ousadia.

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Os estrangeiros, aliás, estão se sentindo muito à vontade no governo do capitão. O ministro da Educação, por exemplo, o colombiano Velez Rodriguez, que já chamou os brasileiros de ladrões, pretende reescrever a história do Brasil para ensinar às crianças que o golpe militar de 64 não foi um golpe, mas um movimento democrático que "salvou" o nosso país do comunismo. É uma afronta à inteligência dos brasileiros e um desrespeito à memória das vítimas. Nesse aspecto, aliás, ele poderá até contar com a valiosa colaboração do ministro Dias Tóffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, para quem a ditadura também não foi um golpe, mas um "movimento". Segundo as más línguas, já haveria temores na Corte Suprema de que o seu presidente, diante do seu estranho comportamento ao assumir o cargo, poderia em breve pretender trocar a toga por um uniforme de general, considerando suas estreitas ligações hoje com os militares. Vale lembrar, inclusive, a título de ilustração, que ele tem um general na sua assessoria, o que estaria influenciando as suas decisões. A retirada de pauta da ação sobre prisão em segunda instancia, que seria julgada dia 10 e poderia beneficiar Lula, teria sido ordem dos militares, segundo denúncia do jornalista Ricardo Noblat.

Mas voltando a Trump e Bolsonaro, os dois pupilos de Bannon, não é difícil perceber que eles tem muita coisa em comum, como, por exemplo, avanços e recuos em seus governos. O presidente norte-americano, entre outras coisas, recuou da sua disposição de destruir a Coréia do Norte por recusar-se a interromper o seu programa de armas nucleares e ainda se tornou amigo de Kim Jong-Un, com quem já confraternizou duas vezes. Mais recentemente, depois de dizer que fecharia a fronteira com o México diante do fracasso do seu projeto de construir um muro, voltou atrás e já disse que não mais tomará essa decisão. Bolsonaro, por sua vez, entre muitas idas e vindas, esqueceu rapidamente a promessa de não fazer a velha política do toma-lá-da-cá e reuniu os presidentes dos partidos políticos para negociar a aprovação da reforma da Previdência. O mais curioso é que Gilberto Kassab e Geraldo Alkmin, respectivamente presidentes do PSD e do PSDB, saíram do encontro afirmando que não participariam da base aliada do governo no Congresso, porque são "independentes", mas aprovarão a proposta do capitão. Alkmin chegou a dizer: "Votaremos com o Brasil". Ou seja, o "Brasil pátria amada". Os tucanos poderão fazer o novo ministro da Educação, caso o colombiano seja exonerado.

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Enquanto isso o ministro Sergio Moro, sem a mesma cobertura que tinha da Globo antes de deixar a Lava-Jato, decidiu seguir o exemplo do chefe e ingressou nas redes sociais, convencido da sua eficiência, para dar os seus recados. Desse modo, a exemplo do capitão, não precisará responder perguntas incômodas como, por exemplo, o que aconteceu com as investigações sobre as atividades suspeitas do ex-assessor do hoje senador Flavio Bolsonaro, Fabricio Queiroz? E sobre as supostas ligações do senador com as milícias? Transformado em super-herói pela Globo, Moro parece pretender preparar o terreno para uma eventual candidatura à Presidência em 2022. Ele estaria convencido de que, com o prestigio conquistado com a decisiva ajuda da mídia familiar, teria chances de chegar ao Palácio do Planalto. Para isso pretenderia usar o mesmo esquema de Bolsonaro que, segundo uma univesidade americana, tem um exército de quase cinco mil robôs atuando na Internet em seu apoio, com milhares de postagens todos os dias. Com essa tropa martelando diariamente nas redes sociais com faknews favoráveis ao capitão, o povo imbecilizado pela Globo vai continuar acreditando que ele é o salvador da pátria, mesmo confessando seu despreparo ao revelar que não entende nada de economia e não nasceu para ser presidente. Resta ele esclarecer: por que se candidatou?

 

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