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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Bolsonaro esbanja truculência na ONU

Para o jornalista Alex Solnik, o discurso de Jair Bolsonaro na ONU rebaixa o Brasil em mais um degrau na escala das democracias do planeta. "Ele caprichou para ser rotulado daqui em diante como inimigo número 1 da civilização ocidental. Foi um desfile de barbaridades sem precedentes na história da ONU", diz ele, ao mencionar o ataque aos indígenas e à mídia, e a defesa da Ditadura Militar

(Foto: Alan Santos/PR)
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia 

O discurso redigido por Steve Bannon e Olavo de Carvalho e alinhavado por Bolsonaro rebaixa o Brasil em mais um degrau na escala das democracias mundiais.

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Bolsonaro fez questão de esbanjar arrogância, ignorância, truculência e nenhuma inteligência em sua estreia internacional.

Não podia ter sido pior. Ele caprichou para ser rotulado daqui em diante como inimigo número 1 da civilização ocidental. Foi um desfile de barbaridades sem precedentes na história da ONU.

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Numa tentativa de reescrever a história, coisa que só tiranos fazem, inventou que antes dele o Brasil teve governos socialistas que são sinônimos de corrupção, criminalidade e miséria. E que ele veio para tirar o país do caos.

Nem houve governos socialistas no Brasil em tempo algum, nem seus antecessores não provocaram e sim atenuaram a miséria, o que as estatísticas são unânimes em apontar.

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As expressões da plateia, composta por estadistas como Angela Merkel e outras altas autoridades mundiais eram de pasmo a cada frase proferida. Trump não deu as caras. Mandou Mike Pompeo, que chegou, com um séquito de seguranças, no meio da pantomima.

Numa casa fundada e dedicada à paz mundial, ele só falou em guerra. Venceu a guerra interna contra o socialismo, assim como os militares venceram em 1964; está “trabalhando” com Trump para “retornar a democracia na Venezuela”; acusou os médicos cubanos que estavam a trabalho no Brasil de serem agentes de uma suposta revolução.

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 Falou em tom militar, a cara fechada, de poucos amigos, não de quem dialoga, mas dá ordens.

Acusou a mídia internacional de sensacionalista devido às reportagens sobre a Amazônia. Aí disparou contra os índios. Destituiu o maior líder indígena brasileiro, o nonagenário Raoni e o trocou por uma índia desconhecida que trouxe na comitiva. Ela fez o mesmo papel de Hélio Negão, que Bolsonaro sempre leva a tiracolo para provar que não é racista.

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Chamou os indígenas de incendiários e latifundiários. Eles e a população local fizeram queimadas, não os milicianos a mando de fazendeiros, segundo ele. E, por último, prometeu transformá-los em garimpeiros, pois muitas reservas, como a Raposa Serra do Sol são ricas em ouro, nióbio, outros metais raros e preciosos:

“Eles preferem ser latifundiários pobres em cima de terras ricas”?

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Avisou que não vai cumprir o acordo de estender para 20% a área das reservas porque considera 14% muito. E culpou os ambientalistas por obrigarem os indígenas a viver na idade da pedra.

Para fechar com chave de ouro, depois de afirmar que há mais de 60 mil homicídios por ano no país, disse que “o país está cada vez mais seguro e hospitaleiro” e convidou o mundo a visitar a Amazônia.

Ou seja: visitar antes que acabe. 

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