Bolsonaro está mais para Vampirão que para presidente

A faixa presidencial é um símbolo nacional usado pelas culturas que a adotam como distintivo do cargo de Presidente da República em países como Argentina, Brasil, Uruguai, Cabo Verde, Chile, Croácia, Colômbia, Guiné-Bissau, Islândia, Itália, Libéria, México, Nicarágua, Paraguai, Portugal e outros. Os presidentes a usam no ato solene da posse, na foto oficial, em ocasiões cívicas e em viagens internacionais.

Ontem – e não foi a primeira vez – o pré-candidato a presidente da República Jair Bolsonaro desfilou em cima de um carro de som pelas ruas da cidade de Marabá, no Pará, usando uma réplica da faixa presidencial, parecida com a que foi usada pelo "Vampirão" no primeiro desfile da Tuiuti. E que foi estranhamente abolida no "desfile das campeãs", sem maiores explicações, mas provavelmente atendendo a pedido da Presidência da República.

Como não estamos mais em época de carnaval, Bolsonaro não pode argumentar que estava fantasiado.

Estava, isto sim, esculhambando um símbolo republicano que deveria ser respeitado por todos os brasileiros e principalmente por quem pleiteia ocupar o principal cargo político do país , representando todos os brasileiros. Ele estava esculhambando a própria democracia. Transformou um dos símbolos da democracia em um pedaço de pano vagabundo. Jogou a democracia no lixo.

Além do deboche implícito na cena, Bolsonaro está usando a faixa presidencial como ferramenta de marketing político: tenta passar a ideia subliminar, aos menos informados, de que já está ungido, pois só presidente da República usa faixa presidencial e, se ele a está usando, já é o presidente.

Mas o tiro está saindo pela culatra: envergando a faixa, ele se parece mais com o Vampirão que com presidente da República.